Um(a) jornalista do Observador encontrou um título para designar o que se passa entre o primeiro-ministro António Costa e o anterior PM, Passos Coelho: "sol na eira de Costa. Chuva no nabal de Passos".
Quem ler o parágrafo seguinte tropeça nesta prosa:
"A meteorologia económica do Governo e da oposição não coincide. Pedro
Passos Coelho e António Costa — um ex-primeiro-ministro, o outro
primeiro-ministro em funções –, têm marcado o discurso político das
últimas semanas como se vivessem em universos paralelos. Para o
primeiro, vivemos debaixo de uma atmosfera que adivinha tempestade. Para
o segundo, o sol brilha apesar das nuvens ameaçadoras. O
Observador olhou para os números e falou com economistas: o clima não
está assim tão bom, mas também não se espera que venha a ficar assim tão
mau. Não há grande sol na eira, mas também não troveja no nabal."
O ditado antigo que menciona o sol na eira e chuva no nabal não tem aquele significado, mas um outro mais interessante: refere-se aos que querem tudo de agradável ao mesmo tempo, mesmo contrariando as leis da natureza.
Para quem entende esse ditado, o desejo de sol na eira e chuva no nabal é o máximo que se pode desejar porque concita a maior utilidade possível na agricultura.
No jornalismo, pelos vistos, é doutra maneira: a chuva é sempre um mal e o sol o bem supremo...