quinta-feira, janeiro 22, 2004

Graçolas semióticas em círculo de giz ( quem quiser que o desconstrua- apagando-o da memória).



Este texto, escrito por um dalton, algures, é um palimpsesto e como tal, integralmente copiado e modificado, pelo copista em vertigem e furor de escrita. É um texto eventualmente pedântico e asneiroso. É uma brincadeira e aqui fica guardado, porque no sítio onde estava, já não serve. E atrás deste post virá outro, se Deus quiser,... que o porá no seu lugar- de arquivo!

Este trabalho é, assim, algo forçado. Como suspeito que muita gente começa a descobrir as alegrias da escrita no éter e a repensar palavras esquecidas, perceber-se-á que o écran na minha frente é que me obriga; um papel, nunca teria tal força. Mas ainda bem, porque assim a imagem está em segundo plano e a experiência continua.

Ao ler alguns “papers” universitários e disponíveis nestas bibliotecas virtuais, na net, como este de um conhecido de outras paragens – Luís Rocha - suscita-se-me o deslumbre do desconhecido e a perplexidade de uma ignorância.

Li o paper com a acuidade que não tenho: escapam-se algumas coisas, como seja isso do “disembodiment” que para minha conveniência traduzo por despersonalização e que equivale neste caso a desmascarar ( mascara, sendo igual a persona). Começa logo aí um equívoco e outros se seguiriam como num cacho pantagruélico ou, para usar outra imagem, numa wide web .
Estes termos são polissémicos e a nova linguagem cibernética é matreira: como é muito nova, foi beber onde era mais fácil e de repente onde uns falam de alhos, outros percebem bugalhos ou buganvílias. Semântica e semiótica, neste campo, não são bem a mesma coisa que no campo linguístico e se tais palavras se Saussurravam há mais tempo, fizeram um Eco enorme nos meus ouvidos, ao ler O Nome da Rosa.

O problema fundamental aqui é o da comunicação. Aqui, na blogosfera, é necessariamente a transmissão de mensagens escritas; e para mim é o exercitar contínuo de uma habilidade no uso da forma e da sintaxe para compor e decompor a riqueza do léxico e a abertura semântica duma palavra ou conceito.
Quem sabe falar este linguarejar melhor do que ninguém, são os nossos especialistas em eduquês e a mim sempre me afligiram. Quem maneja estes conceitos como o ninja lida com o sabre é o nosso sempre estimado EPC.Raramente percebi patavina do que ele escrevia sobre isso: Derrida, Saussure, et al.
Mas gosto do ECO que essas palavras fazem. Soa-me bem!

Esse paper do Luís Rocha começa com um Abstract, o que me delicia sempre que o vejo: é sinal de conferência, congresso, viagem; David Lodge na bagagem e ver que o Mundo é Pequeno.

Uma frase me capturou a atenção: “ evolving system is that they implement na embodied, evolving semiosis ( ESS) with theirs environments”

Para mim, o que define um sistema evolutivo blogueiro é a susceptibilidade em implementar( aaarrrgh!), digo, em consolidar ( humm..), digo em produzir semioses no seu ambiente acolhedor habitual.
É o que busco muitas vezes nestas paragens: uma experiência literária, com riscos para a imagem do copista.
Gosto de citar o Umberto Eco , sempre que o assunto encarrila por aí. O Eco é uma estação de paragem obrigatória para quem apanhar esse comboio. Estudou a ciência dos signos, ampliou o conceito e divulgou algumas ideias sobre isso. A cibernética veio atrás. Para entrar na carruagem e apanhar um lugarzinho confortável, junto à janela, enquanto se espera nessa estação, indico um link muito interessante de uma cabeça pensadora da Universidade da Beira Interior que também escreve Abstracts.

Para não fazer a figura da imagem da primeira página, fui ver umas coisas:
Mergulhei no site do John McCarthy e saí de lá vivo e com o site nos favoritos; fui ao sítio do Ray Kurzweil - e a música era vertiginosa mas agradável; li uma entrevista com o Jaron Lanier - e fiquei contente e optimista; fui à Wired de Abril 1999 e assustei-me com Bill Joy e penso rever o A.I. do Kubrick/Spielberg, porque é uma fantasia.

Fica-me uma pergunta: será possível algum dia pôr uma máquina a analisar e decidir se é coisa boa para todos nós o que se prepara para o Iraque , neste momento( a pergunta já tem meses...)?! Como a pergunta foi colocada nesse tempo, trasmuda-se em ...o que se prepara na Justiça, após o caso de que se fala?!

Quanto aos blogs e seus animadores, concordo com um certo Difool : não quero ser um estereotipo. Quero a minha liberdade de comunicar ideias, mesmo através de personagens virtuais. Nunca deixará de existir um bonecreiro por detrás e esse está identificado logo que se faz log in...

Assim, o problema dos disembodiments e dos web semantics, aqui não interessará muito( e assim penso safar-me da manápula Goliana de quem domina estas matérias...). O círculo circunscreve-se ao problema linguístico e das significações várias : é um problema de linguagem e não de personagens ou de nicks.
O comboio que está em marcha é o da semântica e semiótica: aliquid stat pro aliquo. Algo que está por algo , para alguém. E tem uma carruagem de carvão, atrelada e chamada método de raciocínio para se alcançar o conhecimento do que é escrito. Se o carvão falha e os passageiros viajam em carruagens de comboio malandro, com bancos de madeira e janelas abertas, bagageiras atafulhadas e cheiros derretidos, com algazarra generalizada, só com muita indulgência a viagem será um prazer. E não há boa comunicação.
Esta, por exemplo, é para a minha leitura de copista e fica aqui guardada.
Para relaxe e descanso das guerras jurídicas.









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