segunda-feira, outubro 16, 2023

Cem anos da Disney nos jornais portugueses

 Os jornais nacionais Diário de Notícias, Público e Correio da Manhã publicam hoje, cada um deles, duas páginas acerca da efeméride dos 100 anos das produções Walt Disney.

No Diário de Notícias é assim:

A repórter Inês N. Lourenço centra a atenção quase exclusivamente nas produções da Disney em desenhos animados, começando com o rato Mickey, em 1932 e por aí fora até aos anos dois mil. 
Como o aniversário redondo dos 100 anos começou em 16 de Outubro de 1923, com a criação da Companhia Walt Disney, torna-se necessário referir que o rato Mickey surge apenas cinco anos depois, em 1928 e depois disso a série das Silly Symphonies, em 1929. 
Em 1930 surgem os primeiros livros de quadradinhos ( comic-books) com a personagem Mickey e Pluto, com o Pateta a aparecer logo depois, em 1932 e nos anos a seguir os episódios dos Três Porquinhos e o Pato Donald, este inserido nos episódios das Silly Symphonies, em 1934 mas com uma primeira aparição desenhada em 1931. 
Tudo isto é omitido no artigo do DN. 
Tal como no seguinte, do Público, ainda mais pindérico, com a agravante de pretender reflectir as impressões do repórter Rodrigo Nogueira acerca da viagem a Londres, a propósito da efeméride, a expensas da....Disney.
O repórter do Público, no artigo mal amanhado, mistura referências das décadas em causa sem grande precisão cronológica e sem senso descritivo que ajude o leitor. É o pior artigo dos três aqui mostrados, informa pouco e mistura tudo, numa amálgama quase ilegível, centrada numa exposição que para quem ler o escrito, deixa quase tudo a desejar relativamente a saber em que consiste a mesma. 






O CM, com Ana Maria Ribeiro,  também se associa à efeméride, do mesmo modo- duas páginas ilustradas e um artigo que qualquer Chat GPT poderia escreve, até melhor.  



Os jornais portugueses, neste aspecto da cultura popular estão cada vez mais empobrecidos. Que saudados do tempo em que no Público a banda desenhada era tratada como arte maior, com conhecedores da estirpe de um Carlos Pessoa e outros que ensinavam ao leitor coisas novas que não se apanhavam a vol d´oiseau na internet. Agora, nem assim conseguem, com todos os meios disponíveis para se documentar um artigo de jornal. A ignorância grassa e é crassa, com uma falta de preparação mínima nas redacções. Triste. 
Depois queixam-se da falta de leitores e da culpa da internet...

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