Francisca Van Dunem é uma portuguesa de Angola cujos parentes directos tiveram grande protagonismo político nas vicissitudes da indpendência daquele antigo território ultramarino português.
Segundo escreve a Visão de 3 de Dezembro último, é "uma princesa do MºPº (...) e trabalhou próximo de todos os PGR das últimas duas décadas".
Em 1977, um irmão, José Van Dunem e cunhada Cita ( ou Sita) Vales, "combatentes e dirigentes do MPLA" estiveram envolvidos numa conjura para derrubar o governo de Agostinho Neto e foram chacinados, juntamente com o cabecilha Nito Alves. Nessa altura Francisca estava em Lisboa a estudar e tinha pouco mais de vinte anos.
Após a independência apressada de Angola , acontecimento que perfez há
pouco 40 anos, do qual Portugal esteve oficialmente ausente, o novo país
viveu uma fase de transição e guerra civil que perdurou anos a fio até se alcançar uma
paz aparentemente duradoura.
Os acontecimentos de 1977 foram agora evocados mas com pouca nitidez.
Assim, o O Jornal dessa época consagrou vários números, desde 27 de Maio de 1977 até Setembro desse anos dando conta do que se passava em Angola.
O essencial foi contado no nº de 3 de Junho de 1977.
Na semana seguinte, 8 de Junho procurava dar a explicação cabal...
Um dos portugueses envolvidos no golpe de 27 de Maio, de Nito Alves e dos familiares Van Dunem era o célebre major piloto aviador Costa Martins, que foi ministro do Trabalho nos II, III, IV e V governos. Comunista ligado a Carlos Carvalhas e Eugénio Rosa, além de Rosa Coutinho, Costa Martins fugiu para Angola na sequência dos acontecimentos de 25 de Novembro de 1975 e por lá ficou, como refugiado político, asilado. Aliou-se aos "nitistas" porque também pretendia uma maior intervenção da pátria soviética em território angolano, tal como o quisera em Portugal.
Em 17 de Junho o mesmo O Jornal contava a história...
Conclusão?
Já passaram quase 40 anos e os protagonistas estão mortos. Porém, o que pretendiam era ligar Angola ao comunismo soviético de modo mais "exclusivo". E foi isso que os perdeu.
Curiosamente, ainda há muita gente por cá, actualmente, a proclamar que a independência de Angola foi o objectivo do 25 de Abril de 1974, por vontade dos soviéticos...o que não deixa de ser curioso, levantando a seguinte questão: se foi assim porque é que o regime do MPLA de Agostinho Neto prendeu e matou os que queriam tal coisa, ou seja, uma ligação mais umbilical a tal imperialismo?
Quanto à actual ministra, mal ou bem, estes são os seus familiares directos. O pai e a mãe vieram para cá nessa altura, fugidos também ao regime do MPLA de A. Neto.
A pergunta que gostaria de ver respondida a este propósito é esta: Francisca Van Dunem era comunista nessa altura, adepta das teorias do seu irmão e cunhada? E deixou de sê-lo?
Não tem grande importância mas gostava de saber.
Porquê? Por um motivo singelo: esta esquerda cansa-me e esta espécie de monarquias plebeias de uma esquerda que foi radical ainda mais e estão em estado de graça. Ninguém lhes toca. E esta união de vontades de esquerda vai dar miséria maior. Espero estar enganado.
10 comentários:
não minto a mim próprio nem aos outros
por vezes a memória atraiçoa-me
já disse
conheci 'o António' em 51 não era comunista.
Mário de Andrade também não.
o mesmo se dizia de José Eduardo
tive óptimo relacionamento com Aladin van Dunen,
Amigo íntimo do meu Amigo que me apresentou o 1ª PR
frequentávamos o mesmo café nos anos 60
aparecia uma sua prima a Dani Boavida irmão de Diógenes
estivemos na Senzala a conviver com o Duo Ouro Negro
era tudo gente moderada que lutava por ter uma pátria
Como o Luaty. Coisas de turras.
Cumpts.
recordei agora mesmo qwue o meu Amigo Aladin van Dunen regressou a Lisboa depois do golpe do Nito
os angolanos com quem privei eram gente com dificuldades de dinheiro,
pouco esclarecida politicamente, tal como a maior parte de nós
contávamos os tostões
e não íamos além da social-democracia
A lad insane?
Comunistas "pcp" mais soviéticos da URSS contra comunistas cubanos...
O mano assassinado queria ver uma Angola em que houvesse também brancos a varrer as ruas
Os democratas avançados fizeram-lhe "justiça" e cá...e até com capataz retinto!
Mas enfim agora e cá nacionalizam todos os desiludidos a eito e com alegadas motivações de "afectos"...Porra...e os motivos são sempre os mesmos:vamos enriquecer e só dão lucro...
A fase africana da governação é assim...
E os grandes pensadores e lutadores contra o fassismo aqui nem sequer falam de "memórias".Uma luta de libertação nacional deixou-os todos vivinhos apesar de só dizerem cobras e lagartos do antigo regime e num instante cerca de 100000 vão à vida e todos estão de acordo em varrer o caso para DEBAIXO DO TAPETE...coisas da "superioridade moral"!
O José devia compreender que isto de imperialismos é como as esquerdas.
Para deitar abaixo há sempre solidariedade. As dificuldades vêm depois.
É-me que se impossível observar as imagens horrendas que estes jornais publicaram na altura dos acontecimentos sangrentos acontecidos em Angola e constatar o resultado aterrador das milhentas matanças demoníacas perpetradas por gente possuída pelo Diabo. Elas revoltam-me e causam-me uma tal repulsa e Deus me perdoe, que só desejo para os seus satânicos causadores, os que já partiram deste mundo (e os que ainda por cá se arrastam a conspurcar o ar que respiramos), culpados directos e indirectos de tanta malvadez e selvajaria, que sofram duplamente até à Eternidade as consequências do insuperável mal que causaram aos milhões d'inocentes que tiveram a infelicidade de cair nas suas garras sanguinárias.
Leia-se "É-me quase impossível...".
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