A propósito de um livro de Luciano Amaral acerca do grupo CUF e do "império industrial desenvolvido por Alfredo da Silva", o jornal Público deu à estampa um artigo em que fazia a recensão de tal livro e titulava que o peso de tal grupo no PIB antes de 25 de Abril era de quase quatro Autoeuropas.
O artigo e o choque dos factos não demoveram os antifassistas de criticarem o artigo por estar a promover e branquear o regime anterior, de Salazar/Caetano, sempre com os mesmos argumentos: a economia de então funcionava com condicionamento industrial e na base de monopólios e concessões do Estado aos grupos económicos como a CUF e o grupo Champalimaud e cada grupo tinha um ou mais bancos para se financiar.
Como não sou economista suficientemente esclarecido para arrasar tais argumentos que aliás me parecem da habitual capoeira antifassista, deixo a opinião de outros, para se ver onde chega o sectarismo socialista e comunista que nacionalizou esses grupos em Março de 1975, incluindo os bancos e seguros, com a ideia de tornar Portugal um país a caminho do socialismo e da sociedade sem classes, o que aliás fizeram inscrever na Constituição de 1976 como um desiderato a atingir e só o esbateram mais de uma década depois e de muitas discussões de permeio. Para o PCP o desiderato continua o mesmo de sempre, sem uma vírgula a tirar ou pôr.
O artigo do Público suscitou reacções de reaccionários socialo-comunistas e o Provedor do Leitor, sempre muito solícito a tais demandas, destacou a de um leitor que contestou o tom do artigo, indignando-se com o "panegírico da ditadura disfarçada de história económica".
É este:
O tema tem sido recorrente neste blog ao longo dos anos e por isso, a fim de atalhar razões e colocar os pontos nos ii de quem na altura foi directamente visado vou republicar um postal de 2018, sobre Champalimaud que afinal responde de algum modo às críticas que então lhe foram dirigidas, ainda antes das nacionalizações, por um sábio que inspirou os trotskistas e o BE em particular na figura de Louçã, o frade laico desta seita. João Martins Pereira, era o tal sábio, já me esquecia e trabalhou para os ditos patrões, cuspindo sempre na sopa...
O postal é de 19-3-2018 por ocasião do centenário de Champalimaud. O que vem lá poderia ser escrito a propósito do grupo CUF....
Faz cem anos que nasceu António Champalimaud, um dos nossos maiores industriais de sempre. Se não fosse o Diário de Notícias nem me ocorria, apesar de ontem, na tv, Paulo Portas ter passado todo um programa a evocar a figura do industrial que se notabilizou na indústria dos cimentos e na siderurgia que fundou, em Portugal, no tempo de Salazar.
Em 25 de Abril de 1974 estava entre a meia dúzia de pessoas mais ricas da Europa. Logo a seguir perdeu tudo o que tinha em Portugal e foi para o Brasil, onde recomeçou a actividade e quando morreu, legou centenas de milhões de euros para a Fundação que tem o seu nome.
Já houve quem lhe fizesse uma biografia que vale a pena ler, mas está esgotada, segundo penso.
Não há em Portugal, nos últimos cem anos, nesse campo, ninguém que se lhe compare.
Ainda assim estranhei a capa do DN de hoje:
Demasiada celebração para esta efeméride que mais nenhum outro jornal notou assim. Pensando bem não admira:Champalimaud foi o patrono de Proença de Carvalho que domina o jornal. Logo...ou mandou fazer a capa ou apreciará o frete .
O artigo, aliás, é farto em citações deste personagem, o que mostra logo de onde veio a ideia:
Ainda assim é justa e merecida a homenagem, não fosse a circunstância de o porem logo a nascer em 19 de Março quando terá sido a 18...
Melhor seria porém, escreverem sobre a circunstância de o terem enxotado daqui para fora, em 1975 e principalmente sobre quem foram os mentores da estupidez: o PS e o PCP que ajudaram a nacionalizar as empresas que lhe pertenciam e dali a um ano, se tanto puseram Portugal neste estado:
A questão é muito simples de enunciar e estes recortes elucidam quem tem dúvidas:
O Expresso de 20 de Dezembro de 1975 pretendia mistificar o que se tornou claro nos anos a seguir: os comunistas e principalmente os socialistas, os verdadeiros gestores das nacionalizações eram uns nabos, assim sem mais ademanes. Estragaram em poucos meses o que Champalimaud teria melhorado no mesmo espaço de tempo. Parece isto tão claro que até dói pensar nestes miseráveis que têm nome posto. Em primeiro lugar, Mário Soares e depois, claro, Álvaro Cunhal.
Como pensavam estes miseráveis? Simples de mostrar: com inveja enraizada nos genes políticos. Como isso é característica humana alastrou a milhões de portugueses, até hoje:
E como é que esses miseráveis queriam fazer para mostrarem que eram competentes? Assim:
Quem é que sabe disto melhor que ninguém e sabe que é mesmo assim? O actual presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O que fez o indivíduo enquanto jornalista do Expresso no tempo do PREC? Alinhou com os miseráveis. Sempre.
Nesse tempo os miseráveis aludidos ( Mário Soares, Álvaro Cunhal e as forças políticas que suportavam ) tinham um discurso de ruptura com o capitalismo ao modo que Champalimaud o entendia e a História mostrou que estava certo.
Em finais de 1974 prepararam o plano para destruir a indústria portuguesa, até hoje:
Havia um finório que foi empregado de um deles, desses capitalistas e se tornou o guru do actual Bloco de Esquerda, João Martins Pereira, e que armado em intelectual da Economia pretendia dar lições a Champalimaud.
O que escreveu então na Vida Mundial de Dezembro de 1974 é muito elucidativo do pensamento destes miseráveis, entre os quais se inclui um certo Eugénio Rosa que ainda anda por aí:
Chamo miseráveis a estes indivíduos porque sempre viveram com a miséria alheia como mote para se tornarem "ricos", um ou outro literalmente e os demais, politicamente. Assim sucedeu e a "geringonça" que temos é o resultado desta miséria e destes miseráveis.
Enquanto estes miseráveis conseguiram arruinar o país em dois tempos de dois anos de má gestão, Champalimaud, em 1968 e enquanto banqueiro, actividade que nem era a da sua eleição fazia isto, em cujo postal incluí uma publicidade ao BP&SM, alusiva ao dia do pai, de 18.5. 1974:
O primeiro "multibanco", segundo uma publicidade de 4 de Outubro de 1968, na Vida Mundial:
E uma publicidade de 1967, tirada daqui, ao "autobanco" do BPSM de Champalimaud:
Que respondem a isto os miseráveis que ainda andam por aí, aos milhões? Nada, nem vergonha têm do que fizeram...
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