Segundo relatos de José Manuel Fernandes, ex-director do Público, no Parlamento, esta imagem que o jornal publicou em 12.9.2007, na primeira página, incomodou de tal modo José S. que o mesmo comentou para um administrador da SONAE, em voz agastada que a publicação era "inqualificável" e insinuou o despedimento do responsável, ou seja o director do jornal.
E porque terá sido assim? Na altura, Vital Moreira, o jacobino-mor, rasgou igualmente as vestes de indignação, comentando no seu reduto de apaniguado, então como capelista dos Grilos algo que comentei aqui, nestes termos:
A imagem testemunha um acto de propaganda típico de governos, pois mostra a inauguração oficial e preparada pelos cultores de imagem, do ano lectivo, num centro escolar.
Nome do Centro? S. Martinho de Mouros, em Resende.
Pois é, Vital Moreira, num nome, duas realidades: a cristã e a mourisca. Nossas e com séculos. Apagar memórias é próprio de comunistas com laivos estalinistas, como Você foi, e parece que ainda não esqueceu, porque foi ainda há muito pouco tempo.
Mas as memórias não se apagam facilmente, como o prova a imagem que segue, onde um dos que pegam no andor é o mesmo que acima faz menção de se benzer.
As tradições e costumes, nossas, sobrepõem-se naturalmente, a uma Constituição jacobina, onde se jurava que se caminharia para o socialismo autêntico, o da sociedade sem classes. Nessa altura, era essa também a sua verdade. Hoje, já não é, porque é um apóstata desse credo.
Então, por que bula deve merecer mais crédito e aceitação, do que os que acreditam numa tradição de séculos e séculos? E que ainda por cima, são, comprovadamente a esmagadora maioria deste povo que nós somos?
Mas estas duas imagens conjugadas, dão um retrato aproximado do primeiro-ministro que temos: um hipócrita, sem dúvida e um mentiroso compulsivo até perante as evidências. Apanhado num gesto hipócrita e de circunstância, incomodou-se ao paroxismo do berro com a publicação da imagem pública. Meses antes forneceu ou permitiu que se publicasse a imagem do andor que se refere a uma tradição popular, que aliás lhe define a origem e o meio e até o humaniza.
Não obstante, entre as duas imagens, há uns anos luz de simbologia e referências explícitas que acabou num certo Bijan, ainda por esclarecer.
Entre a inocência e a hipocrisia cínica, interpôs-se a mentira como modo de ser. O que só pode ser uma consequência natural em quem não está preparado para mostrar o que verdadeiramente é
Aquilo em que se tornou, já sabemos que pode ter sido algo como isto, à porta do Bijan de Beverly Hills, como em tempos estranhamente se noticiou mas subitamente se silenciou. E no entanto, é seguramente mais embaraçoso do que a foto da renegada benzedura.
Estranhamente também, nenhum corporativo de câmara alguma, abrantes ou magalhães, jugular ou dos santos dos últimos cinco dias, se dignaram dar relevo a este acontecimento extraordinário que é ter o nome do primeiro-ministro de Portugal na montra de uma loja de apparel no reduto do jet set mundial.
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3 comentários:
Permita-me a correcção: segundo relatos de José Manuel Fernandes, o accionista foi objecto de ameaça de reprovação da OPA sobre a PT caso não fosse corrido do cargo. Perante uma denúncia pública desta natureza e gravidade, feita em plena assembleia da república, com certeza que o MP e a CMVM já terão aberto os competentes inquéritos, a não ser que o Estado de Direito esteja temporariamente suspenso, como sugerido por Manuela Ferreira Leite.
Grande post, José.
Foi o que pensei! Sem ver o seu comentário Zazie! O de hoje e o antigo. Grande post. -- JRF
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