Expresso online:
A direção geral dos serviços prisionais negou o pedido de entrevista do Expresso ao ex-primeiro-ministro depois dos pareceres negativos do juiz Carlos Alexandre e do procurador Rosário Teixeira.
O recluso 44 queria falar publicamente através de uma entrevista. Provavelmente alegar a habitual inocência que aliás lhe é presunta e implicar os "pistoleiros do costume" nas malfeitorias de que se sente vítima.
Não contente com as missivas escritas a vermelho queria agora estralejar argumentos de ordem variada e prontinhos a convencer convencidos, mormente antigos apaniguados do sistema que capitaneou durante anos a fio.
O recluso 44, segundo se conta no Correio da Manhã de hoje, disse para quem o estava a ouvir em escutas, antes de ser detido: "eles não têm coragem de me prender".
Enganou-se, foi mesmo preso e sabe Deus até quando, mas é curioso analisar eventuais razões para a fanfarronada típica de capo do bas fond.
Um indivíduo como o recluso 44, antes de o ser já o era. Quer dizer, recluso na sua própria importância de cargo exercido e sustentado por uma força política com peso eleitoral suficiente para governar.
O recluso 44, provavelmente julga-se ainda um intocável dessa força de mando executivo e portanto com poder de nomear, de alterar leis e mudar sistemas de funcionamento orgânico. É muito poder que nenhum juiz tem ou terá e por isso é mais que natural que um indivíduo como o recluso 44 se julgue acima desse poder.
Um indivíduo cujo percurso político se fez com base em jogos partidários de espécie democraticamente duvidosa ( a luta intra-partidária é feroz e com leis da selva, em que ganha o mais forte nas influências e apoios recolhidos em promessas inconfessáveis) é bem capaz de se julgar no topo do mundo nacional quando atinge o cimo do poder executivo.
No caso teve a cúpula do poder judicial do seu lado, em várias ocasiões e tanto lhe terá bastado para se julgar acima desse poder. Aliás, começou o mandato político com ameaças concretas a esse poder democrático e que não respeitou, acompanhando-as de insultos implícitos em acusações infundadas sobre pretensos privilégios e desabafos particulares sobre a vontade de "lhes quebrar a espinha".
Teve igualmente todo o poder legislativo de uma maioria absoluta, capaz de impôr legislação adequada à sua vontade e apenas controlada pelo poder constitucional se chamado a tal, sabendo-se que até esse poder estava minado pelos tentáculos maçónicos e afecto à maioria absoluta.
Teve depois a petulância de atacar soezmente o poder que se lhe opunha na presidência da República inventando uma cabala que aproveitou como arma de arremesso e indignação forjada.
O séquito de apaniguados que esses poderes combinados lhe conferiram fizeram-lhe perder a noção da realidade e a lembrança de que ao pé do capitólio está a rocha trapeia.
Essa obnubilação continuada, potenciada por uma energia oculta e artificial, em que avultarão "velhos vícios" de luxo e afins, transformou um pobre diabo inseguro e em busca de respeitabilidade num candidato a ditador de paróquia, cargo que desempenhou em algumas ocasiões públicas e eventualmente privadas e quem lhe obedeceu saberá com certeza melhor dizer.
O mistério da adulação que provoca ainda em alguns sectores de prosélitos do partido e dirigentes próximos ( o Pereira e o Almeida que estiveram no Poleiro, por exemplo) torna-se fácil de explicar: devem-lhe tudo em termos de carreira pessoal e muitos outros devem-lhe empregos e mais empregos e cargos e mais cargos, para além das benesses próprias e inerentes a quem comparticipa do poder de administrar verbas do orçamento do Estado, com alguma margem de discricionariedade. Serão eventualmente alguns milhares que sofrem agora as dores do recluso 44 e anseiam pelo poder perdido e à vista de umas eleições próximas.
Esses estão prontos para a cobóiada que se adivinha e já se acercam em "posse" das instituições que mantém preso o seu ídolo inocente, garante futuro do seu regresso ao passado.
Tal como nos filmes, conspiram em grupo, reunem armas e munições e prontificam-se a assaltar virtualmente aqueles que o prenderam, através do descrédito que lançam sobre as instituições e pessoas que as compõem.
Neste vale tudo, preferem um desfecho com batalha final no campo aberto da política. É esse o território onde ditam leis mais favoráveis à vitória contra "os pistoleiros do costume" que apenas disparam as balas com calibre legal e com as espingardas muito contadas pelos diversos impedimentos legais.
Pelo contrário, a "posse" dispõe de armas modernas, sem limite de munições e não convencionais.
Nesta inversão de valores, os maus são os que supostamente devem zelar pela honra e dignidade das instituições que funcionam com as regras que aqueles mesmos instituiram para se aplicarem a outros. Os bons, com presuntos implicados, são os que lutam pela libertação do prisioneiro inocente.
Enquanto mantiverem o engodo desta inversão, estarão sempre a ganhar.
9 comentários:
O campos continua um torcionário.
O facto de estar balhelhas, não o absolve.
Tal pai, tal filho...
Esse Campos é a imagem deste PS.
Psicologicamente acho que ele e a côncia são irmãos gémeos.
São ambos border line a quem o dinheiro e o poder subiu à cabeça porque já eram bas fond.
E ele soube rodear-se de todos esses patinhos feios que dominam as causas fracturantes.
Aposto que a Ilga também há-de ter recebido boas pipas.
Realmente a gayolândia ainda não compareceu em força na choldra de Évora, nem a Cancia.
São mais uns que estarão na lista negra do homem.
Off topic, encontrei esta referência num comentário no blog Portugal Profundo:
https://www.youtube.com/watch?v=hbo7A32JdoM
António Costa a garantir, em 2012, que irá cumprir o mandato até ao fim, porque quer honrar o compromisso com os lisboetas, e porque é incompatível o exercício do cargo de Presidente do Municipio com o de secretário geral da Maçonaria, digo, do PS.
A preocupação deste Campos é com outro Campos, seu filho. É que, se até ao "divino" engenheiro engaiolaram, o que não estará para lhe acontecer?
dos socialismos em geral
e do existente no largo dos ratos
mário e as mario-netes
'quelle bordel la dedans'
'bordel de merde'
'asshole'
'19th assole' (golf)
estão aí e em força, para virar tudo do avesso no próximos anos,
porque vieram para ficar e 'hadem' fazer quanto desejarem
'num' tenho dúvidas e dívidas só as dos contribuintes
ps e Macau há só um
'habituem-se!'
Estrebuche o Detrito 44 e suas inconsoláveis escravas. O seu jogo pestilento será exposto migalha a migalha até ao nojo supremo.
Enviar um comentário