sábado, setembro 07, 2024

O Ministério Público é criticado há 30 anos...e sempre pelos mesmos.

 A indivídua que foi directora do Público e agora escreve no jornal quando lhe apetece, publicou um artigo de página a zurzir na PGR Lucília Gago e no Ministério Público por antonomásia. Bárbara Reis é o nome, sinónimo de sectarismo, ignorância e arrogância, misturadas em doses similares.

Hoje a vítima é a actual PGR Lucília Gago porque...sim. Porque se dignou dizer publicamente que o primeiro-ministro António Costa era suspeito de malfeitorias num processo e por isso se desgraçou perante estas sumidades do sectarismo ideológico de esquerda, no caso socialista. 

O motivo próximo do escrito é o discurso da actual PGR na última intervenção pública antes da ida à A.R. em que referiu existir actualmente um "súbito e muito recente interesse que a actividade do Ministério Público aparenta hoje despertar". E ainda que seja de "lamentar que esse súbito interesse muito recentemente manifestado não haja há mais tempo eclodido". 

O ponto de interrogação da indivídua surge à palavra "what" por ter detectado em tais declarações um desconhecimento do historial de contestação ao Ministério Público ao longo dos anos...apresentando como prova o estudo de 2017 sobre os "40 anos de políticas de justiça em Portugal" que então amadrinhou como apresentadora e pouco depois de ter saído da direcção do jornal Público. 

Vejamos: 

A história do Ministério Público e a sua génese já foi contada por aqui, em diversas ocasiões. Uma das intervenções mais importantes quanto ao papel definidor da função do MºPº foi indicado pelo advogado Germano Marques da Silva em 2003, em entrevista ao O Diabo:

E o professor-advogado Germano Marques da Silva, dizia em 28 .10.2003 ao mesmo jornal, no rescaldo da prisão e libertação do então arguido Paulo Pedroso, no caso Casa Pia, algo que anda muito esquecido no MºPº, como o prova este parecer-directiva: "O MºPº como órgão de administração da justiça não deve procurar fundamentalmente a acusação mas procurar a verdade  e por isso tem de fazer a investigação também a favor do arguido". 

Sempre houve ao longo das décadas um interesse na actividade do Ministério Público e em certas ocasiões tal atingiu o paroxismo da crítica mais acerba como foi no tempo do processo dos hemofílicos que envolveu Leonor Beleza e que até teve direito a um livro do seu advogado Proença de Carvalho, um dos sempiternos críticos da instituição tal como ela funciona. 

Não é de agora todo o rol de entalados a tecer críticas e a mostrarem o lado cabalístico das investigações que os consomem e seria simplesmente estulto entender que a actual PGR não sabe disso, pelo que é mesmo estultícia da indivídua escrever isso mesmo. 

O que releva agora não é isso, mas outra coisa: o manifesto dos 50 mais uns tantos, não é a sequência de intervenções críticas a que o Ministério Público sempre esteve sujeito e que todos os PGR sofreram na pele profissional, sem excepções, sempre que atingiram o núcleo duro dos partidos de poder, seja o PSD seja principalmente o PS e que estas indivíduas estão sempre prontas a carregar a cruz e a tomar as dores, todas as dores, por razões que só as mesmas entenderão, mas não é difícil de adivinhar. 

O que a actual PGR disse foi outra coisa distinta: 

Durante todo o mandato da PGR tudo se passou em silêncio quanto a manifestos críticos da actuação do MºPº, seja no crime, no cível no comércio ou no administrativo, pelo menos com a violência mediática que agora se manifesta. 

Só agora, quando um outro primeiro-ministro do PS, no caso António Costa,  foi incomodado é que surgiram subitamente, em coro, aliás bem afinado e com solistas a preceito  acompanhados das coristas de perna alçada e a voz baritonal do komentário avulso e uniformizado nas tv´s as críticas à actuação deste Ministério Público de sempre e que sempre foi alvo de críticas. 

Subitamente, recente e de surpresa, como disse a PGR. 

A única palavra com que não concordo é a "surpresa", porque de facto esta gente de que esta indivídua faz parte, já não deveria surpreender nada nem ninguém, porque são sempre os mesmos...como aliás a indivídua acaba por reconhecer. 

E isto não acontece há 50 anos como a mesma pretende mas cerca de 30 mais coisa menos coisa. Sempre que o PS esteve no poder, na realidade, houve destas farsas. E irão continuar.

Sempre que está em jogo a política aparecem sempre  os cornetins e corneteiros, as trompas e os trompeteiros desta autêntica fantarra mediática. 

Esta indivídua pertence ao grupo dos pífaros. Perdão, pífios,

Sem comentários: