terça-feira, agosto 11, 2020

Salazar: os valores desaparecidos

Em 27.1.2015 o jornal O Diabo publicou uma entrevista com Marcos Pinho Escobar,  autor de uma obra académica sobre a influência do pensador francês Charles Maurras ( um "teórico do nacionalismo integral") , em Salazar.

Na época faziam-se votos para que a obra publicada originalmente em espanhol da Argentina fosse traduzida. Desconheço se o foi mas desconfio que nenhum interesse suscita tal coisa entre nós...


Além do mais, o referido autor apresenta alguns valores esquecidos e que foram cultivados por Salazar:

"Há quarenta anos  [em 2015] que o País vem sendo desmantelado por um poder político anti-português. Alienaram-se os suportes da  nossa existência como nação independente, implantou-se um regime de divisão, de luta intestinal e fratricida, estruturalmente corrupto e demagógico, promoveu-se um materialismo doentio e um endividamento irresponsável, aboliram-se as fronteiras, abdicou-se da soberania e esmeram-se em destruir a nossa identidade com requintes de crueldade."

Portanto, os valores abandonados estão aí elencados. Serão viáveis, no Portugal de 2020?  Quanto ao nacionalismo exacerbado parece claro que não. Mas entre um extremo de isolamento e outro de escancaramento haverá certamente um meio-termo, com as ideias certas.
A independência do país é um valor que deveria orientar políticas públicas, mas é exactamente o contrário, aquilo que sucede. Somos actualmente um dos maiores pedintes da Europa.
A luta intestina e fratricida desenvolve-se no interior do nosso tecido social com a prevalência das ideias de extrema-esquerda veiculadas pelos media, designadamente subsidiárias do fenómeno que o filósofo Onfray apontava no postal anterior.
Somos actualmente um país estruturalmente corrupto nos fundamentos do tráfico de influências mais perverso. 
Até o jornalisticamente mentecapto Sousa Tavares o reconhece ao dizer que "o grande crime que existe a nível de contágio entre a política e a economia é o tráfico de influências, muito mais que a corrupção. É um crime à solta na vida pública e que é muito difícil de combater até porque tem uma fachada legal e passa-se abundantemente nos escritórios de advocacia em Portugal".

Isto é um retrato límpido da corrupção legal em Portugal.

Em 2005, há 15 anos,  o panorama já era claro e notório, neste caso num aspecto particular: a arbitragem nos grandes litígios, entre empresas de vulto:

Em 2018 o assunto continuava na ordem do dia...e no ano seguinte não melhorou.


Temos o que merecemos: miséria acrescida, empobrecimento contínuo e...anti-salazarismo militante, particularmente de todos estes advogados.

Compreende-se perfeitamente.

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Megaprocessos...quem os quer?