Morreu Vasco Granja e tinha 83 anos. Os "amiguinhos" que viam os desenhos animados na televisão dos anos setenta e oitenta, devem-lhe algumas alegrias numa época em que nem havia play stations ou sims.
Nessa altura, os desenhos animados eram de rigor programático na tv, ao começar o dia, no primeiro canal e à noite, no segundo canal da RTP. Depois de 25 de Abril de 1974, por influência dos programadores democratas, virou a inspiração para leste. Antes disso, porém, passou a maior parte dos filmes de curta duração dos estúdios americanos, com destaque para Tex Avery.
A RTP acabou de lhe fazer um epitáfio pífio, cingido aos seus programas de tv, mas Vasco Granja esteve ligado à banda desenhada da revista Tintin, no início dos anos setenta.
Em 1972, assinava uma página nessa revista, sobre "O mundo da banda desenhada" e não havia festival em Lucca que Vasco Granja não relatasse de modo interessante.
O mundo da banda desenhada, em Portugal, muito lhe fica a dever.
Tintin, de 3.6.72 e 2.9.1972 ( na imagem da esquerda, todos os responsáveis pela edição, incluindo Vasco Granja, em caricatura. Clicar para ampliar).
PS: Para saber mais e melhor sobre Vasco Granja e a bd portuguesa, ver este blog, de Geraldes Lino.
Nessa altura, os desenhos animados eram de rigor programático na tv, ao começar o dia, no primeiro canal e à noite, no segundo canal da RTP. Depois de 25 de Abril de 1974, por influência dos programadores democratas, virou a inspiração para leste. Antes disso, porém, passou a maior parte dos filmes de curta duração dos estúdios americanos, com destaque para Tex Avery.
A RTP acabou de lhe fazer um epitáfio pífio, cingido aos seus programas de tv, mas Vasco Granja esteve ligado à banda desenhada da revista Tintin, no início dos anos setenta.
Em 1972, assinava uma página nessa revista, sobre "O mundo da banda desenhada" e não havia festival em Lucca que Vasco Granja não relatasse de modo interessante.
O mundo da banda desenhada, em Portugal, muito lhe fica a dever.
Tintin, de 3.6.72 e 2.9.1972 ( na imagem da esquerda, todos os responsáveis pela edição, incluindo Vasco Granja, em caricatura. Clicar para ampliar).
PS: Para saber mais e melhor sobre Vasco Granja e a bd portuguesa, ver este blog, de Geraldes Lino.
5 comentários:
Boa homenagem. Eu também guardei mais a memória dele pelas publicações do Tintin.
Mas ele fez um excelente trabalho e não teve continuador.
Às vezes interrogo-me que influência tiveram em mim estas pessoas, numa idade altamente permeável. Adorava a revista Tintim (que um dia destes vou completar) e adorava os programas do Vasco Granja na TV. Havia pouca coisa, davamos valor.
Conheci-o mais tarde em "encontros de bd" e infelizmente depois da queda do muro mantinha um discurso retrógado e algo estranho (por isso não sei se aqueles filmes de leste eram só influência dos programadores)... Ninguém é perfeito.
Num desses encontros mostrou o filme "L'homme qui plantait des arbres" (Wikipedia) de Jean Giono (disponível em livro em várias edições muito bem ilustradas). O filme é canadiano (IMDB) e achei uma obra-prima (tal como o texto). Talvez o Vasco Granja também me tenha influenciado no gosto pelas árvores e natureza. De uma forma ou de outra, gostava dele. -- JRF
No meio de afazeres vários e viagens não podia deixar de passar por aqui antes de me deitar para ver se o José fazia um epitáfio à medida da importância de Vasco Granja para aqueles que, como eu, nos anos 70 sobretudo por via da revista Tintin aprenderam a gostar de uma outra forma de representação ficcional.
Gostei, como de costume, do texto. E fico à espera de uma outra abordagem, histórica, de um enquadramento da BD em Portugal, Penso que o José será dos poucos com condições para o fazer, falando tanto de BD como de Portugal. E até do estranho fenómeno de tendo a BD e a revista Tintin pesado de uma forma impar na geração que está agora nos 40/50, o fim da revista Tintin e das tentativas fracassadas à nascença que se lhe seguiram acabem por conduzir a um desaparecimento no plano cultural até nos hábitos dos filhos dessa geração (sem ser substituída, por ex., pela cultura dos Comics americanos, fenómeno que mesmo para um pro-americano se me apresenta bastante menos interessante). Num tempo em que a imagem e a simplificação tanto contam e os velhos pudores (alguns salutares na minha perspectiva conservadora) deixaram de constituir um obstáculo à assunção e promoção dessa forma de ler e contar estórias. Algo que precedeu, refira-se a emergência da tv cabo, consolas, e outros concorrentes.
Essa abordagem já está esquissada:
portadelojaVou recomeçar com a história da Métal Hurlant e as demais que apareceram depois, incluindo as espanholas ( Cimoc, El Vibora, etc)
Tinha-me escapado. Obrigado. Vou ler com atenção e gosto.
Enviar um comentário