sábado, outubro 21, 2023

O Público copia o Libération

 O Público de hoje, à semelhança de outras edições anteriores, é todo ilustrado com desenhos saídos de autores que expõem na Bienal de Ilustração de Guimarães. Não há fotos, mas apenas desenhos e ilustrações, alguns deles nem sequer identificados quanto à autoria. 



A iniciativa não é nova nem original. Em 18 de Abril de 1973, há 50 anos, surgiu este jornal em França, dirigido por um filósofo e alguns outros que ensinaram o wokismo aos americanos.


Um jornal de inspiração directa no pensamento vazio do Maio de 1968 e com alguns dos protagonistas. Basta ler os nomes dos fundadores...

J-P Sartre morreu em Abril de 1980 e o jornal continuou, mas pouco tempo. Em Fevereiro de 1981 finou-se assim, sem glória e com as ideias que o fundaram:


Mas...com o advento socialista ao poder, renasceu das cinzas com o braço direito daquele Sartre, Serge July, que aliás esteve em Portugal quando Sartre veio cá, em 1975 ver a "revolução", como se mostra nesta imagem da Flama de 18 de Abril de 1975.


Serge July iniciou a segunda fase do Libération, a da aventura socialista e de gringonça avant la lettre que em França durou pouco:


July durou ainda um pouco mais...mas em 2006 foi corrido do próprio jornal, como se dá conta num artigo da revista Technicart de Julho-Agosto de 2006:



Legenda: "um antigo mao que abandonou a luta de classes em favor da luta contra o colesterol..." Está tudo dito e o então director do Público, José Manuel Fernandes percebia isso como ninguém, porque tinha embarcado na mesmíssima aventura. 

Seja como for, foi o Libération que começou a fazer capas engraçadas com fotos ousadas e bizarras e títulos ainda mais que isso.

Em 1997 numa recolha de primeiras páginas podem ver-se algumas:



Neste espírito inovador e algo libertário, a banda desenhada e a ilustração tinham lugar cativo e foi assim que em 21 de Fevereiro de 1987, por ocasião da morte de Edgar P. Jacobs, celebrado autor de Blake & Mortimer, o jornal mostrava como se devia fazer.  


Em 21 de Fevereiro de 1997 apareceu outra edição totalmente ilustrada no mesmo espírito que agora o Público copia:

 

Em 22 de Janeiro de 1998 o Libération teve mesmo outra edição idêntica, totalmente ilustrada com desenhos de autores de banda desenhada nesse número também consagrado ao festival de Angoulême, a capital da bd.

 


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