Brian Wilson...quem, afinal? Praticamente só o conheci quando o músico já tinha composto a maior parte das suas obras-primas que tocava num grupo familiar, os Beach Boys, que juntava os irmãos Carl, Dennis e Brian ao primo Mike e ainda os vizinhos Al Jardine e mais tarde Bruce Johnston. Al Jardine também ficou pouco tempo e saiu, temporariamente, entrando David Marks para o seu lugar nessas primeiras gravações.
Para os orientar no negócio, o pai, Murry ( e não Murray). A música fluía em casa dos Wilson e rapidamente decidiram compor música própria.
O primeiro single que os cinco Beach Boys gravaram para a Capitol Records foi 409 e Surfin Safari, em Junho de 1962 e com um sucesso assinalável: 14º lugar nos "charts".
O primeiro LP, Surfin Safari saiu em Outubro de 1962 e tinha composições que ainda hoje soam frescas como na época. Só que...nunca as ouvi nessa altura.
Nem essas nem as dos albuns seguintes ( Surfin Safari, Surfer Girl e Little Deuce Coupe em 1963, já com Al Jardine; Shut Down Vol 2, All Summer Long, The Beach Boys Christmas Album em 1964; The Beach Boys Today, Summer Days and Summer Nights, Beach Boys party, em 1965, albuns que concentram o génio de composição do grupo, e os seus maiores êxitos.
Em 1966 saiu o lp que é considerado um expoente da música popular, Pet Sounds, uma obra-prima e que precede Sgt Peppers dos Beatles e que tem Brian Wilson como alma mater.
Sem Pet Sounds não haveria Sgt Peppers, disse George Martin, produtor dos Beatles e Paul McCartney ficou admirado com a obra musical que ouvira, ainda nesse ano, particularmente as "linhas do baixo". Não inventei isto, nem fui ler à Wiki, vem num livro de 2004 sobre os Beach Boys de Keith Badman- Backbeatbooks.com. Quando descobri os Beach Boys nada disto eu sabia nem tinha por onde saber.
De resto a obra de Brian Wilson fica quase toda compreendida nestes albuns a que se junta um outro que não chegou a ser publicado na época em que foi composto e portanto se tornou mítico: Smile que só viu a luz da publicação em 2011 com a exploração das "Smile Sessions".
Enfim, em 1966 foi publicado o maior êxito dos Beach Boys e de Brian Wilson: Good Vibrations, em single, em Outubro desse ano.
O Smile não apareceu e em vez disso surgiu Smiley Smile em Setembro de 1967 que também trazia Good Vibrations mas não era a mesma coisa mítica, do outro.
A partir daqui, a estrela criativa de Brian Wilson empalideceu, devido ao desequilíbrio emocional permanente, embora os discos da década seguinte, para mim, sejam porventura dos melhores dos Beach Boys.
Nos anos seguintes a discografia ampliou-se com Wild Honey, em 1967, Friends e Stack o Tracks em 1968; 20/20 em 1969; um album ao vivo em Londres, Sunflower em 1970; Surf´s Up em 1971; Carl and the Passions em 1972 e Holland em 1973.
E pararam por aqui até 1976 em que Brian Wilson pareceu ressurgir do espesso nevoeiro mental que o escondia dos companheiros musicais e afastava do convívio com o público em concertos. Porém, nunca saiu completamente desse nevoeiro fatal que o invadiu.
Até 1976, a música que conhecia dos Beach Boys resumia-se a duas ou três composições: Good Vibrations, claro; talvez Barbara Ann ( um single de 1965) e a muitas vezes mencionada no rádio da época, nos programas selectos em que intervinham os intelectuais da crítica musical ( João Filipe Barbosa, por exemplo) , God Only Knows ( de Pet Sounds) , considerada talvez a maior composição de Brian Wilson, a par das maiores de sempre de todos os tempos. Uma pequena sinfonia, diziam...enfim.
Até que em 1976 descobri isto nos escaparates:
A Rolling Stone, a minha revista preferida de então, tinha uma capa intrigante sobre a cura de Brian Wilson! Cura de quê? Pois, explicava então num artigo ( que nem li por inteiro):
Sem comentários:
Enviar um comentário