O actual primeiro-ministro do governo que está, publicou um artigo no Jornal de Notícias de hoje ( um jornal transformado em situacionista político), para transmitir uma ideia eleitoral: o PS e o Governo que de lá saiu, são de esquerda e por isso lutam contra a direita. Seja lá isso o que for, que aliás não interessa nada definir com precisão, José S. passou a ser refinadamente de esquerda.
Como é sabido, tem gostos de esquerda, estilo de vida de esquerda, costumes de esquerda e até aprendeu a falar à esquerda. A esquerda é um lugar mítico onde se vai sempre que um homem quiser. Ao "bijan" do Rodeo Drive de Los Angeles, por exemplo. Ou ao Pine Cliffs de Albufeira.
Uma das linhas divisórias entre a mítica esquerda que José S. agora pronuncia e a execrada direita que denuncia, é, segundo o PM, a política social de governo.
Assim:
"Há uma escolha crucial a fazer sobre o futuro das políticas sociais - e também aí as opções são claras, separando nitidamente a direita e o PS. A direita insiste no recuo do Estado Social, para a condição de Estado mínimo ou, como dizem agora, Estado "imprescindível". (...)
E para que não haja qualquer equívoco:
"Para a próxima legislatura, propomo-nos reforçar ainda mais as políticas sociais, de modo a enfrentar os novos desafios do Estado Social."
Outra das linhas de força desta esquerda reforçada pelo novel esquerdista, é a do investimento público:
O PM não tem dúvidas e não pretende enganar-se a este propósito, mesmo que ande a ler Niall Ferguson que pelos vistos nada lhe ensinou:
"há uma escolha política a fazer sobre o investimento público. A questão é esta: num contexto de crise económica global e de consequente quebra das exportações, de falta de confiança e adiamento de projectos por parte dos investidores privados, de dificuldades no acesso ao crédito, de menor procura pelos consumidores, que factor pode contribuir para relançar a economia, salvar muitas empresas e promover o emprego? Desde a célebre Grande Depressão, que se seguiu à crise de 1929, todos os economistas que resistem à cegueira ideológica sabem a resposta: o investimento público. "
A estas linhas programáticas do esquerdismo de José S. responde indirectamente no jornal i de hoje, o seu ex-ministro Campos e Cunha, por certo um perigoso direitista que por isso mesmo nunca teria lugar em qualquer governo de esquerda, como o de José S. foi e confessadamente pretende ser.
De uma penada que cabe num parágrafo com meia dúzia de frases, Campos e Cunha demonstra o desmiolo de José S. e a sua acabada capacidade para aldrabar e manipular a opinião pública em direcção a um campo político que lhe pode interessar.
Sobre o programa de "esquerda" do PS, Campos e Cunha diz que não lhe suscitou curiosidade particular pelo seguinte:
"Desde já por manter os grandes projectos [de obras públicas]. Estou firmemente convicto de que se os grandes projectos públicos forem todos para a frente nós vamos ter um longo período de estagnação económica. O TGV significa que teremos de pagar indemnizações compensatórias permanentemente, as auto--estradas vão estar vazias e tudo vai sair dos impostos. Vamos introduzir uma rigidez brutal nos orçamentos futuros - e os orçamentos já são difíceis de fazer porque há uma grande rigidez. A dívida pública é cada vez maior, os juros serão cada vez mais elevados, os salários dos funcionários públicos têm de ser pagos, tal como as pensões, e além disso tem de se pagar as parcerias público-privadas (PPP). O que sobra para gerir depois disto é muito pouco, o que significa que o investimento público será cortado, que as prestações sociais vão ser reduzidas e a culpa disso estará nas decisões tomadas hoje."
Ou seja: lá se vão os argumentos de esquerda de José S. precisamente nos dois pontos-chave do programa de partido: o investimento público em grandes obras e o reforço das políticas sociais. Uma coisa não poderá acompanhar a outra, no Portugal que temos. A esquerda que José S. defende diz que sim.
Aliás, para esta táctica de diversão, tanto lhe faz que um Campos e Cunha alinhe pela execrada direita, sendo de esquerda. Esse tipo de contradições nunca incomodou aldrabões.
Que fique claro:
José S. enquanto candidato eleitoral pretende apenas enganar mais uma vez o povo que vota. Desta vez interessa-lhe captar a atenção de uma esquerda que nem sabe exactamente o que será, mas que vota à esquerda, seja lá isso o que for e que ainda concebe o PS como um partido de esquerda.
O argumento de propaganda é velho e revelho e tem sido usado ad nauseam pelo partido de José S.
Sempre que lhe cheira que o povo ignaro prefere políticas sociais a qualquer custo, o PS defende a bandeira de esquerda. Em nome de socialismo que deixou na gaveta que nunca mais voltou a abrir.
Isto é uma suprema aldrabice que dura há mais de trinta anos. Ainda rende, pelos vistos. Até quando?
Como é sabido, tem gostos de esquerda, estilo de vida de esquerda, costumes de esquerda e até aprendeu a falar à esquerda. A esquerda é um lugar mítico onde se vai sempre que um homem quiser. Ao "bijan" do Rodeo Drive de Los Angeles, por exemplo. Ou ao Pine Cliffs de Albufeira.
Uma das linhas divisórias entre a mítica esquerda que José S. agora pronuncia e a execrada direita que denuncia, é, segundo o PM, a política social de governo.
Assim:
"Há uma escolha crucial a fazer sobre o futuro das políticas sociais - e também aí as opções são claras, separando nitidamente a direita e o PS. A direita insiste no recuo do Estado Social, para a condição de Estado mínimo ou, como dizem agora, Estado "imprescindível". (...)
E para que não haja qualquer equívoco:
"Para a próxima legislatura, propomo-nos reforçar ainda mais as políticas sociais, de modo a enfrentar os novos desafios do Estado Social."
Outra das linhas de força desta esquerda reforçada pelo novel esquerdista, é a do investimento público:
O PM não tem dúvidas e não pretende enganar-se a este propósito, mesmo que ande a ler Niall Ferguson que pelos vistos nada lhe ensinou:
"há uma escolha política a fazer sobre o investimento público. A questão é esta: num contexto de crise económica global e de consequente quebra das exportações, de falta de confiança e adiamento de projectos por parte dos investidores privados, de dificuldades no acesso ao crédito, de menor procura pelos consumidores, que factor pode contribuir para relançar a economia, salvar muitas empresas e promover o emprego? Desde a célebre Grande Depressão, que se seguiu à crise de 1929, todos os economistas que resistem à cegueira ideológica sabem a resposta: o investimento público. "
A estas linhas programáticas do esquerdismo de José S. responde indirectamente no jornal i de hoje, o seu ex-ministro Campos e Cunha, por certo um perigoso direitista que por isso mesmo nunca teria lugar em qualquer governo de esquerda, como o de José S. foi e confessadamente pretende ser.
De uma penada que cabe num parágrafo com meia dúzia de frases, Campos e Cunha demonstra o desmiolo de José S. e a sua acabada capacidade para aldrabar e manipular a opinião pública em direcção a um campo político que lhe pode interessar.
Sobre o programa de "esquerda" do PS, Campos e Cunha diz que não lhe suscitou curiosidade particular pelo seguinte:
"Desde já por manter os grandes projectos [de obras públicas]. Estou firmemente convicto de que se os grandes projectos públicos forem todos para a frente nós vamos ter um longo período de estagnação económica. O TGV significa que teremos de pagar indemnizações compensatórias permanentemente, as auto--estradas vão estar vazias e tudo vai sair dos impostos. Vamos introduzir uma rigidez brutal nos orçamentos futuros - e os orçamentos já são difíceis de fazer porque há uma grande rigidez. A dívida pública é cada vez maior, os juros serão cada vez mais elevados, os salários dos funcionários públicos têm de ser pagos, tal como as pensões, e além disso tem de se pagar as parcerias público-privadas (PPP). O que sobra para gerir depois disto é muito pouco, o que significa que o investimento público será cortado, que as prestações sociais vão ser reduzidas e a culpa disso estará nas decisões tomadas hoje."
Ou seja: lá se vão os argumentos de esquerda de José S. precisamente nos dois pontos-chave do programa de partido: o investimento público em grandes obras e o reforço das políticas sociais. Uma coisa não poderá acompanhar a outra, no Portugal que temos. A esquerda que José S. defende diz que sim.
Aliás, para esta táctica de diversão, tanto lhe faz que um Campos e Cunha alinhe pela execrada direita, sendo de esquerda. Esse tipo de contradições nunca incomodou aldrabões.
Que fique claro:
José S. enquanto candidato eleitoral pretende apenas enganar mais uma vez o povo que vota. Desta vez interessa-lhe captar a atenção de uma esquerda que nem sabe exactamente o que será, mas que vota à esquerda, seja lá isso o que for e que ainda concebe o PS como um partido de esquerda.
O argumento de propaganda é velho e revelho e tem sido usado ad nauseam pelo partido de José S.
Sempre que lhe cheira que o povo ignaro prefere políticas sociais a qualquer custo, o PS defende a bandeira de esquerda. Em nome de socialismo que deixou na gaveta que nunca mais voltou a abrir.
Isto é uma suprema aldrabice que dura há mais de trinta anos. Ainda rende, pelos vistos. Até quando?
4 comentários:
Estas aldrabices continuam a passar com a alegre colaboração de variados interesses, como por exemplo o recente aplicador de directivas da ERC, JN.
O destaque na primeira página diz que a "atitude da direita é herdeira de um certo espírito do salazarismo"... O que mais me admira é que este tipo de frases feitas ainda vendam jornais e votos. Que triste terrinha. -- JRF
Mais vale um dedo do pé de JS do que 10 MFL´S.
Se MFL é Salazarista, Sócrates é só Faxista.Quanto ao dedo grande do pé, cheira àquele perfume especial do Bijan de Rodeo Dr.chamado Roquefort No.5.Sobre Sócrates aconselho vivamente verem o magnífico video-clip de Djavan-Sabe Você? com poema de Vinicius e música de Carlos Lyra.Basta ir ao Youtube e escrever Djavan-Sabe Você?
Tem piada que Sócrates invoque o salazarismo, pois desde há muito que o PS se tornou no partido cuja prática é mais próxima do salazarismo do que a de qualquer outro partido.
De facto, a actuação dos socialistas dentro das empresas públicas ou semi privadas como a EDP, Galp, REN, PT, etc, em que o governo continua a ter uma palavra decisiva e nas quais os socialistas desde há muitos anos instalaram poderosas células, que resistem a todas as mudanças de governo, é absolutamente vergonhosa.
A promoção ou marginalização de pessoas tem como único critério o alinhamento, ou não, com as posições dos socialistas.
A ideia de que ser de esquerda é ser bom e humanitário é uma das maiores aldrabices dos tempos modernos, que convem imenso aos socialistas, sempre a encher a boca com isso, mas cabe a quem não embarca nesta treta denunciá-la com toda a veemência.
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