Antes de nós termos chegado a África já lá tinham estado povos europeus, séculos atrás. O Norte de África tinha sido ocupado por Fenícios que fundaram Cartago e esta foi guerreada pelos romanos e númidas, seus aliados. Os vândalos também chegaram lá ainda antes da nossa era cristã e por isso quando os franceses apanharam o Norte de África, em meados do séc. XIX, já tinham passado séculos e séculos de descobertas e exploração do território africano por europeus e outros povos.
Ainda assim, no primeira metade do séc. XX o Norte de África falava francês, nomeadamente a Argélia e Marrocos, bem como outras regiões mais a sul.
Os Estados Coloniais atingem o seu apogeu nos anos 30 do séc. XX. A ideia primordial era a de "assimilação" mas a prevalecente foi a da prática da administração indirecta introduzida pelos britânicos. Os europeus estavam em África em número reduzido e cada colónia tinha uma hierarquia de direcção que ia do governador ao administrador de circunscrições que utilizavam os auxiliares locais e autoridades africanas para controlar os territórios. Um despotismo esclarecido, segundo se lê, no número especial da L´Histoire consagrada a África.
Foi assim até meados do séc. XX e a progressiva consciência política dos povos africanos foi-se desenvolvendo notoriamente a seguir às duas guerras mundiais, mesmo se o esforço de colonização tardio, com um desenvolvimento económico e social acelerado, encetado nos anos 50, não foi suficiente para convencer os povos autóctones e de raça negra, da superioridade da administração dos brancos.
Em 1914 a África estava completamente colonizada com excepção da Etiópia e Liberia e os territórios repartidos por potências coloniais europeias por força de tratados celebrados entre os finais do séc. XIX e os primeiros anos do séc. XX.
As revoltas contra essa colonização são um facto histórico. Em Angola, a dos Ovambos e dos Kongos, entre 1911 e 1915; em Moçambique a dos Chilembwe, em 1915 mas estendem-se a todo o continente africano nessa altura).
A maior potência colonial, em 1914 é a França.
Como é que a França saiu de África? A mal...
Em finais de 1954 sofreu os primeiros atentados e acções terroristas por parte dos movimentos de libertação no norte da Argélia. O que fizeram os franceses para contrariar o movimento de libertação que usava a táctica do terrorismo? Repressão feroz, torturas, execuções sumárias.
Mesmo assim, em finais de Agosto de 1955 deu-se isto que a revista francesas Paris Match de 3.9.1955 relatou:
Como aqui se dá conta, alguns "rebeldes" até se renderam e pediram perdão...
Não obstante, o problema colonial francês agudizou-se e em 16 de Setembro de 1959 De Gaulle ( admirava Salazar...) reconheceu o direito do povo argelino à autodeterminação. Em 3 de Julho de 1962 foi proclamada a independência.
Pelo meio ficaram 300.000 mortos argelinos para 30 000 franceses e 700.000 desalojados que vieram para a Europa...
E nós? A História é conhecida e há ainda quem pense que ainda deveríamos lá estar...
Se a História fosse outra talvez fosse possível pensar desse modo. Mas não foi. E não adianta pensar que poderia sê-lo se fôssemos suficientemente persistentes e lutadores. A França, tal como a Grã-Bretanha, no século XX tinha um poder militar muito superior ao nosso. Hipoteticamente poderia sustentar militarmente uma guerra pela defesa das suas possessões ultramarinas mas não o fizeram~.
A questão mais importante é por isso saber porquê...