Hoje fui ler o obituário do Público sobre Brian Wilson, assinado por Mário ( e não João) Lopes. Pobrinho, sem rasgo personalizado, quase todo copiado, nos factos e referências, sem indicação de lugar de origem, com ideias feitas por outros. Enfim, o costume.
Escrevem tudo isto como se tivessem aprendido nalgum lugar, num tempo incerto, as afirmações que suportam os factos ou as considerações subjectivas que produzem efeito. Para mim, parece-me tudo de cor, ao ponto de duvidar se alguma vez ouviram realmente a música sobre que escrevem.
Por mim, ao menos, indico onde vou buscar as referências e porque escrevo o que escrevo e só digo que Good Vibrations é uma excelente composição porque a ouvi já muitas vezes, em várias versões e em tempos diversos. Não é certamente por outros dizerem o mesmo.
Mas se me perguntarem quais as canções que me surpreenderam quando as ouvi pela primeira vez, já em plenos anos noventa do século que passou, apenas me lembro de algumas que então me cativaram o ouvido. Ten little indians, por exemplo, do primeiro album, de 1962, uma cançoneta de Brian Wilson em parceria com Gary Usher, pode ser ouvida em versão mono ou num stereo simulado que então se chamou duophonic, um processo técnico e de estúdio destinado a modificar a matriz em mono, fazendo-a soar como se fosse stereo, através de um quase imperceptível "delay" introduzido entre os canais direito e esquerdo.
Qual o melhor som? A primeira canção Surfin Safari, ouvindo a versão em cd, mesmo na edição Not Now, de 2013, o stereo simulado suplanta facilmente o som mono que era o original. Se ouvirmos a versão do cd de 2001 em hdcd 24 bits, rematrizado, a diferença ainda é mais notória.
Se formos ouvir a mesma canção em versão vinil original do lp Best of Beach Boys de Nov 1966, edição uk ou a versão em stereo duophonic da versão americana, em reedição de 1972 da Capitol, a preferência é clara também: a versão em mono é superior, para os meus ouvidos.
Enfim, particularidades que permitem escutar o som, que no fim de contas é o que interessa na música. O resto é história ou historietas. E estes sons e respectivas diferenças não se escutam na internet ou em qualquer spotify ou mesmo qobuz. É preciso ouvir a "real thing" e comparar.
A canção Good Vibrations, tão celebrada, foi assim explicada por Mike Love na sua biografia de 2016, Mike Love, My life as a Beach Boy ( Faber & Faber):
Quanto a Pet Sounds nem sequer o tenho em vinil, por uma razão prosaica: não sei ainda qual a melhor versão do lp. Há quem jure que nem sequer é a original, da Capitol, mas a que saiu em 1972, emparelhado com Carl and the passions e em versão mono.
Mas tenho esta versão, comemorativa dos 50 anos da publicação do disco em cd e bluray e...basta-me.
É em formato grande, de album e com notas explicativas assinadas por David Frick. Assim:
Na imagem aparece o disco Smile que em 2004 Brian Wilson decidiu recompor mas não é a gravação original. Essa só apareceu em 2011 com as Smile Sessions.
E mais uma vez, nestas merry melodies, that´s all folks!
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