quinta-feira, janeiro 21, 2016

O PCP e a verdade da Mentira permanente

No número de Janeiro/Fevereiro da revista do PCP, O Militante aparece este artigo de três páginas de Vítor Dias.


A ideia é simples de expor: o PCP e os comunistas em geral aceitam que alguém os critique e seja anti-comunista primário, como gostam de classificar quem os desmascara nas suas contradições mais básicas, sobre a ideia de liberdade e democracia.

O que não aceitam é que "estruturem essa sua oposição  e esse seu combate, na mentira. na falsificação, na descontextualização histórica"...

Portanto, para tal vamos aqui recuperar um antigo postal sobre um "histórico" do PCP para aquilatar a veracidade e boa-fé daquela proclamação de tolerância democrática arvorada agora pelo referido Vítor Dias e o PCP em geral, incluindo os que apodam de boçais os que lhes mostram estas verdades singelas.

O postal é de 23 de Junho de 2014 mas neste blog, apodado por um destes democratas de pacotilha cripto-soviética de "boçal" e que desafiado a discutir fugiu com o rabo entre as pernas, há mais e muito mais sobre o tema.


"Francisco Miguel foi um comunista da estirpe funcional de um Cunhal. Aprendiz de sapateiro, acabou a tocar o rabecão dos amanhãs a cantar para todo o sempre.

Em 1977 escreveu a sua biografia singela de propaganda ideológica como se tivesse nascido a mamar na teta comunista.  Todo o livro de 180 páginas se passa num exercício de vilipêndio do "fascismo" português e na exaltação das maravilhas comunistas, num delírio expositivo que nem os chineses mais imaginativos conseguiriam reproduzir na altura da revolução cultural.


Em 1935 esteve na URSS e o relato que faz, na primeira pessoa, desse tempo que por lá passou é encantador. Não podia haver lugar algum no mundo que fosse tão maravilhoso quanto Moscovo, em 1935!
 O preâmbulo explicativo é precedido por um breve prefácio da autoria de Margarida Tengarrinha, uma das figuras da Esquerda nacional. 


 Em meia dúzia de páginas consegue descrever as maravilhas da sociedade soviética sem mencionar uma vez sequer o terror estalinista que então passava nas ruas daquela cidade como espectro de morte sempre presente e que dizimou um número de vítimas maior que dez tarrafais o conseguiriam fazer.

Nada disso perturbou Francisco Miguel ou o ajudou a reflectir melhor sobre a natureza intrinsecamente maléfica do comunismo soviético.


A omissão é tanto mais grave quanto naquela altura de 1977 eram sobejamente conhecidos os chamados processos de Moscovo , uma ínfima parte de todo o panorama de terror estalinista da época, denunciado até pelo sucessor Nikita Krutschev e tornado doutrina oficial nessa altura de "desestalinização".
É tanto mais grave quanto em 1977 já tinha sido publicado em Portugal O Arquipélago de Gulag, de Soljenitsine, relato impiedoso e na primeira pessoa do terror estalinista nos campos de concentração e cuja publicação do 2º volume, pela Bertrand foi boicotada pela comissão de trabalhadores dessa empresa que terão destruído até algumas "palettes" de livros já prontos para distribuição. Sob o pretexto de que era um livro reaccionário...e daí a raridade deste 2º volume, entre nós, nos alfarrabistas.

Francisco Miguel passa o livro a escrever sobre o fascismo, o Tarrafal e outros terrores salazaristas e nem uma palavra para pôr em questão o regime soviético que Soljenitsine descrevia assim, nessa mesma altura que Francisco Miguel lá esteve:


A maioria das pessoas detidas são realmente inocentes, logo acreditam que tudo será esclarecido e que a verdade aparecerá, por isso não oferecem resistência, não gritavam, pelo contrário, tinham um comportamento nobre e faziam tudo o que os guardas mandavam. Muitas vezes tratava-se apenas  de causalidade: Um simples  coleccionador tinha guardado uma lista de funcionários do governo, quando isso foi descoberto, foi condenado ao fuzilamento. Os guardas estavam disfarçados em todos os lugares: electricistas, ciclistas, motoristas de táxi, as pessoas se sentiam vigiadas todas as horas do dia.

O PCP continua o mesmo do tempo de Francisco Miguel, sem tirar nem pôr uma vírgula. 

De que estão á espera para denunciar esta fraude que é o PCP e o sistema horrendo que defende?"

O PCP tal como proclamava num jornal diário que chegaram a ter quando ainda tinham militantes que liam as patacoadas que publicavam, é adepto ferrenho da "verdade a que temos direito", ou seja, um ersatz da Verdade, mesmo a mais comezinha.
E quando dizem que toleram a diversidade das críticas, "desde que  não sejam falsas", estão simplesmente a mentir mais uma vez porque em nenhum regime comunista tal foi alguma vez permitido. E isso é um facto indesmentível.


O PCP actualmente está perante um desafio difícil e reconhece-o neste escrito de Rui Fernandes ( da Comissão Política do PCP) na mesma revista O Militante; está novamente perante uma "ofensiva ideológica"...que para um comunista é sempre revolucionária, por necessidade estrita e para um "burguês" um exercício deletério da democracia que temos.
Nunca o PCP pode conquistar o poder sob pena de perverter a democracia que existe, transformando-a alquimicamente noutra coisa a que dão o mesmo nome...num fenómeno incrível que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer, para grande gáudio deste Mentirosos de sempre. Os maiores da História.







7 comentários:

Floribundus disse...

a campanha do padreca do comité central do pcp

mostra bem a miséria intelectual

e a indigência dos escassos militantes que aparecem para comer

a sondagem de 3% deixa-os pelas ruas da amargura

o monhé da novoa assegura um 2º lugar para a 3ª volta

no domingo Marcelo espera por todos os não comunistas

Zephyrus disse...

Isto não é um partido.

É uma seita tipo Templo do Povo.

Zephyrus disse...

Orçamento de Estado com muita futurologia.

Aumentam os impostos nos combustíveis, tiram a folga de tesouraria às PMEs que estava a permitir abater dívida.

Querem consumo ainda mais elevado que aquele que havia antes da crise.

Vão falir Portugal mais uma vez.

BELIAL disse...

Vão esfodaçar a tasca, novamente.

Orçamentos à bandarra.

Fritar o ovo que talvez venha a estar - no cu da galinha.

Abril de novo, pela força do povo.

Gaia disse...

à escravidão assalariada é a situação na qual a vida de uma pessoa depende de um salário, como o trabalho é escasso e quase já não há proletariado...ainda haverá comunas?

antonio rosa disse...

Enquanto existir um Abel havera' sempre um Caim ...

antonio rosa disse...

Enquanto existir um Abel havera' sempre um Caim ...

O Público activista e relapso