terça-feira, junho 17, 2014

A imprensa matrix nacional

Este artigo de João Miguel Tavares, no Público de hoje, deixou-me pensativo. Mas pouco, por causa de uma frase que lá vem digitada: " ninguém sabe como é que se fazem  bons jornais sem jornalistas de qualidade. Mas também ninguém sabe como se fazem bons jornais com os actuais níveis de prejuízo financeiro".
Pois. O artigo aparece por causa do despedimento de jornalistas do DN, pela Controlinveste, antes propriedade do "amigo Joaquim" e agora dos amigos angolanos e ainda o amigo Montez que anda em negócios a tentar chegar aos calcanhares do intermediário Jorge Mendes, o do futebol. Mas nunca chegará, apesar do "sistema de contactos".


O lamento sobre o despedimento dos jornalistas Eurico de Barros e Nuno Galopim é digno de registo mas apenas isso. Se são bons, como afiança JMT, terão lugar nos media. Mas permito-me duvidar de tamanha qualidade afiançada. A esses jornalistas não basta serem bons: é preciso serem muito bons ou até óptimos para afastarem o inimigo. E não são, infelizmente. Um jornalista ópimo é aquele que se torna imprescindível para uma boa parte de leitores de jornais. E tal não acontece, infelizmente.
De resto o cemitério editorial dos bons jornalístas está cheio de lápides a atestar falências e fracassos de publicações.


Porque será? Em Portugal, na década de setenta do século que passou e apesar de toda a pobreza do país salazarista e caetanista, como pretendem os próceses de esquerda ( entre os quais eventualmente aqueles dois jornalistas)  e para nos cingirmos à área de interesse cultural  de ambos,  houve bons jornais de espectáculos, música e entretenimento, como a bd. Porém, apareceram e acabaram todos antes do 25 de Abril de 1974, ou pouco depois e a seguir nunca mais apareceu coisa de jeito.  
 





E o que apareceu depois de 25 de Abril, com toda a liberdade conquistada e com toda a qualidade jornalística apregoada e em alguns casos até demonstrada antes? Pouca coisa.

Em 1977 apareceu isto, a revista Música & Som, com algum interesse mas que não dispensava a leitura dos jornais e revistas estrangeiras especializadas ( Rolling Stone, NME, Rock&Folk, na música; na bd, a Métal Hurlant, (À suivre) e algumas espanholas da época, como a Cimoc ou El Víbora) :



Depois apareceu o Sete, um melhor exemplo do que o jornalismo português desta área produziu depois do 25 de Abril. Uma coisa saída do mesmo forno de O Jornal e com o mesmo espírito ideológico esquerdista. Como era a única coisa que havia, vendia-se...


Em 1975, porém e no que se refere aos jornais generalistas, a coisa, como dizem os brasileiros, já estava bem preta e ficaria bem pior se a imprensa não tivesse sido nacionalizada, tornada nossa. Foi nessa altura que  os jornalistas esquerdistas de todos os matizes, principalmente os doentes infantis do comunismo começaram a medrar nas redacções e impuseram o panorama esquerdizante geral, com o uso corrente do novo léxico bastardo.
O Expresso de 27 de Maio de 1975 explicava o problena: incompetência de gestão, com dívidas astronómicas a bancos nacionalizados, para propaganda política comunista e socialista. Que continuou durante anos a fio. 


O Jornal de 16 de Maio desse ano, mostrava o que era a "dança" que os jornalistas ensaiavam: virar os discos e tocar no mesmo tom esquerdista, comunista e socialista.


O jornalismo actual, o que levou agora estes jornais, incluindo o DN do desportivo Marcelino ( não lhe acontece nada a este incompetente?) à falência generalizada é o herdeiro desta matriz. Um matrix que se replicou ao longo de décadas, ao ponto de as cópias serem agora os originais, por terem absorvido e integrado os seus genes de uma esquerda falida.

Amanhâ: a matriz da actual imprensa nacional.

Questuber! Mais um escândalo!