Aqui se pode ler que Alberto Gonçalves deixou de escrever na revista Sábado por ter sido corrido de modo diplomático.
Após 13 anos, deixei a Sábado.
A decisão foi minha, o pretexto não foi. No DN, enxotaram-me airosamente.
Na Sábado, após simpático
preâmbulo sobre os méritos dos meus textos, os novos poderes da revista
fizeram-me uma “proposta” que eu não poderia aceitar – e que sabiam que não
aceitaria.
Não se tratou de dinheiro:
resumindo, tratava-se de me pagar para não ser lido, quer na Cofina, onde me
concederiam um cantinho obscuro “on line”, quer no “Observador”, ao qual teria
de renunciar.
Obviamente, continuo no
“Observador”, um espaço livre, e saio da Sábado, cuja liberdade receio ter
chegado ao fim. A própria Sábado, hoje sujeita a uma curiosa purga de todos ou
quase todos os que a tornavam legível, também não promete muito mais. Portugal
está perigoso.
Texto: Alberto Gonçalves, Facebook,
2-4-2017
Os últimos escritos de Alberto Gonçalves, na revista Sábado, eram antológicos e ao mesmo tempo prenunciavam catástrofes. Custa-me muito perceber a razão do afastamento de tal talento de uma revista que se pretende renovar, para melhor.
Esperemos para ver, mas o sinal não é dos melhores.