terça-feira, junho 06, 2023

O Nome da Rosa, versão Manara

 No início dos anos oitenta, talvez em 1982 descobri que um autor italiano, Umberto Eco, tinha publicado um romance, a modos que policial e versando temática medieval. 

Não sei dizer ao certo quando foi e onde foi que descobri tal coisa, julgando que possa ter sido numa revista francesa aquando da tradução do livro, originalmente publicado em Itália, pela Fabbri-Bompiani no início de 1980, aqui numa imagem tirada da Net. 

Na altura andava a ler Conan Doyle e o Sherlock Holmes e porventura a ligação fez-se através da alusão à personagem do romance de U.Eco a tal detective de ficção. 

Seja como for, em Setembro de 1982 o JL publicou estas páginas sobre Eco e o seus escritos. O   romance já era conhecido, particularmente em França onde tinha sido "best-seller" do ano. Por cá ainda se preparava a tradução que surgiria em 1983, pela Difel. 






Em Janeiro de 1984 Eco esteve em Portugal e falou-se no assunto do livro, já então um sucesso mundial, particularmente nos EUA: 



No Jornal de Notícias do Porto aparecia assim em 9 de Janeiro de 1984:


Assim, em Maio de 1984, já havia por cá a edição da Livre de Poche, mais barata que a portuguesa. Custou 580$00, comprado na Distri lojas e li-o de um fôlego, como se costumava dizer.


 


Dali para a frente só me interessava saber mais sobre o assunto e não era só eu porque apareceu pouco tempo depois uma "Apostila", a explicar a génese do livro e demais circunstâncias. Não a cheguei a ler porque era difícil na época o acesso a tais coisas. 
Fascinava-me o ambiente em que a acção do romance se desenvolvia, particularmente o "edifício" do labirinto vertical, num convento medieval, com os torreões e a parte central, octogonal. 
Em 1990, apanhei uma foto numa revista alemã, do edifício de Castel del Monte, na Itália, que serviu de inspiração a U.Eco e que tinha visto na ilustração do JL de 1982:


Dali a meia dúzia de anos surgiu a versão filmada do livro, pelo cineasta francês Jean-Jacques Annaud, primorosa e eventualmente definitiva. 

Não obstante, o italiano da banda desenhada, Milo Manara, fez agora uma adaptação desenhada da obra e o primeiro volume saiu há dias, com os textos copiados integralmente da versão do livro:


Vale a pena ler a introdução porque tudo começa com uma referência ao convento de Melk, na Áustria e à beira do Danúbio:






O plano do convento medieval e arredores:


Baseado na planta existente no livro:


E as personagens que são figuradas em modo diverso do filme. Neste caso, o monge detective tem o semblante de um Marlon Brando:


Ainda não li tudo, parecendo-me que deixa um pouco a desejar relativamente a obras-primas como Um Verão Índio ou principalmente Viaggio a Tulum, de 1990, graficamente mais elaboradas.

Eco inacabado, em versão própria, anos oitenta:




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