A imagem "institucional" da República portuguesa nos documentos oficiais, até agora, era esta:
O Governo que ainda está, demitido e tudo, achou que não era boa imagem, particularmente os símbolos da nossa portugalidade e da nossa História.
Assim, encomendou em ajuste directo, mas com consulta prévia a três entidades, um novo logotipo para uma nova "identidade visual" porque aquela incomodava certas sensibilidades maçónicas e wokistas no seio da presidência do Conselho de Ministros...e ficou assim, como se pode ver.
Vai com tarja preta para acrescentar uma dimensão simbólica ao estilicídio como é este gotejar de wokismo:
A adjudicação do contrato para tal empreitada foi devidamente oficializada em documento legalmente inatacável, ainda com a anterior "identidade visual", através da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros:
O contrato foi assinado em 22 de Novembro de 2022 e tinha um prazo de validade curto- pouco mais de um mês, segundo se lê.
Assim, passado mais de um ano e eventualmente em prazo suplementar porque o fixado contratualmente caducou em Dezembro do ano passado, o novo "visual" já aí canta a troco da módica quantia de € 74 000,00 mais o IVA da praxe tributária.
Importaria saber efectivamente se o prazo de 40 dias foi cumprido e se não foi o que sucedeu, mesmo informalmente e através de telefonemas esconsos, como habitualmente. Importaria indagar como procedeu a dita Secretaria-Geral, logo que se apercebeu do prazo de 40 dias ter sido excedido e se deu execução ao oficialmente contratado, ou se pura e simplesmente fez como de costume informal, no seio deste Governo: ignorar ou traficar a influência de lobby.
Houve alguém que estranhou um preço tão simpático para o objecto visual em causa e por isso foi alvo de atenção do Polígrafo que já assegurou que tudo estava bem e regular, no melhor desse mundo podre, mesmo sem indagar aquele pormaior dos 40 dias, acima referido. Se calhar estragava-lhes o frete.
Assim, foram 74 mil euros, sim, mas tudo em ordem. Curiosamente, no gabinete do chefe de gabinete do primeiro-ministro deste conselho de ministros foi encontrada há poucos dias uma quantia similar, em notas e que numa primeira versão não pertenciam a ninguém, mas afinal pertencem juradamente ao detentor do cargo em causa...
Quanto ao beneficiário do contrato para a renovação visual com limpeza de vistas incómodas para a presidência deste Conselho de Ministros, temos aqui a identidade do dito:
Em primeiro lugar interessa saber quem é este "primeiro outorgante" e o seu inevitável currículo para a função está aqui: todinho do ISCTE. Até tem um mestrado em "estudos africanos". E escarafunchando um pouco mais conclui-se que é suspeito de crimes em investigação, por...corrupção, num inquérito já do ano passado. Será de admirar?! Neste caso o inquérito está a cargo da PJ...
Quanto ao "segundo outorgante", o seu currículo será este, com o nome apresentado: professor na ESBAP, auxiliar desde 2012 e pelos vistos ligado a uma empresa de design, como administrador- a Studio Eduardo Aires, SA.
A obra-prima, com o custo de 74 mil euros mais IVA, essa prima pela figura que se pode ver: ridícula, a meu ver. Desprezível e atentatória do senso comum que nunca entenderá como se pode gastar 74 mil euros numa borrada destas a imitar um rot(hk)o qualquer.
Quanto ao modo como decorreu a contratação pública, basta ler o que a lei estabelece no caso de consulta prévia a três entidades, como se assegura que sucedeu:
No que respeita à tramitação procedimental, a consulta prévia desdobra-se nos seguintes momentos (artigos 114.º e segs. do CCP): 1) envio do convite (pelo menos a três entidades), 2) esclarecimentos e retificação das peças do procedimento, 3) apresentação de propostas, 4) negociação (fase eventual), 5) análise e avaliação de propostas, 6) relatório preliminar (elaborado pelo júri do procedimento), 7) audiência prévia, 8) relatório final (elaborado também pelo júri do procedimento), 9) adjudicação e 10) celebração do contrato.