sábado, dezembro 26, 2015

Diário Popular, 1971

Aqui fica a edição integral de vinte páginas do caderno principal do Diário Popular de Domingo, 15 de Agosto de 1971. Para além dessas vinte páginas o jornal trazia ainda um suplemento com mais doze páginas. O suplemento de Domingo não era dos mais interessante desse jornal e por exemplo, o suplemento das quintas-feiras, "Quinta-Feira à tarde", com as duas páginas centrais sobre "Letras e Artes" superava em qualidade o que hoje se faz.

Para mim torna-se interessante comparar este modo de fazer jornalismo, com censura prévia e controlo editorial apertado, decorrente do regime que entendia tal efeito como essencial para preservar a estabilidade política e social da Nação, numa altura em que Portugal enfrentava uma guerra no Ultramar, em três frentes simultaneamente.
Em 1971 tal esforço durava há uma década e revelou-se como a principal razão para a imposição de uma mudança política, que ocorreu em 25 de Abril de 1974 através de um golpe de Estado, impulsionado por alguns oficiais profissionalmente insatisfeitos.
Em 1971 as notícias dessa guerra resumiam-se aos comunicados das Forças Armadas, um deles publicado na página 7 do jornal desse dia.
Em 1971 e 1972 a revista Observador ( basta googlar esse nome e o deste blog para encontrar vários postais sobre o assunto; por exemplo aqui ) publicou algumas reportagens, in loco, sobre o esforço dessa guerra, dum ponto de vista que era então o nosso, ou seja do cidadão comum, não comunista e que acreditava que o regime era legítimo tal como essa guerra de defesa o era também.

Sobre o jornalismo, a redacção das notícias, o modo de relatar factos e a semiótica dos anúncios ( por exemplo o da CGD, na página 6 é elucidativo ( "o Estado assegura a restituição de todos os depósitos efectuados na Caixa, mesmo em casos fortuitos ou de força maior"), lendo percebe-se um pouco o modo de vida português desse tempo e o clima social da época.



















Em bónus as duas páginas centrais do suplemento:























Quem estiver interessado em consultar mais números deste jornal pode sempre procurar por aqui.

O jornal era propriedade da Sociedade Industrial de Imprensa e Francisco Pinto Balsemão foi administrador do mesmo de 1965 a 1971.




3 comentários:

Floribundus disse...

bomba em edificio militar inglês

duo Ouro negro e Cordobés, tudo esquece

Pinto de Magalhães e outro 'pintas'

vanitas
Eric von Stroheim. o von fora abolido pore estar ligado aos Habsburgos, Stoheim significa casa de palha ou palheiro

socialismos
'monte di cacca
mountain of poop
Berg von Poop
berg von Scheiße
mountain of shit'

Bic Laranja disse...

A primeira vez que me fui ao estádio de Alvalade, levaram-me a ver o Agostinho. Muito provàvelmente foi nesta vez ou na semana antes. Tenho memória vaga salvo de estar num camarote e me apontarem —Olha, vês lá o Joaquim Agostinho!
Cumpts.

Bic Laranja disse...

Chuvas torrenciais em Inglaterra, na pág. 20. Estávamos em Agosto. À atenção dos das alterações climáticas.
Cumpts.

O Público activista e relapso