

Morreu Raul Solnado. Para quem tem mais de 40 anos, foi uma figura de vulto na cultura popular, das rábulas de teatro de revista e do humor português, porque toda a gente se lembra do seu modo de contar, falar e apresentar e principalmente de fazer rir. Raul Solnado era património vivo do Portugal contemporâneo, urbano e de cultura popular.
Antes de aparecer a geração que aprendeu a soletrar " stand-up comedy" com figuras tão portuguesas como os Monty Python, já Solnado demonstrava a essência da habilidade em contar anedotas perante uma audiência rendida à arte do humor autêntico e original.
Não me importa quase nada que Solnado tenha sido amigo ou companheiro de alegria de outras figuras públicas do espectáculo que têm sido apanhadas na desgraça de costumes que a sociedade considera intoleráveis. A personalidade cultural e artística de Solnado suplanta isso e assim deve ser.
Raul Solnado, como artista popular da arte de representar e alegrar através do humor, merece uma homenagem do tamanho de Portugal porque foi um pouco do país antigo, dos anos sessenta, que morreu com ele, porque com ele desaparece uma parte da memória viva desse tempo de uma certa ingenuidade revisteira e de teatro popular que foi desaparecendo aos poucos com a politização correcta e com a cópia do estrangeiro que temos agora em permanente exposição.
As imagens mostradas acima têm quase 40 anos e foram publicadas na revista Nova Antena de 28 de Agosto de 1970. Nessa altura, Solnado tinha precisamente metade da idade que agora tinha e o teor da entrevista denota uma maturidade que os cómicos portugueses recentes não alcançam.
Há semanas, numa entrevista, Hermann José, dizia-se a terceira figura do humor português, apenas suplantado por António Silva e Vasco Santana!
Ainda vai a tempo de reparar a palermice de uma afirmação dessas. Herman José nem aos joelhos de Raul Solnado alguma vez chegou. Quanto mais aos ombros.
Antes de aparecer a geração que aprendeu a soletrar " stand-up comedy" com figuras tão portuguesas como os Monty Python, já Solnado demonstrava a essência da habilidade em contar anedotas perante uma audiência rendida à arte do humor autêntico e original.
Não me importa quase nada que Solnado tenha sido amigo ou companheiro de alegria de outras figuras públicas do espectáculo que têm sido apanhadas na desgraça de costumes que a sociedade considera intoleráveis. A personalidade cultural e artística de Solnado suplanta isso e assim deve ser.
Raul Solnado, como artista popular da arte de representar e alegrar através do humor, merece uma homenagem do tamanho de Portugal porque foi um pouco do país antigo, dos anos sessenta, que morreu com ele, porque com ele desaparece uma parte da memória viva desse tempo de uma certa ingenuidade revisteira e de teatro popular que foi desaparecendo aos poucos com a politização correcta e com a cópia do estrangeiro que temos agora em permanente exposição.
As imagens mostradas acima têm quase 40 anos e foram publicadas na revista Nova Antena de 28 de Agosto de 1970. Nessa altura, Solnado tinha precisamente metade da idade que agora tinha e o teor da entrevista denota uma maturidade que os cómicos portugueses recentes não alcançam.
Há semanas, numa entrevista, Hermann José, dizia-se a terceira figura do humor português, apenas suplantado por António Silva e Vasco Santana!
Ainda vai a tempo de reparar a palermice de uma afirmação dessas. Herman José nem aos joelhos de Raul Solnado alguma vez chegou. Quanto mais aos ombros.