segunda-feira, julho 07, 2014

Ultra-direita, um resquício do salazarismo

"Mais do que mudar de regime político, os portugueses- com o golpe militar de 25 de Abril de 1974- mudaram de país".
Esta frase, atribuída a um jornalista estrangeiro,  vem citada no livrinho "Acuso Marcelo Caetano", de E. Freitas da Costa que conheceu o último governante do Estado Novo trinta e tal anos antes e o acusa de ser o responsável directo pelo golpe, imputando-lhe ainda a intenção de  querer voltar a governar, após um breve interregno spinolista.


A explicação deste salazarista irredutível, aparece nas breves cento e vinte e poucas páginas, em que acusa Marcelo Caetano de ter repudiado a herança de Salazar, logo em Setembro de 1968, quando tomou o poder, o que segundo o autor constituiu uma verdadeira "derrocada moral":


Este entendimento dos "ultras" do Salazarismo ainda hoje peregrina por aqui e por ali, como explicação esotérica do golpe militar de 1974 e assenta num ressentimento para com Marcelo por ter de alguma forma traído certos ideiais, imaginativamente atribuídos ao próprio Salazar.

Esta tergiversação marcelista, para o autor,  é a raiz do mal que desembocou no golpe militar de Abril de 1974 e tudo o que o próprio Marcelo vituperou depois aos "heróis de Abril", já aparecia usado na argumentação de Freitas da Costa, o que não deixa de ser irónico.

Como raiz de tal pensamento, o autor do livrinho começa por explicar a "origem" de Marcelo Caetano como fautor de uma "Ordem Nova" de inspiração fascista" e que depois abandonou, convertendo-se ao modernismo doutrinário, numa metamorfose que abandalhou os velhos princípios de "Deus e a virtude, a Pátria e a sua história, a Autoridade e o seu prestígio, a Família e a sua moral, a glória do Trabalho e o seu dever".
Em 6 de Junho de 1981 o Expresso publicou uma página sobre este episódio da vida de Marcelo Caetano.

Ao mesmo tempo, na página anterior, do mesmo número, um artigo de Marcelo Rebelo de Sousa ( whoelse?) fazia o obituário de A Rua, o jornal dirigido por Manuel Maria Múrias que então venderia, na melhor das hipóteses, uma dúzia de milhar de exemplares.


 Em 4 de Junho de 1983 o mesmo Expresso mostrava um acontecimento sem repetição: "cerca de mil pessoas comemoram o 28 de Maio" de 1926, no Porto, revivendo o salazarismo à maneira ultra.



 Não obstante, estes "ultra" tinham uma história que vinha dos anos vinte, pelo menos.
O Expresso contava em 24 de Maio de 1986 tal visão dos "alegres anos vinte", entrevistando António Lopes Ribeiro, o cineasta do regime de Salazar e também Fernanda de Castro, mulher de António Ferro.
E a quem é que o Expresso deu a primazia de contar esta História? Pois, aos mesmos de sempre: Fernando Rosas et al que em Novembro desse ano de 1986 iriam realizar um "Colóquio" na Gulbenkian, sobre o Estado Novo. Vem de longe esta História...




Com estes historiadores e estas efemérides os "ultra" do salazarismo descansaram em paz, no sono derradeiro.
Caetano, esse, nem conta para esta História. 

Merecemos nós, portugueses em geral esta História assim contada por esquerdistas da memória que não sabem contar contos sem lhe tiraram pontos?

176 comentários:

Floribundus disse...

em 25.iv o novo regime transformou esta coisa em
'rectângulo de aviário'

a começar pelo MONSTRO

como qualquer regime o salazarismo não foi pacífico e morreu com a suas queda

MC caíu em desgraça
o ex-PR Craveiro Lopes, manteve sempre relações frias com o PM

por isso foi substituído pelo Almirante Tomás

ficou sempre por explicar o seu suicídio em 64

aconteceram factos estranhos na viagem que lhe organizaram a Angola.

conheci-os por quem o recebeu oficialmente numa das suas deslocações (era de direite, apoiante di Hitler e do gajo do caco)

no começo dos anos 50 havia movimentos independentistas com brancos que foram liquidados pela pide

havia os movimentos de africanos na Casa de Estudantes do Império

o Angolano António aceitava em 51 qualquer solução para o problema colonial
e não só ele

Anibal Duarte Corrécio disse...

Foi na àrea dos Costumes, anos antes do 25 Abrilista, que o regime começou a desmoronar.

O regime foi incapaz de evoluir, quedando-se pelo apoio à moral vigente, fazendo a apologia e a manutençao de regras sociais caducas.

(A Europa já remava, neste domínio, noutras direcções)

A Mulher não era reconhecida.

Os pirosos do lápis azul eram analfabetos.

Éramos governados por uma casta intermédia de botas de elástico e de mangas de alpaca que se julgavam donos das repartições públicas.

Havia muita fomeca no Alentejo e os grandes latifundiários faziam gala e ostentação do poder que detinham.

No norte um dito popular referia que "Quanto mais filhos tinham os pobres, mais criados teriam os ricos"

Miguel Dias disse...

Para melhor compreendermos esta "fase de facismo à italiana" na qual Marcello Caetano terá tido ilusões, é importante lermos a Introdução às "Minhas Memórias de Salazar" feita por José Freire Antunes, na 4ª edição. Marcello perdeu todas as ilusões na solução à italiana, e comunicou essa desilução ao próprio Salazar, vide "Cartas Secretas" de José Freire Antunes.
Sectores mais atávicos dentro do regime nunca tolerariam - ou melhor, olhariam sempre com muita suspeita e pouca condescendência - um "sucessor" de Salazar, fosse ele Marcello ou a personalidade A, B, C ou D.
Esta obra de E. Freitas da Costa é fruto de um ressentimento, de um saudosismo irracional, e a sua tese não possui qualquer fundamento lógico.

Miguel Dias disse...

Faltaria explicar qual a relação causal, e directa portanto, entre uma ilusão "italiana" na juventude de Marcello Caetano e o papel deste Estadista no golpe 25 de Abril, e a suposta inércia ou o "intencional abandono" do próprio na manutenção do regime com o objectivo de mais tarde o recuperar com outra aura, talvez de algum "Salvador da Pátria", nova encarnação do mito sebastianista.
A tese de E. Freitas da Costa não possui qualquer base lógica ou argumentação coerente.

Miguel Dias disse...

A comemoração do 28 de Maio, narrada no Expresso, feita em 1983 terá sido - na minha humilde opinião e numa leitura superficial - mais "folclore" do que propriamente um movimento com suporte intelectual e orgânico.

zazie disse...

Treta. Que treta essa da mulher não ser reconhecida.

As mulheres dirigiam o que queriam, tinham poder, incluindo o político e podiam fazer carreira no que bem entendessem.

Essa é gigantesca patranha. Tenho exemplos de família que o negam em absoluto.

zazie disse...

Não existiam por cá costumes mais esquisitos do que existiam na Bélgica ou mesmo em França.

Isso é treta. Antes pelo contrário. Tenho até ideia que a geração que nasceu na primeira década do século XX teve até mais liberdade que a de meados de 50 ou 60.

As escolas eram mistas, as mulheres conviviam com homens, o resto era a diferença natural dos grupos sociais mas isso é assim em toda a parte e depende das épocas.

zazie disse...

As reitoras dos liceus tinham liberdade e poder como não têm hoje todos os que servem a disfunção pública ou andam às ordens das "forças vivas político-partidárias" da terra.

Anibal Duarte Corrécio disse...

Ainda há a considerar que a ala mais conservadora do regime liderada pelo corta-fitas Américo Tomás recusava mais aberturas políticas, que Marcelo Caetano ia com 'prudência' administrando e implementando tentando assim manter a ponte com os ultras.

Em termos genéricos e para ajudar à reflexão, poderíamos sustentar que Marcelo Caetano ficou 'entalado' entre o inquilino de Belém e aquilo que este representava e os sectores progressistas da ala liberal da AR da altura.

Faltou~lhe maior atrevimento politico e uma politica de alianças com esses sectores para ultrapassar a impotência em que se encontrava e fazer valer verdadeiras reformas políticas.

Por outro é bom não esquecer as repercursões da crise petrolífera de 1973 que se fez sentir em Portugal.

A continuação da Guerra Colonial, com o consequente derrame financeiro para a sustentar, travou outros investimentos no continente, para não falar do sangue derramado que, não sendo muito, tinha um impacto negativo nas gerações mais novas que detestavam 'a guerra' e procuravam a todo o custo avançar nos estudos para ingressarem nas carreiras de sargento/oficiais e fugir à exposição a que os soldados estariam sujeitos na frente de batalha.

zazie disse...

Aliás, as mulheres de esquerda, as que ainda por aí palram "memórias" ou tinham pertencido à Mocidade Portuguesa, ou já eram líderes de muita coisa na altura.

zazie disse...

Quanto ao Américo Thomaz e família, conheci-os desde sempre e posso garantir que eram pessoas normalíssimas e até bastante modestas em tudo.

As filhas dele tratavam o meu avô por "papá".

Conheci-os de perto.

Eles e até Ajudante de Campo, cujo filho foi meu colega e que tinha a maior liberdade familiar que se possa imaginar.

zazie disse...

A minha mãe ainda gosta de contar algumas histórias em como se comprova que não havia mordomias nem aproveitamentos dos cargos por parte deles.

E a minha mãe é de esquerda, tenho ideia disso, sempre foi muito mais escardalha que eu.

E ela conta até como uma vez, para uma cerimónia oficial, uma das filhas do AT tinha sujado uma luva.

E, em vez de ir comprar outro par, foi uma das minhas tias que lhe emprestou as luvas para o jantar de cerimónia.

zazie disse...

Isso de botas de elástico e mangas de alpaca é absoluto disparate.

Era gente muito mais culta, isso sim.

Anibal Duarte Corrécio disse...

As mulheres eram de facto seres livres e independentes, e organizações como a Obra das Mães pela Educação Nacional (OMEN), a Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) e o Movimento Nacional Feminino (MNF)lutaram para que fosse reconhecido a igualdade de direitos com o Homem que, de forma geral, andava sóbrio quando chegava à noite a casa, e era muito ternurento e amigo da sua esposa.

O divórcio era uma realidade no antigo regime e as mulheres eram de facto seres livres e independentes.

Miguel Dias disse...

Até uma personalidade como José Silva Lopes (economista), ideologicamente distante do Estado Novo ou insuspeito de simpatias para com aquele regime, acabou por reconhecer que o "marcelismo" foi o período de maior crescimento real da economia portuguesa, («A Guerra de África», José Freire Antunes, 1995, Lexicultural).

zazie disse...

V. fala por chavões. Mais nada.

As mulheres eram tão livres como em qualquer outro país da Europa.

Não havia era libertinagem, o que é outra coisza.

Os meus pais divorciaram-se antes do 25 de Abril.

Não sei onde é qeu leram essas patranhas e como as conseguem repetir, sem haver gente da vossa família que o negue.

Fico sempre espantada.

Dá ideia que v.s nem pais tiveram e os avós nem sabem o que é porque só têm memórias da vossa biografia ou do que têm de ler.

Anibal Duarte Corrécio disse...

O divórcio foi legalizado em 1910. A Zazie, como fêmea, anda um pouco esquecida...

zazie disse...

As mulheres eram livres e independentes, tanto quanto os homens que eram livres e independentes.

Para além disso, também fizeram parte de uma geração, aqui, como noutros países, em que havia casamento e o marido sustentava a casa.

Coisa que era natural e tinham no casamento a maior independência que agora nem sabem o que é.

As que queriam também tinham amantes ou divorciavam-se e podiam trabalhar e ser independentes porque o acesso a estudo era igual para todos.

Com a diferença que nem havia desemprego e qualquer rapariga com um curso básico de dactilografia ou de línguas tinha trabalho como nem tem hoje com curso superior.

zazie disse...

Uma das minhas tias foi viver para o estrangeiro, trabalhando no corpo diplomático. E foi sozinha, antes dos 30 anos, como o foram muitas jovens.

Conheço velhotas que vivem em Londres que fizeram por lá a vida de modo idêntico.

Algumas gente do povo, sem grandes estudos.

No caso da minha tia foi colega de curso do Hermano Saraiva. Dessa geração lisboeta tenha feedback suficiente para lhe garantir que está a fazer de papagaio de vigaristas.

zazie disse...

Não fui em quem disse que era proibido divórcio. Foi v. ou outro palerma que o escreveu aí em cima.

Estou farta de ouvir a patranha a dezenas de palermas.

Anibal Duarte Corrécio disse...

Sou do tempo em que quando o caseiro ia pagar a renda ao senhorio ,este dizia: “mande-me cá a pequena”... já se sabia…

Exploravam o trabalho dos filhos e desgraçavam-lhes as filhas…

Era de facto um tempo admirável, do ponto de vista dos Costumes.

Que saudades desse tempo, destes costumes.

zazie disse...

Não tinha idade para me divorciar, sequer.

Mas lembro-me do divórcio dos meus pais.

Foi feito de comum acordo e até estavam casados pela igreja.

Floribundus disse...

dos homens invertidos
passou-se à estória invertida

um operário da indústria onde trabalhava era comuna em 1961 e ofereceu-se para ir matar pretos em Angola

regressou com um colar de orelhas esquerdas que exibia com ostentação

por ser alentejano esquelético os romanos chamavam-me 'morto di fame'

a 1ª coisa importante que me sucedeu foi minha MÃE ter casado em segundas núpcias com um 'ratinho' e ter ido viver aos 7 anos para a região

fico em dívida para com o 2º marido de minha MÃE e para com ELA.

o estado sempre foi uma M....,
principalmente este

onde existe inveja e ódio dum arrebola caixotes a gente fina do MONSTRO

zazie disse...

É pá, se v.s são pessoal das barracas, não tenho culpa.

O pessoal das barracas tomou o poder, portanto até acabaram bem.

zazie disse...

Fluribundus: conte lá.

Em que data é que a sua mãe se casou em segundas núpcias em Portugal, porque estes pascácios acham que nessa altura andavam de burka e e estavam amarradas ao serralho.

Anibal Duarte Corrécio disse...

Ser homem ou mulher antes do 25 de Abril significava ter direitos e obrigações bem diferentes.

'Igualdade' entre os sexos era algo impensável antes do Abrilismo.

As diferenças começavam nos salários e chegavam até às autorizações para casar.

Desconhece isto quem não viveu antes do 25 de Abril comuna

Anibal Duarte Corrécio disse...

E julgava eu que o divórcio antes do 25 abrilista estava ao alcance das classes trabalhadoras...

zazie disse...

Mentira.

Eu sou exemplo vivo de que era possível igualdade entre sexos.

Nunca ninguém mandou em mim e corria a pontapé quem me chagasse, como agora o faço virtualmente.

Nunca, em momento algum da minha vida, tive menos liberdade para o que entendesse que o meu irmão tinha ou que qualquer rapaz da minha idade também tinha.

Nunca.

Posso afirmá-lo.

Agora, quem nasce para galinha até pode ser galinha no século XXI ou XXII que isso é inato.

Anibal Duarte Corrécio disse...

A mulher, antes do Abrilismo, tinha que ser preservada para o casamento, como em qualquer sociedade patriarcal, com os seus atributos, entre eles a virgindade.

Para além da virgindade, o risco de gravidez e de ser “mãe solteira”, sinal evidente da falta de “honra”.

Os abortos secretos salvavam a honra, tal como os “casamentos à pressa”, com o namorado que “foi obrigado a casar”.

(Parece que há aqui senhoras que comeram muito queijo em 74...)

Anibal Duarte Corrécio disse...

Foi na àrea dos Costumes, anos antes do 25 Abrilista, que o regime começou a desmoronar.

O regime foi incapaz de evoluir, quedando-se pelo apoio à moral vigente, fazendo a apologia e a manutençao de regras sociais caducas.

(A Europa já remava, neste domínio, noutras direcções)

A Mulher não era reconhecida.

Os pirosos do lápis azul eram analfabetos.

Éramos governados por uma casta intermédia de botas de elástico e de mangas de alpaca que se julgavam donos das repartições públicas.

Havia muita fomeca no Alentejo e os grandes latifundiários faziam gala e ostentação do poder que detinham.

No norte um dito popular referia que "Quanto mais filhos tinham os pobres, mais criados teriam os ricos"

zazie disse...

Andei na escola da câmara, a mesma onde andava o meu irmão e ia de calções para as aulas, por baixo da mini bata branca.

Fiz exame da 4ª classe em calções.

Ainda tenho fotografias assim vestida e de mochila às costas.

A mochila é que era novidade por cá e foi a minah tia que me trouxe do estrangeiro.

Sempre fiz ginástica em maillot e ganhei medalhas de competição por exigir fazer ginástica com o mesmo maillot que usava no clube atlético em que também fazia ginástica.

Andava de jeans na rua e ia passear sozinha com a minha cadela para a dita "montanha" onde viviam os ciganos.

Sempre convivi com rapazes na mais compelta liberdade.

Fiz parte de grupos de rua.

Ainda hoje digo que a minha ética foi aprendida na "seita das zundapps gamadas".

A seita era bando de rapazes e eu andava nela nas calmas.

Se isto não é igualdade é porque v.s aora é que são meninas


":OP

zazie disse...

A virgindade quem a queria guardar, guardava-a, é como aquelas coisas...

Guardava-se para o especial.

Agora é uma sorte as que são especiais para alguém ou que vivem esses momentos com romantismo.

zazie disse...

Os abortos agora comem. andam e cagam.

zazie disse...

Casar por obrigação havia de ter piada.

Isso era nas comédias italianas.

V.s devem ter os avós em lares ou nem sabem o que isso é.

Anibal Duarte Corrécio disse...

Já agora também é de referir que o uso como contracetivo da pílula - vendida em Portugal a partir de 1962 como medicamento para regular os ciclos menstruais - generalizou-se após o Abrilismo, tal como o acesso a consultas gratuitas de planeamento familiar nos centros de saúde, um processo iniciado em 1976, por ação do então secretário de Estado da Saúde, Albino Aroso, médico obstetra.

Ou seja, em matéria de costumes demos um passo em frente.

Já em matéria de organização do Estado e da vida(pré)democrática, demos cem passos atrás, ao admitirmos que 'Partidos antidemocráticos' pudessem conviver com partidos 'ditos democráticos'.

Há que separar o joio do trigo no Abrilismo, tal como no Estado Novo.

zazie disse...

Ter grupos de rua, andar na rua livremente até pela noite dentro, em grupos de pré-adolescentes é que é coisa que praticamente nem existe.

A liberdade de rua desapareceu com os assaltos e crimes e toda essa merda a que chamam progresso social.

Os miúdos são livres na consola ou frente ao computador.

E são crianças com pediatra até aos 16 anos. Quando aos 8 já andava tudo a fazer biscates para comprar a bicicleta.

Eu comprei a minha com o meu dinheiro e era uma miudita.
Era um dos primeiros passos para termos os nossos convívios e grupos.

No meu quintal vivia lá meio bairro e até entravam pela varanda da rua.

Desconheço em absoluto qualquer dificuldade em me relacionar e ter amizades com o sexo oposto, desde que me conheço.

Ainda me dou com o meu primeiro namoradito de infância.

zazie disse...

Nunca tomei pílula.

É uma merda que faz mal à saúde. Nem sei a que título se associa uma treta que até causa tromblofebites com "emancipação feminina".

Cheguei foi a conhecer francesa depois do 25 de Abril que tomava píllua e fazia todo o tipo de campismo a ver se coneguia arranjar namorado.

A malta até dizia que lá em França deviam achar que a pílula era talismã para dar sorte

":OP

zazie disse...

Aliás, moças sozinhas, sem conseguirem arranjar namorado e a tomarem pílula também deve ser uma consequência da dita emancipação.

Anibal Duarte Corrécio disse...

Espanta-me que certas mulheres que dizem ter vivido antes do 25 comuna não se recordem que naqueles anos pré-74, usar mini-saia era um acto de rebeldia quase político , recusar a vidinha do "ir aprender a servir" era um acto de bravura, desafiar pai e marido era um acto de coragem.

Provavelmente falam da sua experiência pessoal e confundem essa experiência com experiências de grupos sociais como sendo idênticas à sua...

( Aqui a tese do queijo não prevalece.. )

Floribundus disse...

já aqui disse que dos meus 6 anos (1936) até aos 17 anos eu, meus amigos e amigas, brincávamos nus aos casados

era tradição secular na minha aldeia alentejana e nas que frequentava

minha avó materna faleceu e estive 30 anos sem lá voltar

esta avó nascida em 1970 dirigiu uma fabriqueta de tecidos instalada numa ribeira afastada

durante a 1ª república a charneca alentejana era insegura devido aos assaltos dos 'malteses de pau e manta'

os 'ratinhos' faziam o serviço que os malteses recusavam

o preguiçoso deitado debaixo do chaparro disse para o cavaleiro
'-desça do cavalo e coloque a esmola na alcebêra da jaquêta'

nunca consegui ler as memórias do Alm. Tomás
aconselho a leitura do seu CV na PR

zazie disse...

Uma imagem que responde a tudo isso.

Já a tinha mostrado, aqui vai novamente.

A minha tia na Costa da Caparica, em 1950:

(é a que está com os miuditos, os afilhados judeus refugiados)

http://i19.photobucket.com/albums/b159/panotea/1950-Fraulein-Mecas-na-Costa-da-Caparica.jpg

Anibal Duarte Corrécio disse...

O regime do Estado Novo ao nível dos Costumes impôs como modelo de família dominante o que resultava de um contrato de casamento.

Face ao Código Civil a mulher podia ser repudiada pelo marido no caso de não ser virgem na altura do casamento, a família era dominada pela figura do «chefe» com total poder marital e parental, o marido tinha o direito de abrir a correspondência da mulher, e a lei permitia-lhe matar a mulher em flagrante adultério, sofrendo apenas um desterro de alguns meses.

O casamento católico era indissolúvel, existiam filhos legítimos e ilegítimos, nascidos dentro e fora do casamento.

Com o Abrilismo - e esta é a parte louvável deste regime ! - alteram-se estas situações absurdas: alteração da Concordata para os casamentos católicos obterem o divórcio civil, abolição do direito do marido abrir a correspondência da mulher, revogação das disposições penais que atenuavam, ou despenalizavam, os crimes em virtude das vítimas desses delitos serem as suas mulheres ou filhas, reforma do Código Civil com abolição das disposições discriminatórias do direito de família, quanto à mulher e quanto aos filhos. Com estas alterações, acaba-se o estatuto de dependência e a mulher passa ao estatuto de igualdade com o homem na família.

Cada um fala da experiência pessoal e está no seu direito.

Porém ignorar o que era legal, prevalecia como dominante e estava inculcado, não me parece correcto.

Mais 'complicado' é inferir a nossa experiência para o conjunto e concluir generalizando levando a supôr que tudo se passou «à nossa imagem e semelhança»...

zazie disse...

"repudiada por não ser virgem"

eehhehehe

Anedota. Vs. devem ter nascido de geração espontânea que de outro modo não se entende.

zazie disse...

Matar a mulher em adultério?

V. está a ler alguma novela ou está a falar a sério?

eheheheh

Se não está no gozo, até merece a pena guadar o que tem escrito porque é testemunho de uma geração que nasceu mesmo de geração espontânea.

Tenho para mim que os vossos pais sabem que vos mentiram mas é a tal mentira que por aqui se procura entender, como nasceu.

zazie disse...

Ok.

É copy paste do Militante:

http://www.omilitante.pcp.pt/pt/329/25_abril/857/Uma-revolução-na-Revolução---O-25-de-Abril-e-os-direitos-das-mulheres.htm

zazie disse...

Essas patranhas todas foram escritas agora, em 2014, por uma tal Fernanda Mateus

http://www.omilitante.pcp.pt/pt/?tpl=1958&author=Fernanda%20Mateus

Ok.

Comunismo é isto. Devem ter direito a fazer comícios nas escolas assim.

zazie disse...

A parte da mini-saia foi copiada ao ornitorrinco do raposo

http://clubedasrepublicasmortas.blogs.sapo.pt/1229956.html

Apache disse...

“Já agora também é de referir que o uso como contracetivo da pílula - vendida em Portugal a partir de 1962” [Aníbal Duarte Corrécio (ADC)]
Isto é uma forma de demonstrar como o Estado Novo era progressista, certo? A pílula obteve a sua primeira autorização de venda nos Estados Unidos, em finais de Junho de 1960 (e dois anos depois já se vendia em Portugal). Em França só se começou a vender em 1967, no Canadá, em 1969, em Itália, em 1971, em Espanha, em 1978.

“generalizou-se após o Abrilismo”. [ADC]
O Japão também está a pedir um “Abrilismo” porque a pílula, que só foi legalizada em 1999, ainda é usada por menos de 1% das mulheres.

“tal como o acesso a consultas gratuitas de planeamento familiar nos centros de saúde, um processo iniciado em 1976, por ação do então secretário de Estado da Saúde, Albino Aroso, médico obstetra.” [ADC]
Foi a partir daqui que os nossos impostos começaram a pagar as “quecas” de todos.

josé disse...

Os costumes têm muito que se lhes diga.

Nos anos 50, em 1952, na pérfida Albion, o matemático Alan Turing foi condenado por práticas homosexuais. Em vez de ir para a prisão, optou por ser castrado quimicamente. Matou-se dois anos depois.

Estes factos vêm no i de hoje, numa crónica de Nuno Ramos de Almeida.

Só os cito porque reparei no nome de Alan Turing e na circunstância de se estar aqui a falar de costumes, ligando-os à política.

Ora em Portugal não se ligavam tanto como na pérfida Albion. Essa condenação e perseguição aos rabetas só ocorreu porque tinha havido o caso dos espiões do círculo de Cambridge, bem retratado nos livros de John Le Carré.
Alguns eram homosexuais e comunistas e a caça às bruxas foi a consequência porque a pérfica Albion não queria ser comunista.

Salazar também não queria que Portugal fosse comunista.

E eu também não.

Unknown disse...

Boa Apache,
Um tipo olha para o Japão e pensa logo: eles precisavam era de um Otelo ou de um D. Vasco Lourençote para endireitar aquela merda...

Podemos também abordar os costumes e a moral sexual no Ultramar, especialmente em Angola e Moçambique. Duvido que, com excepção dos nórdicos, houvesse algum país europeu tão à frente...

Miguel D

Amélia Saavedra disse...

Interessante troca de comentários...
Mas e já agora a prostituição era legal antes do 25.iv, certo?
Ainda lembro-me de uma visita que fiz a uma amiga no Alentejo (via autocarro) e ter conversado com uma alentejana durante a viagem e falar sobre a dita prática... e o que me surpreendeu na altura foi ela aceitar tal prática como algo perfeitamente normal... isto foi nos anos 90.. e a senhora já devia estar na casa dos 50 anos de idade...
Falou-se também em filhos ilegítimos... pois bem o meu pai foi um deles (não me lembro de ele contar que isso tivesse sido um grande drama)... os meus avós só se casaram depois de terem os filhos todos... ah e quer o meu avô quer a minha avó já tinha filhos de outros relacionamentos anteriores... eram muito à frente! ;-)

Floribundus disse...

andei em 7 liceus e 3 universidades portuguesas no tempo do fascismo

a moralidade era a mesma de hoje, mas não era publicitada

tive a 1ª amante aos 12. visitava a minha avó que ficara bastante surda por causa duma otite (não se conheciam antibióticos)

a prostituição legalizada terminou em 62. um humorista desenhou o tema baseada na canção 'e maintenat que vais je faire' (se bem me lembro do Bécaud)

as prostitutas iam à consulta médica periódica
agora fazem o mesmo e infetam meio-mundo

os paneleiros engoliam a palinha mas não era inspeccionados

neste social-fascismo os contribuintes pagam as doenças políticas: aborto, sida, droga

hoje não à greve para os abortos.
consta que os fetos ou vão para o lixo ou são vendidos para a indústria cosmética

sabia que a esquerda era ignorante e estúpida, mas não tanto

e exibe essa característica tal como os avós volframistas mostravam os dentes de ouro

zazie disse...

E aquela imbecilidade do uso da mini-saia ser acto de rebeldia político, foi escrtia por um pascácio que se considera de Direita.

O problema é este. Até os ornitorrincos falam assim e contam uma História falsificada.

e não são crianças. O mais estranho é que esta malta que papagueia o que os comunistas inventam, não se diz sequer de esquerda e até já está na casa dos 30 e muitos ou 40.

Portanto, a minha questão é esta?

Foram abandonados à nascença e precisam de saber como era o passado recente lendo o Militante?

Não têm família?

Nunca conheceram avós?

zazie disse...

A mini-saia era usada por moda. Mais nada. Não havia a menor rebeldia em usar mini-saia.

Eu andava de calções e isso, sim, na pré-adolescência, tal como fazer ginástica apenas de maillot nem era rebeldia mas era afirmação minha.

E nunca nenhuma escola me proibiu de o fazer, incluindo no Rainha Dona leonor.

Porque ou deixavam ou tramavam-se e não havia nada para o 10 de Junho, nem para as medalhas porque eu era a melhor.

E fui ao 10 de junho com micro mini-saia plissada, branca, como era obrigatório, sem a treta das culottes até meio do joelho e fiquei na primeira fila e até se via na tv.

O lenço que se tinha de atar à cabeça, levei-o eu atado ao pescoço.

Sem crise. Sem qualquer tipo de rebeldia, muito menos política que isso era coisa que nem sabia o que era.

O ornitorrinco do raposo é um palerma que também inventa para se armar em original e filho de "rebelde".

zazie disse...

Claro que a mini saia até a usava com cuequinhas de renda mais compridas.

Mas era para ajudar a ganhar todos os campeonatos de bowlling em Cascais, nas férias grandes.

zazie disse...

Não fui a única a ir ao 10 de junho de micro mini-saia.

No Académico, praticamente fomos todas assim.

Cada escola precisava de levar representação e eram escolhidas as melhores.

Era a maior festa anual. Mais de 15 dias ali no parque, em treinos, a apanhar banhos de sol e a namoriscar à grande e à francesa.

Até as miúdas dos colégios religiosos que iam com freiras, se piravam para as moitas porque aquilo era misto

AHAHAHAHHA

Quem não ia ao 10 de Junho até se mordia de inveja

":O))))))))

zazie disse...

Só mais uma achega para desmentir essa treta da mini-saia ser usada por rebeldia política.

Nos anos 60, era eu teenager, ganhei um concurso de mini-saia no Casino do Luso.

Quem me encurtou a saia e decorou com malmequeres das jarras do hotel, foi uma tia minha que tem agora 94 anos.

A rebeldia era esta. Tão natural que até era familiar.

Até desfilei descalça, só com malmequer entre os dedinhos dos pés.

Ainda cá devo ter filme super 8 dessa brincadeira de termas.

zazie disse...

E isto na metrópole, claro. Durante a noite negra do fascismo.

Porque em Angola e Moçambique é melhor nem falar.

Amélia Saavedra disse...

Mas é como a Zazie diz.. esta gente não deve ter família.... tentem investigar as v/árvores genealógicas e depois partilhem as v/descobertas....
Não é fácil.. demora tempo e é preciso ter paciência... é que a história ou histórias nem sempre batem certo.... e mais, uma coisa é o que diz a Lei, outra é constatar na prática o cumprimento da mesma…
E como também disse o Floribundus, a moralidade não deve ter mudado assim tanto…
Filhos bastardos, filhos de pai ou mãe incógnitos, órfãos, expostos (ou os filhos da roda – que não eram só para ocultar filhos antes ou fora do casamento, mas também devido às muitas dificuldades económicas – numa pesquisa que fiz aos registos paroquiais numa zona a sul do Tejo constatei que durante o séc. XIX era registo sim, registo não com expostos – relembro que foi um século bastante complicado com invasões e guerras civis) e já para não falar dos filhos da igreja – tentem adivinhar o quê… ;-)
Isto muito antes do 25.iv...

zazie disse...

Acho mais importante as memórias do Fluribundus porque são de gente do povo e muito mais antigas.

E é sempre por aí, pela cena dos famélicos da terra contra os "privilegiados" que eles negam tudo e tudo transformam em política.

Quanto a árvore genealógica, nunca perdi grande tempo com isso. Daria grande trabalho porque há misturas de tudo.

Mas sou originária, por parte materna, do que é dito ser uma das famílias mais antigas de Lisboa porque o irmão do meu bisavô materno foi toureiro famoso.

Mas isso há-de contar tanto, como o lado paterno em que a minha avó, que era do Porto (da Cedofeita) tinha memórias muito mais bacanas.

Era a pessoa mais livre que alguma vez conheci.

Casou diversas vezes e quando lhe morriam os maridos fazia leilão da traquitana na rua

":O)))))

zazie disse...

E isso de ter filhos ilegítimos é o que hoje se chama "filhos de relação estável"

Unknown disse...

Zazie,
Eu já sou do pós 25 e não tenho familiares com experiência de Ultramar. Mas falando com pais de amigos que viveram em Angola ou Moçambique, é sou puxar um pouco por eles...nem lhe digo nem lhe conto. Então Lourenço Marques, talvez por influência da África do Sul, era o ver se te avias. E quando digo isto não estou a falar de marialvismos ne mde d. juanismos. Não, estou a falar de histórias de raparigas ou mulheres jovens, que faziam o que queriam às claras e ninguém pestanejava. Aliás, nos filmes dessa altura em super 8 que se apanha no Youtube, é vê-las a desfilar nas avenidas de calções que parecem mais cintos...

Miguel D

zazie disse...

Sim, sim. Eu sei e conheci gente que me contava e vi fotografias.

Não tem comparação com nada que se passasse nas tais democracias europeias.

Mas é verdade, já agora, para colocar as coisas como deve ser, que havia também, aí nos anos 60 - inícios de 70- que é do que me lembro melhor uma moralidade bacoca e pequeno burguesa diferente.

Nada tinha a ver com obrigações ou ditames políticos mas com outra coisa.

Não era a tradição popular que sempre foi coisa à parte e em famílias alargadas,

Também não era a tradição de famílias de classe mais alta, igualmente alargadas, quer da cidade quer do campo.

Eram pequenas famílias, a dar para o desenraizado, que tinham vindo para cidade e se restringiam a pai, mãe e filhos.

E esses sim. Por qualquer estranha forma de quererem ser respeitados, insistiam em moralidades perfeitamente imbecis com as filhas.


Este pascácios de geração espontânea que precisam de debitar o Militante, hão-de ser descendentes desse meiozinho que era um tanto caca de verniz para parecer bem.

zazie disse...

E esses é que já nem sabiam o que eram avós porque, mal subiam um pouco na vida até se envergonhavam de levar a velha vestida de preto e de lenço amarrado na cabeça, em passeio.

Iam à terra enquanto era miúdos, depois deixaram de ir à terra e hoje devem ter os avós nos lares e nunca conversaram com eles.

zazie disse...

Há mesmo uma geraçã o pequeno burguesa que começou a tratar com um paternalismo foleiro os próprios avós.

Como se fossem uns tolinhos que nem sabiam o que diziam.

Essa gente não aprendeu nada e agora precisa de sacar informações no Militante.

Anónimo disse...

Verdadeiramente delirante a teoria de E. Freitas da Costa: então se o próprio Marcello Caetano se demitiu mais que uma vez já em 1974 e ofereceu o poder a Costa Gomes e a Spínola mais de um mês antes do 25.IV (já completamente fora do «legalismo» que tanto defendeu), para que é que ia «simular» um golpe de estado com o objectivo de regressar ao cargo de Primeiro-Ministro?

AG.

muja disse...

Sim também acho que essa tese não tem fundamento nenhum. Não se percebe o que ganharia MC com essa brincadeira, nem o que haveria de "estaca zero", nem como é se dissiparia a "sombra incómoda do Dr. Salazar", sobretudo quando ainda se nem dissipou volvidos quarenta e tal anos. Todos os governantes de jeito deste país foram e hão-de ser durante muito tempo comparados com Salazar pela simples razão de que ele foi o melhor dos últimos e menos últimos tempos, e um dos melhores de sempre. E está muito bem que se compare. E todo o homem verdadeiramente dedicado à causa pública e ao interesse nacional deve acolher tal comparação com gosto e vontade, porque é uma grande honra ser-se comparado com os melhores dos melhores e com os mais altos dos nossos pares.

E falar em nova constituicionalidade é outra coisa incompreensível. Para que era preciso uma nova constituição se se podia rever a antiga, a não ser para a comunizar como depois foi feito? Só falta dizer que MC era agente comuna, já agora...





Anónimo disse...

Também acho a tese uma palermice pegada. Uma coisa era Marcello ser indeciso em relação a algumas temáticas da governação, outra seria ter um plano maquiavélico que não tem pés nem cabeça.

Floribundus disse...

na minha aldeia 'coitadinho' era o eufemismo de corno

todos tinham por eles o maior respeito por serem fornecedores de 'assistência técnica'

dizia um deles
'cornos que dão azeite deixam-se crescer'

outro
'é meu todo o gado que nasce no meu curral'

JC disse...

A propósito do papel da mulher antes do 25-4, e do quão era ostracizada e relegada para uma espécie de animal doméstico, impedida de estudar e de sair de casa, e que na rua só de burka - tese que os comunas insistem em repetir ad nauseum - talvez este pequeno recorte de jornal que não tem data mas que posso informar que é de Maio de 1950 contribua para demonstrar o ridiculo dessa mesma tese.

http://gyazo.com/b82577799686c6c31b9d408bad223722

lusitânea disse...

O Marcelo deve ter descurado a leitura de Maquiavel ou acompanhado a trajectória do Mao
Se alguém lhe meteu uma casca de banana e ele a viu e a pisou...

muja disse...

Zazie (e demais interessados), olhe aí:

http://ultramar.github.io/a-subversao.html#titulo

Pedro disse...


A Mulher antes do 25 de Abril nem podia sair de casa. Era um ostracismo total dizem os "abrilistas".

http://4.bp.blogspot.com/-aRYh2Sif78I/ToGnkcsDZHI/AAAAAAAAAcY/sZVbXjjVgFc/s320/FL__AC%257E1.JPG

http://4.bp.blogspot.com/_vmSPzNX4nEE/TMB218xqZdI/AAAAAAAAI0Q/JU0XAh-i1Zc/s400/1.JPG

http://www.operacional.pt/pioneiros-do-para-quedismo-civil-portugues/

http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2012/06/14pioneiros-paraq-civil.jpg


http://2.bp.blogspot.com/-HSJ8B-aZ2DU/Tx9dy_Sxy1I/AAAAAAAADNM/DZwjlSfOLn4/s640/166670_493664397294_270601957294_5677022_2661705_n.jpg

Anibal Duarte Corrécio disse...

Uma, duas ou três, trinta exemplos ou casos de mulheres, não fazem a Primavera.

Das três uma ou duas ou mesmo as três :

a) ou viveram sempre na mesma 'paróquia' e são limitados na experiência

b) ou eram petizes e andavam a cantarolar antes do 25 Comuna

c) ou é pura teimosia, gostar do 'contra' pelo contra, procurar o conflito por necessidade pessoal...

Lá dizia o CAD, Verdade igual a Realidade.

É incomparável hoje a situação da Mulher.

Antes do 25 Comuna o regime do Estado Novo em relação à condição da Mulher - não são as tais andorinhas... - nunca considerou essa condição um problema e, por esse motivo, caucionou o javardismo dominante que fazia da Mulher um ser inferior, dependente do Homem, e fonte de pecado.

Em matéria de Costumes o regime anterior não fez nada para contrariar o valor que imperava da supremacia do Homem em relação à Mulher.

O regime do Estado Novo, nesta matéria, ficou para trás.

Um dos factores que leva ao estado de saturação que existia em termos do clima social antes do 25 Comuna era o marasmo institucional do Estado ao não fazer a ponta dum corno para alterar a ideologia da "mente sã num corpo são"

Tudo o que vinha de cima tresandava a sacristia, a machismo, a teias de aranha.

A parte nova divorciou-se da parte velha e o desmoronamento veio a seguir.

muja disse...

a "ideologia" da mente sã, corpo são? Ideologia?

Ó homem, olhe que o militante não é para fumar!

V. diz que um, dois, três ou trinta exemplos não fazem a Primavera. O que é certo é V. apresentou... zero. E zero, nem faz Inverno nem faz merda nenhuma...

Eu também tenho fotografias da minha mãe de calções bem curtinhos ao lado da motorizada que era dela. Antes do 25A. Já vamos em trinta e um exemplos...

Afinal, qual é a sua? A, B ou C?

Um salazarista feminista. Há deles para tudo, não haja dúvida... ahahaha

muja disse...

E a parte nova bem pode limpar as mãos borradas da merda que fez à parede, note bem. E mais, hoje a parte nova passou a velha, e não há maneira de a parte hoje nova se ver livre dos filhos da puta, que hoje estão bem pançudos. Tudo à conta...

E foi com cantigas como essa, que eles ferraram o poder e não mais largaram. Machismo... vá lá ao red light district ver as putas nas montras, como carcaça em talho, que isso é que é emancipação da mulher... lá é que elas estão bem, não é na sacristia...

Olhe leia o link que eu aí pus. Está lá uma secção que se aplica a si.

josé disse...

Mujah:

Já estive a ler, em modo transversal, a transcrição da tradução que se deu ao trabalho de fazer.

Julgo que o Lenine já tinha escrito sobre o mesmo...

Anibal Duarte Corrécio disse...

A idealização do antigo regime também é um obstáculo.

A desidealização pode ser brusca e traumática.

Encarapuçar é uma saída.

Já não é a cegonha que traz os meninos, nem chove porque Deus quer.

josé disse...

Não creio nessa desidealização. Acho que foi outra coisa.

Por falar nisso vou colocar como era visto por uma certa imprensa que ainda não era o que veio a ser, o regime de Salazar ao tempo em que morreu.

muja disse...

Pois escreveu, José. Mas a diferença, como o autor a concebe é esta:

O agente subversivo está fora da propaganda política habitual na medida em que não procura especialmente recrutar ou converter a qualquer ideologia positiva. Não possui «clientela eleitoral» à qual se adaptar maquiavelicamente. Não é sequer comparável ao agitador tal qual o definiu Lenine, pois não tem qualquer relação com o propagandista encarregado de organizar a integração, ou seja, a unanimidade popular futura em torno das teorias e do programa de um novo Estado.

É uma espécie de agitador no estado puro, inquietando a opinião pública de maneira aparentemente desinteressada porquanto não desenvolve nenhuma ideia positiva.


A tese fundamental é que a subversão, ao contrário da agitação como postulada por Lenine, não visa mobilizar, mas desmobilizar. Por outras palavras, procura calar a opinião pública, inibi-la e a quaisquer iniciativas que possa ter, abrindo caminho ao golpe de Estado que não encontrará assim oposição. Por outras ainda, criar a maioria silenciosa - silenciar a maioria.

É por isso que acho naquilo relevância para a sua questão. A DGS e a Censura, mal ou bem, continham a subversão. Depois do 25A, deixaram de conter. Deixou de haver limites e nem sequer os de uma sociedade dita democrática havia. Foi uma overdose de subversão que resultou finalmente no 28S. E acho que é essa overdose que explica a coisa. Porque a subversão é essencialmente um conjunto de técnicas de guerra psicológica - guerrilha psicológica, melhor dizendo. A sua questão é também, no fundo, psicológica mais do que outra coisa.

muja disse...

O capítulo seguinte é capaz de ser mais interessante para si, porque analisa em detalhe as técnicas concretas.

Gostava de o pôr lá, mas deu-me uma tal trabalheira este que fiquei um bocado desmoralizado, ahaha! A ver vamos, como dizia o cego... Talvez o ponha em francês e pronto.

De qualquer maneira, recomendo-lhe o livro, acho que é interessante. E mesmo que não lhe diga nada de novo, penso que a novidade está no tratamento da questão como um todo e particularmente do ponto de vista psicológico.

zazie disse...

Que trabalho louco que v. teve, Mujah.

É tudo interessante, pode ter tido aplicação na instrumentalização dos rebeldes em África mas não consigo sequer imaginar como se concretizou cá.

Por motivos simples.

1- Só o PCP tinha alguma organização com nº relativo de militantes e não instrumentalizava "masssas" antes do 25 de Abril.

2- Quem tinha maior actuação nas universidades era a extrema-esquerda, que se limitava a meia dúzia de "fundadores na clandestinidade (quase todos dissidentes do PCP).

O resto era um nº mínimo, que nem sequer queria atrair pessoas para a militância pois era vital a defesa das máquinas- as duplicadoras, de todo o aparelho técnico para panfletos e o secretismo das casas onde viviam os clandestinos. Já para não falar na filtragem dos mais duros para não cantarem se fossem dentro.

3- Essas seitas guerreavam-se umas às outras, em querelas de sexo dos anjos de tipologia que haveria de ter a dita "Revolução".

Por sua vez, todas estas seitas diziam o pior possível do PCP.

Ninguém fora dos malucos que as compunha ligava ponta de um corno, ou entendia a anormalidade.

4- O que quer que se passou foi efeito de som de fundo que já era moda lá fora e que jornais e revistas faziam ecoar.

5- As pessoas não estavam politizadas.

muja disse...

Quando se é principiante, é sempre assim...

Abstraia-se do PCP. E até das guerrilhas de África. Para o pré-25, penso que a parte mais relevante é a da exploração dos interesses corporativos - que foi onde nasceu o golpe; e o meio académico. Que são as duas grandes áreas onde a DGS não podia actuar eficazmente, se reparar.

De resto o Exame Prévio continha a coisa mais ou menos bem no que toca aos media nacional. E em relação às guerrilhas a contra-subversão em África foi muito eficaz.

Mas logo a seguir ao 25 é que o caldo se entornou e aí já se aplica quase tudo, parece-me.

E é assim como diz, a música de fundo já vinha de fora, e os de dentro viram-se sem estruturas repressivas que se lhes opusessem. Puderam, pois, aplicar tudo na máxima força. Repare que não é questão de instrumentalizar as massas. É de as inibir. O Spínola não percebeu nada quando resolveu apelar à maioria silenciosa. Já estava a partida perdida... Todos esses grupelhos tinham cobertura mediática total. Se já numa democracia normal era fácil para eles actuarem e obterem os efeitos que queriam - como era em França, no trambolho que cá montaram depois do 25, era uma brincadeira de crianças.

De resto, como já diz o tal Mucchielli, vem a cambada toda de arrasto. Ele faz mais ou menos a tal análise sociológica que V. dizia há tempos.

O resultado foi o 28S. Foi golpe do PCP, mas podia facilmente ter sido de "direita". Só que o PCP é que estava organizado e preparado para fazer golpes.

Resumindo: a subversão prepara o caminho para um golpe - qualquer golpe - no sentido que inibe a opinião pública - ou as massas, se quiser - de se lhe oporem. Depois quem faz o golpe é quem está organizado e preparado. Pode muito bem ser até quem nem participe na subversão, se souber aproveitar a oportunidade. Mas, naturalmente, é muito mais provável quem esteja preparado participe nela. O facto de os outros agentes subversivos serem contra, dizerem mal, etc, é irrelevante. Nenhum desses grupelhos de extrema-esquerda tinha capacidade para fazer o que fez o PCP.

Não sei se me faço entender...

Anónimo disse...

Não tenho dúvidas que o PCP tentou através dessas ou de outras técnicas de subversão impor um regime comunista em Portugal.
A questão é saber porque recuaram em 25 de Novembro, já que a vontade era tanta... até tinham milícias preparadas, estava tudo praticamente pronto de um lado e de outro para o conflito, e depois tudo acabou de um momento para outro.

AG.

zazie disse...

Estamos a falar do período entre 25 de Abril e 1 de Maio de 74.

A explicação não é essa.

Os grupelhos não tiveram tempo para ter cobertura dos media, entre 24 de Abril e 1 de Maio.

A explicação há-de ser mesmo mais simples e idiossincrática.

A inveja aos ricos, o carácter de esquerda do povo português.

zazie disse...

O MRPP até foi contra o MFA. Logo no 3ª dia andaram a fazer marchas e largar panfletos contra o golpe de Estado.

Depois conseguiram ter milhares de pessoas nos comícios.

Foi outra coisa sem sequer ter hegemonia de grupo político.

O som, sim. Mas esse estava nos jornais, nas revistas, e nem precisava de ser propaganda de revolução.

Era de esquerda como agora é o Público.

zazie disse...

Olhe, quer saber uma coisa:

Mais do que qualquer cena clandestina e organizada com objectivos estratégicos delineados e uma propaganda eficaz para os atingir, fizeram as canções.

A música de intervenção fez muito mais. E já existia antes do 25 de Abril.

São essas coisas que entram no ouvido e têm mensagem simples que pegam quando o terreno é propício.

O terreno propício há-de ser a idiossincrasia tuga.

muja disse...

Carago! Mas eu não falei em PCP nenhum!

A subversão é para chegar a isto:

Assim, a indiferença e a apatia aparentes escondem uma decisão bem vincada de não-envolvimento. Esta atitude é reforçada e fixada pelo que se chama, desde Baschwitz, pânico mudo [panique muette], produto directo do terrorismo impune, metodicamente organizado pelos grupos de acção violenta.

O pânico mudo, que é o que define a maioria silenciosa. E acções violentas não precisam de ser atentados à bomba, note-se...

Depois, a parte que mais interessa à questão do José e que responde aos pontos da Zazie é esta:

http://ultramar.github.io/a-subversao.html#contagio-da-subversao-e-reaccoes-em-cadeia

particularmente:

Os agentes subversivos autênticos, os verdadeiros, os iniciadores-soldados do inimigo no território nacional, observam com o deleite zombeteiro que lhes é habitual as reacções em cadeia que a sua ciência provocou. Não temem nenhuma concorrência, e todos estes novos grupos se tornam seus aliados, a quem oferecem protecção, reforços em caso de necessidade, e sempre a «cobertura ideológica» que é o derradeiro engodo porquanto todas as ideologias são admitidas desde que sejam exigências da destruição total.

Portanto,

a missão militar fundamental: abater o poder «inimigo» estabelecido neste país, desorganizar toda a resistência eventual dos grupos constituídos ou de Estado, neutralizar a opinião pública.

Decerto que o PCP era o mais activo dos agentes subversivos e não era por acaso que era o melhor, senão único, preparado para tomar o poder, como tomou. Mas não quer dizer que a esmagadora maioria da subversão viesse deles. Aliás, para ser bem feita, nem devia nem tinha que vir.
E qualquer outro grupo hábil e organizado, capaz de "ler" a situação poderia tirar partido dela e impor-se. Aliás, há um livro de Maurras "Si le coup de force est possible", que já fala sobre a possibilidade de uma situação semelhante poder ser aproveitada pelos realistas franceses para estabelecerem a monarquia.

zazie disse...

Há uma aura romântica nisso tudo.

É por isso que a esquerda é aluada.

zazie disse...

Não percebo isso.

É muito à CAD

":OP

Sou uma básica. A maior parte dos "revolucionários" que conheci nem sabiam ao que andavam.

Era uma panca aluada.

O resto do povo não queria saber de política.

Se aderiram aos milhares e gostaram do comunismo foi por outro motivo.

Lá lhes caiu no goto sem conhecerem os malefícios.

Como ainda sucede.

zazie disse...

Mas também já não andavam aos milhares em apoio directo a um regime e muito menos havia uma ideologia desse regime.

Espanha teve-a. Nós talvez no início, com Salazar. Foi esmorecendo e para o fim era mais disco rachado a que ninguém ligava.

zazie disse...

Outra coisa- a militância do PCP era antiga, pegava no Alentejo e tinha ateísmo à mistura que também já era idiossincrático.

Agora nas ditas elites, nas universidades, não.

Por aí pegava a utopia.

Depois juntou-se a utopia com a revanche.

zazie disse...

«desorganizar toda a resistência eventual dos grupos constituídos ou de Estado, neutralizar a opinião pública.»

Não havia grupos de resistência, nem a opinão pública precisou de ser neutralizada.

Foi instrumentalizada como neste blogue se comprova.

zazie disse...

Mais que instrumentalizada- foi preparada lentamente.

muja disse...

V. continua a insistir em hegemonias e propaganda. Não é isso. É o contrário. É o caos. O caos que leva à desmoralização e às maiorias silenciosas que deixam fazer tudo. Num ambiente desses, qualquer grupelho de quatro artistas faz o que quer.

No meio desse caos, para além de ajudar à festa, estão os verdadeiramente organizados, capazes e estrategicamente colocados para, quando a altura se proporcionar, aproveitarem a oportunidade para darem o golpe. Foi o que fez o PCP. Mas quaisquer outros o podiam ter feito.

Que o MRPP estivesse contra o MFA, e contra a UDP, e o XYZ contra o ABC é irrelevante, desde que estivessem todos contra a ordem. Porque a ordem e a confiança nela é que impedem e obstam a golpadas.

Do ponto de vista de quem está preparado, quantos mais desses melhor. Quanta mais confusão, parvoeira - em suma, caos - houver, mais intimidados ficam os que, por verem falhar tudo quanto é símbolo de ordem e autoridade, poderiam tomar a iniciativa da oposição séria ou contra-golpe. Ora ninguém se vai opor sabendo que não tem apoio de lado nenhum, quando toda a sociedade parece estar contra si.

Diz bem que é idiossincrático, mas é o apenas na aplicação concreta, que depende do quem e do quando. Mas a técnica funciona com quaisquer idiossincrasias.

zazie disse...

Foi preparada com um leque suficiente abrangente e diáfano para nem ser óbvio ou de direcção bem concreta.

zazie disse...

Não houve logo caos entre 24 de Abril e 1 de Maio.

Estamos a falar da rapidez de adesão e como o PCP é logo bem recebido ainda antes de ter tempo para tudo isso.

zazie disse...

Ninguém desmoralizou.

Foi o inverso- andava tudo de peito inchado ao vento.

Há um tom aluado e heróico em tudo.

Por isso é que existe uma revolução.

Não se fazem revoluções com desânimos.

zazie disse...

Que ordem?

Contra que ordem estava o MRPP logo a 26 de Abril?

Contra a anterior?

Essa já era.

muja disse...

Então o que era a maioria silenciosa?

muja disse...

A ordem. A ordem que lhe permite andar na rua sem ser assaltada ou que impede que meia dúzia de imbecis "ocupem" o que é seu. Essa ordem.

zazie disse...

Estão todos a dar voz às massas.

Vão logo fazer ocupações de casas para o pessoal das barracas.

Enfrentam logo o COPCOM nessas rábulas onde a palavra "povo" é vomitada em tudo.

zazie disse...

O que a esquerda fez é o mesmo que ainda faz.

Dar voz aos "oprimidos", justiça aos injustiçados, vingança fácil porque até fazem pelo povo aquilo que o povão sozinho nem queria.

zazie disse...

A Maioria silenciosa era nada que não piou porque a calaram logo e fugiram.

muja disse...

Pois só que V. agora contradiz-se: ou bem que não piou, ou piou e a calaram.

Ora, o francês diz que não piou. Porque estava já calada pela subversão. Ó, parece de propósito:

Alguns apelam-lhe como quem exorta um paralítico a caminhar e a correr. Tais pessoas não se apercebem que a maioria silenciosa é uma conquista da subversão e que há uma relação directa entre o terrorismo e a maioria silenciosa. A tomada de poder será obra de um pequeno grupo, de uma ínfima minoria: a que sabe, justamente, o que quer e o que faz (e que é, desde logo, a única a sabê-lo). O importante é, assim, que ao momento da tomada do poder, não haja nenhuma intervenção contrária. A acção subversiva implica, consequentemente, a imposição do silêncio à maioria, silêncio que exprime a apatia e não a reprovação dos desordeiros (como se crê comummente).

zazie disse...

Mas essa ordem perdeu-se aos poucos e por isso aconteceu o PREC.

O MFA não controlou. Não conseguiu controlar.

A extrema-esquerda avançou logo.

Depois o PCP já tinha caminho aberto e aconteceu o PREC.

E terminou da mesma maneira. De certo modo lá foram os idiota úteis que ajudaram a terminar, por desejarem ultrapassar à esquerda.

zazie disse...

A da manif não piou. Os outros, como o José mostra, resistiram em torno da Igreja- no Norte.

Mais nada.

zazie disse...

A extrema-esquerda é um fenómeno complexo.

São como as seitas religiosas prot.

São estruturalmente liberais.

Multiplicam-se à porrada umas com as outras e aquilo acaba por propagar melhor que uma organização centralizada.

zazie disse...

O cristianismo propagou-se da mesma maneira

AHAHAHAHAH

Por porrada de ortodoxia e dissidências

zazie disse...

Antes do 25 de Abril não conseguiram caos social.

Conseguiam subverter nas faculdades e pouco mais.

O PCP já tinha conseguido mais noutras épocas áureas.

Não era pela extrema-esquerda a partir vidros na rua que o povo aderia ao que quer fosse.

Era pelos jornais, no tom de esquerda dos media.

Porque nem vivíamos uma ditadura. Era uma coisa semi e tudo o que se fica pela metade acaba por quebrar.

Mas, se não tivesse havido o 25 de Abril, tenho para mim que ia haver mortos no 1º de Maio.

Não de caos social mas das "vítimas" que eram carne para canhão e instrumentalizadas pelos tais que viviam muito bem na clandestinidade.

zazie disse...

Essas vítimas já tinham aura de heróis e todo o 25 de Abril daí para a frente é fazer honras a esses tipo de heróis.

Andam por aí, ainda. Heróis da treta não nos faltam.

zazie disse...

Olhe, basta continuarem a contar rábulas acerca da opressão às mulheres que até a "Direita tuga" lhes dá crédito

AHAHAHAHAHAHAHAH

muja disse...

Continuo a achar que ainda não compreendeu bem o que diz o francês.

O povo não aderiu a nada, e a questão é mesmo essa. Senão não havia maioria silenciosa. Aderiu uma parte que os media trataram de empolar e exagerar.

No Norte passou-se o que se passou porque foi a Igreja que mobilizou o pessoal. Se os padres ficassem calados ninguém fazia nada de certeza... não resistiam a coisa nenhuma como os outros não resistiram.

Antes do 25A, foram as faculdades e os militares. É provável isso que diz do 1º de Maio. E apostava que seria sobretudo uma insurreição estudantil o caso mais bicudo.
De qualquer forma, as faculdades e a tropa era onde a DGS tinha menos liberdade de acção se reparar, e não há-de ser coincidência. Nem sei se tinha sequer alguma no caso da tropa, porque eles tinham lá a justiça deles.









muja disse...

O que me leva, de certa forma a concordar com os "ultras", na medida em que foi talvez a abertura que condenou o Governo.

Mas duvido é que, mesmo no caso de ser o sucessor do Salazar um ultra, se tivesse reprimido mais eficazmente esses dois campos. Se fosse o militar, o que era muito improvável, talvez conseguisse ter mão na tropa, mas continuaria a ter dificuldades nas faculdades. Se fosse um civil, mesmo sem os escrúpulos de MC em relação ao meio estudantil, continuaria a ter problemas com a tropa.

O Salazar tinha a vantagem de uma autoridade popular inquestionável em virtude do que fez pelo país.

Era um caso tramado. De qualquer maneira, a responsabilidade, para mim, continua a ser inteiramente da tropa, que não soube ou não quis arrumar a casa, pois ninguém podia arrumá-la senão eles.

zazie disse...

A sua teoria é que os que acarinharam o comunismo eram menos do que parecia e que foram os media que ajudaram á galvanização?

Talvez. É uma hipótese com a sua lógica

Quanto ao 1º de Maio não digo que fosse insurreição estudantil porque a maioria dos estudantes também não estava politizada.

Digo que seriam os mesmos agitadores das greves e das manifs e de mais gente que já ia na onda.
E tudo indicava ia haver mais tiros sem ser com balas de borracha.

Se quer a minha opinião, por aquilo que conheci: acho que a DGS deixava andar.

Sempre pensei que era facílimo apanharem as máquinas pois sabiam onde estavam.

Mas, o máximo que fizeram, em Lisboa, que me lembre, foi uma investida no Hospital de Santa Maria onde a UEC/PCP tinha um verdadeiro bunker blindado.

Literalmente. Os tipos tinham mesmo bunker onde produziam os comunicados.

muja disse...

E sem censura e sem polícia política estou convencido que tinha acontecido o mesmo, só que mais depressa... e só não era pior porque não vejo como o pudesse ser mais do que já foi...

zazie disse...

Não foi a abertura que condenou. Foi ser semi abertura.

Ficou tudo entre um ar de mudança e um do oposto.

Eu também não sei o que daria permitir-se novamente as associações de estudantes que nem eram associações de estudantes, eram das seitas.

O mesmo para legalização de partidos.

Mas, de uma coisa tenho a certeza, nunca se deve dar demasiada importância a quem a não tem, porque se vai acabar nas mãos deles.

Aquela garotada ml era mentira. Bastava haver debate para tudo cair por terra.

Só que não havia debate. Nem de profs nem de nada.

Era chamar a polícia de choque e achar que tratando a garotada como perigosos guerrilheiros eles perdiam força.

muja disse...

Pois, lá está. E deixava andar porque lhes vinham ordens de cima. Eles queixam-se disso e, se reparar, o próprio MC admite... Além disso, é nítido pelas posições que tomou enquanto reitor.

Só acho que não vale a pena virem com essa cantiga apontar-lhe isso, porque foi a tropa que quebrou primeiro. E em relação a isso, ele pouco ou nada podia fazer. De qualquer maneira, essa responsabilidade tanto faz que ganam como que chiem - é deles e de mais ninguém. Com subversão ou sem ela. Da tropa, dos oficiais do quadro permanente, diga-se.

muja disse...

Não sei Zazie... Em França havia debate e veja lá o pandemónio que eles lá montaram...

zazie disse...

ehehe

Preso por ter cão, preso por não ter.

Em relação a África acredito como diz o José.

Estava perdida Haveria era tempo para proteger saída.

Cá, não sei. Poderia ser melhor porque apareceria o tal meio termo em maior número.

zazie disse...

Pandemónio ia haver. Mas o problema não é pandemónio na continuidade.

São as rupturas

eheheheh

zazie disse...

Uma coisa é certa- a estrutura económica não era problema.

tem piada porque hoje em dia economia é a questão.

Na altura não era. Mesmo que a utopia tivesse por finalidade essa mudança, não era questão que tocasse as pessoas.

Não estou sequer a ver que alguém desejasse ocupações e expropriações e nacionalizações.

Nunca ouvi um único revolucionário a palrar disso em público.

Palravam da "auto-determinação" para os povos das colónias e coisas assim.

Isso e da "repressão" das proibições, etc.

A vitimização nunca precisou de ser inteligente.

Aliás, essas pessoas ainda hoje são ignorantes porqeue não se cultivaram na altura certa.

As ideologias são coisa besta. As de esquerda são isso potenciado.

Dou o meu exemplo. Eu era do contra e nunca li nada daquela treta marxista-leninista.

Só depois do 25 de Abril me dei ao trabalho de começar a ler e foi tudo para o lixo.

Logo. Em absoluto. Procurava todos os que eram colegas e tinham aderido à treta, para debate e era KO.

Se tivesse havido debate antes do 25 de Abril nem perto do que andei teria andado por meio espírito de aventura.

zazie disse...

As revoluções não são fruto de escolhas ou de grande inteligência teórica.

São o oposto. São sempre mongas e basta-lhes apelar aos instintos mais primários.

zazie disse...

V. pode é dizer-me que a democracia conseguiu o mesmo sem precisar de proibir nada

AHAHHAHAHA

É um facto. A novela mediática- a caixinha da tv e o nivelamento por baixo, conseguem o mesmo.

Agora nem é por anestesia.

Se reparar, a estupidificação agora faz-se por indignação permanente que muda todos os dias.

Por flash-mongo.

muja disse...

Não sei. Olhe que se o Salazar aguentasse mais uns anos, as coisas podiam ser muito diferentes. Porque o problema era a Metrópole. O Ultramar estava seguro e ao ritmo que aquilo se ia desenvolvendo o tempo corria a nosso favor.

E honra seja feita aos militares que lá, lá mostraram a esses filhos da puta de russos e americanos que a merda deles não nos chegava nem aos calcanhares. Nisso não tenha dúvidas que eu também não. Em África, não tinham hipótese. Militarmente só se mandassem para lá material muito sofisticado - e mandaram os russos para lá uns mísseis anti-aéreos mas tinham medo que fossem capturados. Eles nem aos próprios soldados russos mostravam o material mais moderno que tinham... É incrível mas é verdade.
Na subversão então, nem com uma caninha lá iam. Os pretos não queriam cá saber de liberdades... Eram muito pragmáticos e percebiam rapidamente quem é que lhes dava o que precisavam...

O que só torna mais triste o que fizeram depois que deitaram tudo a perder... Mais uns anos podiam fazer grande diferença. Metade ou mais dos soldados eram já nativos, e se se atingisse essa proporção de oficiais a coisa mudava bastante de figura...

zazie disse...

O problema foi o "prá frente ó pessoal das barracas", como diz o Fluribundus.

zazie disse...

África era um continente inteiro de black power e era guerrilha.

Isso é que são os ventos da História a que não se escapa.

muja disse...

Sim concordo em relação à democracia.

Aliás, bem vistas as coisas, a democracia - esta, pelo menos e mais até lá fora - não é senão a subversão permanente. É a institucionalização, de facto, da maioria silenciosa - mais conhecida hoje por abstenção.

Veja como é que os de Bruxelas deitaram a pata a tudo. E como continuam a fazê-lo em todo o lado. É uma minoria que toma o controlo e uma maioria que se não opõe. É um golpe de Estado - vários, aliás - ultra-sofisticado.

Se vir bem, nunca se viveu em estados tão vigiados e policiados como hoje. Nunca a opinião pública pareceu tão homogénea como é. Mas não é. Tem é o pânico mudo. Não se manifesta com medo da repressão dos pares e cada pessoa - pelo que vê nos media - pensa que é caso único. Então dedicam-se é à vidinha - é a tal privatização e individualização de que fala o francês. A dissidência, a verdadeira, que põe o dedo na ferida, é reprimida brutalmente se não se conseguir que se cale.

Ainda não tinha pensado nessa!

zazie disse...

Em termos sociais, o que considero mais aterrador é a ditadura do politicamente correcto e o mundo às avessas por lei.

Mas também penso que não se abana isso, usando as mesmas armas.

Olhe. Eu própria, no espaço de mês e meio, dei comigo a usar toda ameaça de poder mediático ou da lei para, sozinha, conseguir pô-los a trabalharem para mim, por puro medo dos megafones

AHAHAHAHA

E fiquei até aparvalhada pelo poder que uma pessoa sozinha pode ter, se quiser.

Basta querer que as coisas estão ali, à mão de semear, prontas a serem usadas, só por antecipação mediática ou legal.

Nunca tinha pensado no assunto. E nem foi preciso dar a cara para nada.

Basta mandar email e telefonar e contar a história e depois, noutros casos, chamar a polícia.

É assustadoramente confortável ainda que também só alivie enquanto pode ser notícia ou a lei lá actue um niquinho.

zazie disse...

Pela primeira vez tive essa sensação de ser tratada como cidadã responsável, ainda que por ter feito o mesmo que teria feito quando era garota irresponsável

ehehehehehe

Estava do lado certo das coisas. O resto é a fuçanga do megafone ou o medo dela.

zazie disse...

Uma das questões aconteceu antes de ontem.

Estive uma tarde a pensar antes de me decidir.

E lembrei-me literalmente de questões de estratégia- se é para enfrentar, não pode ser pela metade. Tem de ser logo a parada mais alta que dá xeque-mate.

E foi.

E hoje tive a certeza absoluta que se não o tivesse feito com esta rapidez e pensando assim, de ter razão e defesa, passava a vítima.

zazie disse...

Se isto se pode aplicar a mais coisas, é provável...

hajapachorra disse...

Não vou ler nem um cagagésimo da enxurrada de comentários que por aqui vai, mas há coisas básicas que não podem ser negadas. Nas escolas havia separação de sexos, na minha havia, o Carolina era feminino se não estou com alzheimer. Não havia professoras nas universidades. A primeira mulher a obter o grau de doutoramento na Universidade de Coimbra foi Maria Helena da Rocha Pereira, em 1956. Contra tudo e contra todos. Fizerem-lhe a vida negra. Teve de esperar. E não era uma qualquer, era filha de um ilustre professor de medicina. As mulheres não podiam ausentar-se do país sem autorização do marido. O regime, deixem-nos de tretas, era uma merda e por isso uns merdosos um dia varreram a merda. Os rosas e fulsener cultivam a sua coprofilia com afinco. Deixá-los. Pena é que o josé os imite.

muja disse...

O Reino Unido também tem escolas segredadas. E paga-se mais para lá andar do que se calhar tinha o ministério da instrução de orçamento para o ano todo.

Tretas é o que V. está para aí a dizer. Que me importa a mim que à não sei quantos lhe fizessem a vida negra para ser sra. professora?

A mim e muitos fazem-na-nos agora ao ponto de nos correrem do país para fora. Ao ponto de nos levarem um quarto ou mais do que trazemos para casa para sustentar filhos da puta. Ao ponto de os nossos filhos estarem igaulmente presos ao mesmo destino.

É V. que vai estar aqui a pagar daqui a dez ou vinte ou trinta anos? A viver sabe Deus em que estado de coisas? Então vá passear mais as cantigas... Farto de gente que dá à puta da língua mas quem vai pagar o trolóló liberdade e democracia são os outros...

Cambada de idiotas. Eles é que vão na cantiga do vigário, mas que. Paga a vigarice são os filhos e os netos... E ainda vêm com merdas com "a mulher"... E a mãe?

josé disse...

"Os rosas e fulsener cultivam a sua coprofilia com afinco. Deixá-los. Pena é que o josé os imite."

Imito em quê?

As questões que por aqui coloco são em primeiro lugar para esclarecer as minhas dúvidas. E tem acontecido aos poucos que as vou desfazendo.

Não venho para aqui doutrinar ou mostrar um lado da História. Procuro ver que lados havia. E não havia apenas os dos Rosas&Pereira. Este, aliás, era o mais falso.

Unknown disse...

Creio que a Zazie aponta o problema correctamente: o problema foi a semi-abertura.
A legitimidade de Salazar era uma legitimidade histórica e de exercício. Obviamente que esta legitimidade não é transmissível facilmente.
Marcello sabia disto e procurou encontrar um compromisso entre uma legitimidade histórica e uma legitimidade democrática. É certo que hoje é mais fácil falar, mas creio que em 1972 já muita gente via o problema correctamente (basta ver as recusas a convites para o governo). E ao abdicar de procurar apoio massivo nos eleitores (estou convencido de que o obteria), ficou entre dois mundos. Depois foi o desgaste psicológico até ceder no início de 74: falta de força para combater o alastrar da subversão nas forças armadas, hesitações com as manobras spinolistas e costa-gomistas, fugas para a frente com planos para Angola, etc.).

Miguel D

josé disse...

Agora vou entrar no período da Primavera Marcelista, mostrando um lado que geralmente é desconhecido: o dos ultras que apoiavam a continuação do Inverno do nosso descontentamento.

E tinham algumas razões para isso, mas quanto a mim, erradas.

Unknown disse...

Claro que é mais fácil dizê-lo num blogue em 2014 do que fazê-lo em 1972. E era um processo com riscos.
Mas não era impossível. Um tipo com a craveira intelectual e moral do Marcello poderia tê-lo feito, era preciso frieza, boas doses de cinismo e sorte.

Miguel D

zazie disse...

Não havia profs nas Universidades?
A Magalhães Colaço era o quê?

A Virínia Rau era o quê que até impediu doutoramentos a homens?

A Buescu era o quê?

O hajapchorra está com os copos, só pode.

A psicologia, antes de ser disciplina, era cadeira de Filosofia. Quem leccionava a parte teórica era uma senhora. Isto em Letras, em Lisboa.

De resto, basta pegar nos nomes das estudiosas clássicas e perguntar se estavam em casa a coser meias.

zazie disse...

É mentira isso da vida negra por ser mulher.

A vida académica ainda hoje é assim. Tramam-se mutuamente para serem respeitados.

Desrespeitam-se de cima para baixo para justificarem o status.

A Virgínia Rau é que fez a vida negra a dezenas deles para não lhe fazerem sombra.


A estupidez do Hajpachorra é sempre a mesma. Não entende que os costumes não são produzidos pela política.

Os costumes têm um pano de fundo mais vasto e mais lento e não mudam muito lá pelo facto de num local se dizer que há partidos a voto e noutro local, com costumes idênticos, não há propriamente a mesma alternância de voto.

Quanto às leis e à impossibilidade das mulheres casadas saírem sem autorização do marido é mais outra lida no Militante.

zazie disse...

Há coisas estranhas.

O Hajapachorra deve ser das pessoas mais eruditas que anda pelas caixinhas de comentários.

É conservador à séria. Tem pó a este mundo às avessas.

Mas é ceguinho em relação a um passado que também viveu.

E tem zero capacidade de perspicácia.

Lê sempre tudo com umas estranhas palas de arrumação em 2 ou 3 tipologias que usa para tudo.

Não consegue entender nada fora dessas grelhas.

Por aqui vê agit prop.

No Insurgente não se dá conta que é suplemento de terceira de agit prop neotonta.

No Malomil vê perspicácia quando o que por lá há é sistematização a granel e preconceitos de cenas politicamente correctas a darem o mote.

zazie disse...

Exemplo de cenas de treta ou estudos de treta que por lá foram alardeados, pode ser uma "História do Racismo de 1500 até agora".

Como é que se pode ter por tema um conceito moderno a servir de objecto de estudo de 500 anos de História?

Não pode.

Isto é que são os males da "Nouvelle Histoirre" à Annales, que o Hajpachorra é capaz de detectar para umas coisas mas que engole com gosto para outras.

zazie disse...

Já havia escolas mistas antes do 25 de Abril.

No tempo de Salazar, no tempo do Estado Novo dito fascista- durante o qual estudou a minha família, as escolas eram todas mistas.

muja disse...

Cá para mim o problema dele é outro. Sabe o que eu acho? Acho que há certas pessoas que se sentem traídas e enganadas pelo rumo que as coisas levaram.

E depois ficam amarguradas e não gostam que outros demonstrem a vigarice, porque não querem e se recusam a admitir que o foram.

zazie disse...

O Hajapachorra é mais outro abandonado à nascença. Nem pai nem mãe para contarem.

Lá tem de consultar o Militante para saber como foi.

zazie disse...

Naaa...

Eu ia jurar que aquele email com que ele se identificava, há vários anos, no Blasfémias é a resposta.

ehehehe

zazie disse...

Aquilo que lhe encheu a alma, as tais causas dos famélicos e assim, em saltando da religião para a política, podem mudar de nome mas não desaparecem.

josé disse...

E o email...é...?

zazie disse...

E há-de ter sido antes e não depois.

Coisa "do contra" que eu também admito que fui, por muito pouco tempo, mas sem causas, nem olhos revirados de utopia.

josé disse...

Eu entrei nesta viajem histórica para descobrir o que foi o marcelismo que era fenómeno obliterado pela Esquerda desde o 25 de Abril.

Ninguém se refere ao Estado Novo, citanto o marcelismo. É sempre o Salazar.

E no entanto, a meia dúzia de anos do marcelismo foi o que moldou o futuro que temos agora. Ou seja e melhor, o que poderia ter moldado e não moldou porque a Esquerda o estuporou completamente.

zazie disse...

E gosto de ler o José e de rever tudo isto precisamente porque agora há um distanciamento que na altura não havia.

E existe o que se seguiu, para comparar.

Vejo este blogue como memórias para confrontar a minha falta de memória

ehehehehehe

E entender um momento Histórico que fez parte da minha vida.

Não consigo é entender o que é que isto assusta a quem também viveu e nem é comuna ou xuxa. Nem é de esquerda.

Porque é que têm medo de recordar a história de Portugal do tempo em que eram adolescentes ou estavam mesmo no auge da juventude.

Acham que esse período não conta nas nossas vidas?

Claro que conta. traça o rumo a praticamente tudo.

josé disse...

O que tenho vindo a descobrir vai dando razão aos meus preconceitos, mas agora ando a ler o ultra Nogueira Pinto que tem outra visão que merece atenção.

Amanhã ou assim, coloco aqui o resumo que dá uma ideia muito precisa e interessante do pensamento ultra.

zazie disse...

E é por isso que também não acredito naqueles arrependimentos a 180 graus dos que viram a luz na Estrada de Damasco, que foi coisa que sucedeu no outro dia, quando já estavam bem entraditos.

zazie disse...

Bote aí que tenho curiosidade no que diz o Nogueira Pinto.

zazie disse...

O email era...

zazie disse...

fec-ml @ qualquer coisa

AHAHAHAHAHAHHAHA

josé disse...

Eu poderia tentar perceber a aproximação à Esquerda, de uma larga margem da população portuguesa, em 1974, olhando para mim próprio e para o meio que me rodeava na altura.

O que não entendo é a rapidez com que o PCP e a extrema-esquerda conquistou tanta gente nessa altura, apesar de toda a propaganda anti-comunista do antigo regime e dos avisos solenes de Marcello Caetano e da consciência que a URSS queria tomar conta das províncias ultramarinas que era coisa consabida.

Isso é que não entendo, porque quem due vivas à Liberdade não poderia associar-se a um partido que cortaria logo a Liberdade em modo pior que o marcelismo ou o salazarismo alguma vez o fez.

Isso não entendo.

josé disse...

O que o hajapachorra poderia fazer era uma espécie de historial abreviado das razões por que enfileirou na utopia da fec-ml.

As razões concretas...

josé disse...

A servidão comunista nunca afligiu os pobres. Nunca afligiu os crentes na teoria que deveria haver menos ricos para haver menos pobres.

Nunca afligiu os que gostariam de ter o que os ricos tinham.

Parece-me isto ser tão básico que é bem possível que seja esta a explicação.

josé disse...

Primeiro vou botar o início do marcelismo e e já.

zazie disse...

É chato pedir isso e ele nunca o disse abertamente.

Eu topei o email há muitos anos e topei sempre que ele dava exemplos dessas seitas vir com a FEC-ml (a de Coimbra, como ele dizia, da fé, esperança e caridade, de outras missas).

muja disse...

Ahah, nem sabia o que era isso do fec-ml. Pensei que seria alguma coisa de faculdades ou assim... Ahahah, então tá visto.

E não é exactamente o que eu digo? É psicológico. É o negar da realidade. Foram comidos por lorpas, eram uns bacocos e não querem admitir. Então fazem de conta que aquele mundo da carochinha em que se meteram tinha mesmo "rapport" com a realidade.

muja disse...

O que não entendo é a rapidez com que o PCP e a extrema-esquerda conquistou tanta gente nessa altura

Leia o francês.

Primeiro, de certeza que não era assim tanta gente. Depois, como não havia dissonância na imprensa e como, com os saneamentos etc, eles faziam o que queriam impunemente, toda a gente se convenceu que era só comunas por aí fora.

Depois é uma questão de reacção em cadeia.

No norte, os padres que sabiam mais do que isso, pois tinham uma visão muito mais alargada do meio em que viviam, mobilizaram o pessoal e mostraram-lhes que não era bem assim. E não era.

muja disse...

Pense assim: entre os media e o meio laboral, está 90% ou mais, por assim dizer, da percepção da realidade social. O resto é família e depois uma muito pequena parte amigos, etc.

Veja lá se não é assim para a maioria das pessoas. É uma questão de quantas horas há no dia.

Quem controlar isso, tem a faca e queijo na mão.

O resto é psicologia e dinâmica de grupos...

josé disse...

"Leia o francês. "

Huummm...não parece que me responda ao que procuro entender.

A França não é Portugal. A Résistence e o Vichy não davam, aqui.

Isto é diferente de tudo o que há na Europa.

Se for pela inveja e pela cegueira do interesse imediato acho que chega lá mais depressa do que sobre a subversão de maiorias silenciosas.

zazie disse...

Mujah,

Não fulanize a coisa porque imagine que eu até me podia ter enganado.

De todo o modo é questão que se o hajapachorra quisesse que fosse pública, mesmo com nick, já o teria dito.

Aqueles email nem eram visíveis. Era um tipo de caixinhas de comentários diferentes.

Havia um nome ou nick, que nem precisava de estar registado em nada e ao qual se podia associar um email verdadeiro ou inventado.

E esse email ou página, ou link, verdadeiro ou inventado nem era visível.

mas via-se em clicando no nome ou nick.

zazie disse...

A única piada no caso, que suponho ter acertado, por mais acréscimos, nem é isso.

É agora, vir para a blogo e lembrar-se de usar, clandestinamente, essa referência também clandestina que não é o que ele é,e nem "faz a cara dele"

":O)))

muja disse...

Zazie, não é questão de fulanizar ou deixar de o fazer. Eu quero lá saber disso. Nem sei quem é nem me interessa.

Em todo o caso eu já tinha dito o achava antes disso. E não mudei a opinião.

E se bem lembro aqui há tempos até era para nunca mais voltar... Cá o temos outra vez.

É uma chatice quando alguém mostra - não diz, mostra - que o mundo da carochina não existe...


zazie disse...

Eu curto o hajapachorra e ainda bem que voltou.

zazie disse...

É das poucas pessoas que faz verdadeiramente em cacos o mundo às avessas e os curas de passeata.

lusitânea disse...

" falta de força para combater o alastrar da subversão nas forças armadas"

Ó unknown

Só se fossem os desertores(que os houve) e os refractários devidamente
doutrinados nas universidades o que aliado à cobardia...sim porque fugiam mais quando sabiam que iam para teatros de guerra mais duros...
Eu estive nos Jerónimos e vi as despedidas do Salazar.O povo foi ver sim senhor
Quanto à guerra do ultramar a posição Portuguesa foi enfraquecida pela derrocada dos americanos no Vietname e já agora pelo medo que o Marcelo tinha da ONU o que o levou a impedir acções militares fora das províncias mesmo que o inimigo tivesse as bases nas barbas das suas fronteiras, o que em territórios pequenos como a Guiné provocavam riscos acrescidos.Hoje em dia como se vê em Israel e nos EUA o inimigo é perseguido onde estiver.
Tirando um ou outro militar profissional doutrinado por algum marxista no mato o 25 que foi um golpe da guarda pretoriana insatisfeita com o imperador não visava nada do que depois os esquerdistas vieram a determinar.O nem mais um soldado para as colónias é que foi o primeiro lego a cair...pela mão da CIA ainda por cima...

hajapachorra disse...

Hahahahahaha. Eu tinha 12 anos em 1974. Ás vezes ainda uso esse fec-ml, das virtudes teologais, outras disparo com fbp-m, M de munições, quando tenho pesadelos com as marés do Cacheu e os turras. Kkkkkkkkkssssss. Hei-de imortalizar-vos em romance de capa e espada ou em fábula milésia, não podendo ser roman à clef,

hajapachorra disse...

Virginia Rau foi contratada como professora em 1951. Pouco antes, portanto, e em Lisboa. Aliás, de portuguesa a senhora tinha muito pouco, quase nada. Antes dela houve professoras, obviamente, mas, lá está, estrangeiras. Uma, Carolina Michaelis. O que disse sobre a universidade de Coimbra é inegável, só em 1956 aconteceu o primeiro doutoramento de uma mulher. A Buescu? Largue isso, zazzie, que lhe arruina a figadeira. A Buescu, essa sumidade, doutorou-se em... 1981.

zazie disse...

Mas assinava ou não assinava?

ehehehe

Também sempre achei que era mais novo e não entendia a mistura.

hajapachorra disse...

A amiga é que não entende porra nenhuma. Sou avô eheheh. Só não mudo é de género, nem de sexo, porra.

hajapachorra disse...

Mistura? Que mistura?Fec-ml sempre foi sigla de fé, esperança e caridade, missas e ladainhas, como os mr... eram, e são, meninos rabinos...

O Público activista e relapso