terça-feira, março 02, 2010

Os bufos do jornalismo


O jornal i, na sua edição de hoje não arranjou melhor para manchete do que uma notícia decorrente de uma actividade de bufaria. Denuncia publicamente o nome, morada profissional e actividade do autor de um blog anónimo que circula por aí há muito tempo. E fá-lo na sequência de diligências próprias do jornal para a descoberta do autor do blog anónimo.

Se os blogs se derem ao cuidado de identificarem as fontes do jornal i em certas matérias, cairia o carmo e a trindade. Assim, colocam em manchete a notícia fantástica cujo conteúdo é equívoco e suspeitoso, no mínimo.



É um blog de apaniguado deste Governo e que se chama Jumento, apropriadamente.



Sobre o autor identificado pelo i, deve dizer-se que não se descortina o motivo da notícia a não ser que o mesmo foi alvo de uma queixa-crime, em 2005, formulada por Paulo Macedo, antigo director-geral das contribuições e impostos, relativa a putativas ofensas à honra do convento em que o mesmo então oficiava.


O i refere outro putativo facto dessa queixa que é a publicação de documentos confidenciais da DGCI, no blog em questão, mas não é coerente com a alegação seguinte de ofensa ao bom nome da instituição e seus representantes.


Não obstante, se o crime imputado for o de ofensa a pessoa colectiva, ( ou mesmo individual) como tudo indica, deve dizer-se que é crime prescrito. A pena é de seis meses de prisão, o facto ocorreu há mais de dois anos e é esse o prazo de prescrição (118º nº 1, al. d) do C.Penal).


Não se entende por isso a diligência de bufo do jornal em artigo assinado por Paulo Pinto Mascarenhas.


E diligência de bufo porque fazer o papel de porteira num caso como este não tem outro significado.

O autor do blog apropriadamente assinado Jumento é um burro velho da blogosfera que se torna especialmente irritante quanto assume o papel de apaniguado, à outrance, do poder que está. Defendeu sempre a defesa dos apaniguados deste satus quo podre de corrupção moral e material. Defendeu sempre os entalados no caso Casa Pia e atacou quem os incomodou, nomeadamente Souto Moura.

Quand même, entrou agora em euforia, assumindo a identidade provavelmente porque sente as costas quentes de quem lhe apanigua os postais.


O burro do Jumento é um outro Abrantes da blogosfera, e assumiu o anonimato, pelos vistos relativo, porque é funcionário público no activo.



Ainda assim, o burro do Jumento tem o direito a não ser mostrado à populaça num gozo alarve de quem espeta do dedo e indica: foi este, senhor polícia!

É um acto que mete nojo, a meu ver. Porque não tem qualquer motivo justificativo e suficiente para tal suceder. A não ser um qualquer motivo obscuro que o jornalismo do i não esclarece.

Importam-se de esclarecer, então?

Questuber! Mais um escândalo!