domingo, setembro 23, 2012

Os que mataram o país e respectivos coveiros em conciliábulo

Como diz um comentador deste blog- Floribundus- Vítor Gaspar devia repetir em público, na televisão, o que terá dito no Conselho de Estado de Sexta-Feira passada.
Devia dizer o que explicou a alguns dos maiores responsáveis pelo descalabro a que assistimos em Portugal, hoje em dia.

Poderia começar por dizer o que disse a Cavaco Silva ( ou o que não disse e deveria ter dito): que foi primeiro-ministro durante os anos de "vacas gordas" e não soube governar para o futuro mas apenas para um presente que agora temos. Como presidente poderia ter travado o combóio do descalabro que corria desenfreado, desde 2005 a 2011 e não o fez com medo de perder o poleiro.
Poderia continuar com a actual presidente da A.R. Assunção Esteves, uma reformada da função pública de topo, do Tribunal Constitucional que temos e que foi casada com um socialista ressabiado com o antigo regime, José Lamego. A mentalidade de Assunção e de Lamego, em exemplo paradigmático, moldou o que somos como país " de esquerda". Um bloco central de interesses errados. Os amigos que foram de ambos são os beneficiários directos do regime que temos há dezenas de anos. De António Vitorino a Duarte Lima, passando pelos BPNs ( incluindo os BCP´s após take over), e pela esquerda do PS, dos Ferros Rodrigues e companhia.
A seguir, teria dito ou deveria tê-lo, ao actual primeiro-ministro, Passos Coelho que apesar de não ser responsável por este estado de coisas, e ser pessoa estimável do ponto de vista pessoal,  foi o exemplo dos que se formaram no regime que temos: sempre em actividade política nas J´s, aprendeu a fazer política do modo que sabemos e execramos. Pouco ou nada aprendeu de essencial na actividade empresarial por conta de alguns dos aproveitadores do regime ( BES e um tal Ângelo Correia com uma tal Fomentinvest, também alfobre de Relvas e quejandos). Passos é simultaneamente vítima e responsável deste regime, nessa perspectiva. Mas não pela crise tout court.
Depois, ao presidente do tribunal Constitucional, Moura Ramos, um jurista regressado à Universidade de Coimbra no 25 de Abril, onde ensinava Direito Internacional Privado e ascendeu a presidente do Constitucional por força das forças da Maçonaria e afins- e só por isso.
Ao provedor de Justiça Alfredo José de Sousa, acima de tudo magistrado, deveria ter dito que enquanto presidente do Tribunal de Contas fez um papel até certo ponto exemplar. Fez uma coisa que o actual- uma enguia- não fez: denunciar a inércia do MºPº de António Cluny  ( um dos que escreve sobre corrupção mas denega na prática o combate à mesma no local em que tal poderia e deveria fazer-se).
Aos presidentes dos governos regionais, particularmente a João Jardim, deveria apenas chamar-lhes uma coisa que todos entendem: palhaços ricos. João Jardim, aliás, já está habituado ao papel, na vida real do carnaval permanente.
A Ramalho Eanes uma coisa deveria ser dita: foi e é uma reserva moral da nação. Um homem com uma dignidade política que só pecou por não se ter demarcado mais dos traidores do país, os sem pátria do PCP.
Mário Soares merecia um discurso demorado de Vítor Gaspar se este o soubesse fazer, o que tenho a certeza não sabe ( Gaspar é primo de Louçã, não esquecer...): Soares foi o Kerenski português, de facto. Não entregou o país político ao PCP, como o real Kerenski fez no tempo dele, mas entregou o país económico e de modo irremediável, para sempre.  Além disso e ao contrário do que a lenda alimentada por Vascos Pulidos Valentes pretendem, Soares é e sempre foi um ignorante de coisas básicas que não lhe sejam trazidas pelos Jeans Daniéis e que escrevem lá fora, particularmente em França, em jornais e revistas que Mário Soares provavelmente nunca pagou. Apesar de ter sido um viajante incansável sempre a expensas do erário público, pouco ou nada aprendeu porque para aprender é preciso saber já alguma coisa.
Foi e é um dos principais responsáveis pelo descalabro porque foi actor imprescindível nas duas vezes por que passamos apertos financeiros e económicos e nada aprendeu com isso. O seu ministro das Finanças de 1978, Medina Carreira saberá muito melhor classificá-lo, mas por mim Vítor Gaspar deveria ter-lhe dito: V. é uma nódoa e como dizia Eça de Queirós, só sai com benzina. No caso com retiro e boca amordaçada para não continuar a dizer asneiras, confundindo-as com o o sentir de Portugal.
A Jorge Sampaio deveria começar por lhe chamar "chorona". Não para o insultar mas para delimitar território afectivo que é o único que Sampaio conhece. Sampaio foi do MES, um movimento pró-comunista, trostkista qb e antepassado de um Bloco de Esquerda. Foi-o em idade adulta, sabendo bem ou tendo obrigação de saber que um país só produz se tiver estruturas adequadas a tal e não pode nunca viver acima das possibilidades reais do que produz. Sampaio já como presidente, numa altura em que a magistratura de influência ( a mais importante numa presidência da República) era fundamental deu o parecer mais errado que poderia dar: " há vida para além do défice", proclamou quando um governo que não lhe era afecto queria conter a despesa pública quando tal já era evidente como prioridade e essencial. Sampaio, como "chorona" de esquerda não quis saber porque pensava provavelmente que o dinheiro cai das árvores, sempre que se abanam. Para além de ter sido igualmente  um viajante incansável sempre a expensas do erário público, pouco ou nada aprendeu com isso e o seu exemplo pessoal como presidente é desprezível nesse aspecto.
A João Lobo Antunes deveria apenas dizer que é um pavão. Um exemplo típico do princípio de Peter e que sendo bom cirurgião ( o que se dá de barato) deveria ter ficado por aí. No entanto, por isso mesmo é um bom exemplo do português que contemporizou sempre com o descalabro, porque fascinado com um poder mirífico e parolo. Como ele, só um Canotilho ( que também já foi conselheiro de Estado, aliás).
A Marcelo Rebelo de Sousa deveria fazer um discurso maior do que a Mário Soares. Marcelo é das figuras nacionais, uma das que tinha perfil para ser tudo, incluindo presidente da República. Por que não foi? Por causa de um fenómeno de personalidade já muito bem apanhado por um Artur Portela Filho numa historieta ficcionada e publicada em 1976 na revista Opção. É a história dos dez negrinhos e Marcelo sabe muito bem do que se trata. Acho até que demasiado bem. Para quem não sabe, pode sempre ler aqui.  Mas atenção: é um indivíduo católico e que por isso se arrepende e comunga se preciso for. Compreendo-o muito bem e acho-o até simpático, por isso mesmo.
A Leonor Beleza deveria dizer tão só uma coisa: perdeu a honra com o caso dos hemofílicos. Depois de dizer que queria ser julgada e ter como advogado o maquiavélico Proença de Carvalho uma das figuras pardas mais sinistras do regime, acabou por fazer tudo para a prescrição operar. E por um motivo que me parece o mais plausível: porque  em consciência sabe que teve responsabilidades na morte de gente hemofílica. E tal é um peso que acho pouca gente deve poder suportar. Quem o suporta bem será por deficiência de personalidade, também.No entanto, agora tem um oportunidade de ouro para se redimir: ajudar aqueles que prejudicou mesmo por negligência.
A Vítor Bento nada diria porque é-lhe semelhante: um técnico que não tem competência para mudar o rumo dos acontecimentos a não ser que o poder lhes caia no regaço e mesmo assim não sabem o que hão-de fazer, com visão de futuro.
A Bagão Félix e Marques Mendes apenas isto: agora são treinadores de bancada mas quando estavam mesmo no banco não se distinguiram em nada de outros que por lá passaram. São apenas medíocres e sabem-no muito bem. Sobre Marques Mendes, Belmiro de Azevedo, em 2005 disse quase tudo: nem para porteiro dos seus supermercados o queria, sequer. Mendes é filho de um advogado de Fafe, tipicamente o PSD profundo, do que se arranjou com a situação subindo na vida e na escala social. Eram uns pobretanas de província, sem grandes meios e o partido deu-lhes tudo o que são e têm. Nos últimos anos não desdenharam as negociatas que se lhes depararam e Mendes é figura importante nas "energias renováveis" uma burla que José Sócrates impingiu ao país. Mendes, sobre isso, o que diz? Moita, carrasco. Mendes nunca ganhou tanto dinheiro na vida como nos últimos anos, provavelmente. E é esse o valor essencial do PSD profundo: ganhar dinheiro. Ângelo Correia? O exemplo máximo, a par de um Dias Loureiro, de um Oliveira Costa e tutti quanti. O PSD profundo é o partido mais corrupto que pode existir neste aspecto: não é criminalmente corrupto, como um PS, ( este partido, in totum, sempre que algum dos seus próceres mais distintos se vê em apertos judicários, reune-se em ambiente de situação e de perigo iminente para as hostes e reaje sempre como um corpo único alvo de ataque destruidor. Por isso arranja as teorias de cabala, sempre que nada mais pode fazer)  mas é essencialmente corrupto porque legislou de modo a evitar a criminalização da actuação na promiscuidade suspeita e a evitar criminalizações de enriquecimentos ilícitos por causa do princípio da presunção de inocência, e de outros ainda mais sofisticados e que se ajustam às mil maravilhas à chico-espertice tuga. Todos esses princípios importados da doutrina alemã não encontram obstáculo num ditado popular que toda a gente conhece: " quem cabritos vende..." . O senso comum não lida muito bem com o senso jurídico da escola coimbrã, embrenhada no estudo teutónico cujos professores nos devem desprezar, mas enfim, já vem do tempo medieval e das discussões académicas sobre o real sexo dos anjos. Tem muito bons juristas, o PSD, a começar por Manuel da Costa Andrade, de Coimbra, o qual já tem um filho muito bem encarreirado na vida profissional: depois de ser sócio da PLMJ já saiu e com Diogo Leite Campos, também do PSD, trabalha por conta própria. E por mérito próprio, certamente e sem cinismo algum. Mas objectivamente as coisas são como são e são o retrato de um país, com personagens que contribuíram em elevado grau para aquilo que somos e onde chegamos. Os exemplos nesta espécie de elite universitária e de topo são às dezenas. Basta pegar num nome conhecido e perguntar onde estão os filhos. Geralmente estão todos muito bem. Felizmente. E com isto não pretendo insinuar a ocorrência de fenómenos endogâmicos espúrios à honestidade ética. Pretendo apenas indicar os caminhos do sucesso em Portugal: pertencer às elites, a certas elites que se firmaram no seio da política, essencialmente. Sem distinção relevante para os partidos do centrão. E quem está de fora, racha lenha, como se costumava dizer.
Resta ainda dizer a este propósito que um certo Paulo Portas, no final dos anos oitenta e depois nos noventa do século passado, passou muitas quintas-feiras a fechar o semanário que então dirigia ( Independente) a escolher as manchetes de primeira página, a sairem no dia seguinte, geralmente com escândalos relacionados com  gente do PSD. Teria feito o mesmo, agora, a propósito do caso dos submarinos e dos donativos para o CDS...se ainda fosse director de tal jornal. Por uma razão: o escândalo é maior do que algum daqueles jamais o foi.
E tal ocorreu depois da entrada de Portugal na CEE. Mendes vivia em Lisboa nessa altura, como deputado ou coisa que o valha ( governante de maioria absoluta e por alguns anos). Era amigo de Fernando Nogueira, um bom-serás do PSD que chegou a líder por deserção de outros. Fizeram duas casas geminadas na zona de Caxias, nessa altura. Casas relativamente modestas, com arquitectura modesta e custos modestos. Mas nem assim se livraram de suspeitas de corrupção autêntica porque algumas das facturas da construção, por conta de firmas apanhadas nas "facturas falsas" não eram claras e indiciavam tal situação, de todo escusada. Não se logrou apurar nada de nada, mas ficou esse labéu, porque eram políticos e a estes não se admite o que aos restantes portugueses se admitia e admite ainda hoje: fugirem ao fisco, defraudarem o mesmo e aproveitarem benesses de mão beijada.
A Pinto Balsemão era muito simples o que Vítor Gaspar deveria dizer: que tivesse mais vergonha e fosse apenas o que é: um antigo jornalista-proprietário que aproveitou o poder político para fazer fortuna nos media. Por isso mesmo é uma espécie de Berlusconi caseiro a quem o país nada deve e pelo contrário tem contas a prestar pelo tipo de informação que patrocinou nos últimos anos: de obnubilação e de manipulação informativa como dantes a RTP fazia no tempo da ditadura.
É um dos maiores responsáveis pela ignorância do povo português, na medida em que os seus apaniguados televisivos ( tipo Anas Lourenços) só acordam quando o poder político que está não lhes agrada por colocarem em perigo o satus quo que conquistaram ao longo dos anos de protecção empresarial. ( o caso da RTP é exemplar).
A Manuel Alegre nem era preciso muito: dizer-lhe apenas que é um balofo de voz cava e barítona. A poesia que escreveu não chega para o alcandorar a seja o que for, mormente deputado que pouco ou nada fez de relevante e que se saiba, durante decénios.
António José Seguro, esse, é apenas um figurante. Uma espécie de boneco articulado de político estereotipado nas J´s, tal como Passos e sem consistência real. Um político bidimensional cuja essência é o discurso decorado para o desempenho teatral do papel que lhe incumbiram e que aprendeu.
Para Luís Filipe Menezes, valem as mesmas considerações que para Marques Mendes, com um acrescento: é dos políticos mais perigosos que podemos ter porque populista no pior sentido do termo e desprovido de algo essencial: a credibilidade intrínseca das pessoas de bem que buscam o poder para o bem comum e por isso desinteressadamente.

E era tudo. Suspeito que Vítor Gaspar nada disse disto e fez um discurso centrado no nosso estado de bancarrota explícita. Mas isso todos sabiam, já. Ou não sabiam?

28 comentários:

Stoudemire disse...

Foda-se!

Só conheço outra pessoa que põe os nomes aos bois: Paulo Morais!

Os meus aplausos1 Mais não posso fazer, infelizmente!

Unknown disse...

brilhante.

vou partilhar, se me permitir,,, coloca-la na ventoinha, pode ser que assim mais alguns acordem do marasmo em que nos encontramos....

josé disse...

Entretanto corrijo algumas frases porque escrevo " de rajada", publico e só depois vou corrigir. Nisso sou incorrigível.

josé disse...

Corrijo e acrescento em work in progress.

hajapachorra disse...

A composição deste conselho é a prova provada de que tem que haver inferno. E espero que Marcelo não comungue.

hajapachorra disse...

Paulo Morais engana bem, mas não a mim.

zazie disse...

Muito bem!

lusitânea disse...

Mas tão grandes políticos têm ainda uma "obra" da sua inteira responsabilidade:O império agora só cá dentro e por nossa conta!Deve estar a sair de momento muito barato aos Portugueses legítimos...

ALCAIDE disse...

Não podia estar mais de acordo.
O meu problema é que não posso deixar de pensar que directamente ou indirectamente fomos nós, Portugueses que os lá colocamos
E será que aprendemos alguma coisa? Julgo que não.

Floribundus disse...

admiro cada vez mais a sua coragem, lucidez e honestidade

para além da inveja, ódio e corrupção, os portugueses são na generalidade ignorantes e obnóxios.

ao ver entrar toda aquela gente lembrei-me dos filmes da série o Padrinho. infelismente era só uma pálida amostra dos intocáveis que nos puseram novamente nas diversas formas de miséria

um neto de afonso costa gostaria de ter adquirido um penico de louça que tinha no seu interior a cara do seu ilustre antepassado. se estivessem em uso hoje havia muitos candidatos.

Renata Garrafoni publicou em 1999
bandidos e salteadores: concepções da elite romana sobre a transgressão social

Karocha disse...

Brilhante, José!

Mentat disse...

Muito Obrigado.
Comprovar que ainda existe um PORTUGUÊS da sua fibra (e pode ser que ainda existam mais), é algo que me dá alguma esperança.
Por isso, como sugeriu o Álvaro Queirós, se me permite, vou propagar a sua mensagem.
E como diz Floribundus admiro a sua coragem, lucidez e honestidade.

José Domingos disse...

Parabéns. Passar por aqui, é uma lufada de ar fresco.O pantâno, cheira cada vez pior. É preciso que haja coragem em Portugal, para dizer ás senhoras,quem são os cavalheiros.
Estas eminências pardas, são, na minha modesta opinião, os moços de recados, os aventalados da pedra, também têm nomes!!!

zazie disse...

É verdade, Mentat. O José é um grande exemplo.

E gostei de o ver por aqui.

Kaiser Soze disse...

Li em duas vezes, não tive fôlego para o fazer de uma só vez.

aragonez disse...

Magnifico!
Não haverá maneira de torpedear um qualquer meio de intoxicação social e fazer com que publique, ao menos de vez em quando, uma verdade avessa o regime?
Temos que acreditar e lutar por isso.
Temos de dar cabo disto, por dentro e não pelos tentáculos do bicho.
AMDG!

Mentat disse...

Cara Zazie

Já há muito tempo que passo por aqui.
(Aliás, neste momento, só passo mesmo por aqui)
Só que não gosto de eventualmente "incomodar" o josé com os meus comentários.
Desta vez, no entanto, senti-me na obrigação de lhe expressar a minha gratidão.

zazie disse...

ehehe

Eu também tenho vindo a diminuir os locais de passagem mas este é obrigatório.

Bjs

josé disse...

Meus caros: agradeço a atenção, como sempre. Mas não sou guru de espécie alguma.

Aliás, uma coisa que experimentei recentemente foi verificar que alguns daqueles que são indicados como "fora do sistema", como Paulo Morais ou Medina Carreira ou mesmo o José Gomes Ferreira ( gosto de pensar que é família do escritor mas não sei se é) não sabem. Não sabem. Tentam saber, como eu tento. Mas acho que não sabem infelizmente. Tal como eu são uns diletantes destas coisas.

O meu problema actual é mesmo esse: descobrir quem sabe mesmo.

E acho que sei quem sabe: aqueles que estão metidos nas coisas, nas alhadas.

Por isso faço muitas vezes como o Eco nos seus romances policiais: raciocino abductivamente. Fi-lo em relação ao Paulo Campos e tenho a impressão que acertei.

Se estivesse no DCIAP adorava investigar o tipo. Mesmo sabendo que no fim poderia nada encontrar de criminalmente relevante.

Percebem o que quero dizer?

Olhem que não é fácil de entender...

josé disse...

Por mim tenho algumas informações suplementares e algumas delas nem as posso usar, mas servem-me para o tal raciocínio abductivo.

E não me costumo enganar porque o tempo tem-me dado razão.

Em tempos que já lá vão havia um velho ditado que dizia que para se descobrir qualquer coisa com um indivíduo bastava "chercher la femme".

Agora, por vezes não são femmes porque alguma desta gente é invertida, como também se costumava dizer.

Por exemplo o fenómeno PT-Sócrates tem destes elementos. E outros.

josé disse...

No fundo o que me chateia mesmo a sério com estes salafrários é o facto de nos comerem as papas na cabeça. E comem mesmo, is filhos da mãe. Sem vergonha de espécie alguma.

Basta ver aquele Galamba do Parlamento ( um do PS, ainda jovem). Impressiona-me aquela criatura de Deus. Impressiona-me porque não tem vergonha nenhuma em ser como é e porta-se com uma arrogância inaudita digna apenas de um Ricardo Rodrigues e outros que tais.

O PS foi tomado por este tipo de gente e isso é um sinal de decadência. Grave, a meu ver.

joshua disse...

Bravo, José. Mil vezes bravo.

Sinto-me seu filho ou seu irmão no mesmo ímpeto por raciocinar "abductivamente" e desconstruir-reescrever a retórica desculpabilizante e autojustificativa a que ainda hoje os invertidos do socratismo se dão, se o José me admite a imodéstia.

Um Abraço, o de sempre.

Mirza disse...

O "raciocínio abductivo" dá também pelo nome mais expressivo de "palpite". Uma forma pseudo científica de adaptar os factos às conclusões a que se quer chegar.

Já agora, e como este blogue é especialista na crítica e na denúncia, muitas vezes justificadas, é certo, outras vezes como expressão de uma opção ideológica ou de uma aversão pessoal, que tal passar à fase seguinte, a de propor soluções?

É que de críticas estamos felizmente bem servidos. Basta andar de táxi, para quem ainda pode fazê-lo. Que tal começar a propor coisas concretas que possam ser assumidas colectiva e utilmente e que não sejam apenas o branqueamento do antigo regime, outra especialidade deste blogue?

aragonez disse...

O antigo regime passou.
As sequelas, as más e as boas, estão pelo menos elencadas.
É o novo regime que importa denunciar e derrotar.
E neste blogue, com muita da crítica vêm algumas soluções.
Uma delas, a primeira entre todas, seria criar uma Justiça.
E eu, pelo menos, começaria a creditar em algo.
Assim, com eles todos à solta, não!

Unknown disse...

José, um texto de tirar o fôlego. Nada a acrescentar. Muito bom.

Mirza disse...

A justiça é um bom começo. Muito por obra dos políticos, e basta ver o assalto que o PC fez ao Ministério Público logo a seguir ao 25 de Abril. Por isso, mas não só por isso, tornou-se uma central de interesses corporativos que não hesita em tentar influenciar a vida política do país, como qualquer CGTP. Só que dispondo de meios que a CGTP não tem.

Interesse público? Fazer o seu trabalho? Proteger os cidadãos, garantindo-lhes a segurança jurídica e de forma atempada? São tudo detalhes. O que conta é o protagonismo.

josé disse...

Mirza:

É mesmo isso: palpites. Não procuro nem quero impingir nada a ninguém. Cada um que pense por si, se for capaz.
E nos palpites avulsos há uma diferença que se traduz em comprovação a posteriori, tal como o monge de Eco o fazia.

Portanto, há palpites e palpites. Alguns estão errados e outros, naturalmente certos. É estes que procuro e os outros, se o forem, anuncio-o com o mesmo entusiasmo de descobrir a verdade das coisas.

Quanto às soluções basta ver o outro lado das críticas, a outra face da moeda.

Branquear o regime anterior não é preciso porque a sujidade do mesmo é muito exagerada pelos que não querem olhar de frente o fantasma.

josé disse...

Há no entanto um critério infalível que já foi enunciado no Evangelho para avaliar os sistemas, os homems e as coisas: pelos frutos se conhece a árvore.

Os frutos deste regime pós 25 de Abril quais são?

Não se deixe iludir pelas grandes palavras ditas de cor e pense por si quais serão os verdadeiros frutos...tendo em conta que se aumentaram as desigualdades, somos uma sociedade de medíocres com poucas excepções e que quem manda, o faz há dezenas de anos, sempre com estes resultados...

O Público activista e relapso