segunda-feira, julho 31, 2017

Ed Lourenço: o filósofo que nunca existiu


 Eduardo Lourenço, o professor jubilado de universidades francesas e filósofo encartado em Portugal há décadas, pelos media de esquerda, concedeu mais uma entrevista extensa, desta vez ao Público que é uma espécie de herdeiro do velho O Jornal onde o então professor escrevia de vez em quando as prosas adequadas à situação.
Ed Lourenço tem sido figura muito marcada por aqui et pour cause. 

Na entrevista de hoje, o filósofo que nunca existiu, Eduardo Lourenço,  fala de tudo um pouco do modo habitual: aproveitando os fait-divers para os enfatizar de filosofias peregrinas, como sempre. Hoje são os incêndios, vistos como tragédias, o futebol encarado como batalha e até o próprio governo apresentado como grande solução política quiçà de génio e capaz de "resolver democraticamente os conflitos que uma nação moderna tem de encarar". Depois, a talhe de foice aparecem as proclamações grandiosas sobre a Literatura, a Arte, a Música e o diabo a sete que nunca evita e empestam sempre os seus escritos.

Este Lourenço sempre me pareceu um completo bluff, mas enfim. Acaba a entrevista a dizer que "gostava de acabar os dias reconciliado com o mundo, e sobretudo saber que mundo foi este que vivi e  o que é a vida. Sei disso tanto agora que tenho quase cem anos como quando tinha dois".

Pois bem, o que me parece é que Lourenço nunca aprendeu nada e pouco esqueceu. Vejamos por isso como passou os últimos 40 anos, a tentar aprender o que era a vida.

Em 1976 escrevia no tal O Jornal coisas como esta que foram recolhidas num livrito intitulado "O fascismo nunca existiu", uma obra publicada com gáudio pela esquerda carente de afectos.



Um artigo de meia dúzia de páginas, publicado originalmente no O Jornal Novo em fins de Janeiro de 1976 e no rescaldo da derrota da Esquerda comunista no 25 de Novembro de 1975 e que defende a ingenuidade do grande Otelo, contra o cinismo do então articulista Marcelo Rebelo de Sousa, que agora louva circunstancialmente.
Lourenço nunca se enganou no vento que sopra, para o lado do poder em Portugal e parece ser essa a  filosofia que nunca lhe permitiu compreender o mundo e a vida. 


Em 9 de Abril de 1976 no O Jornal,  voltou ao tema do fascismo que teria existido em Portugal, citando profusamente Salgado Zenha, um advogado de Braga, do reviralho e ressabiado socialista que ajudou a implantar esta democracia que agora existe.
"O 1º de Maio de 1974 foi a grande festa da liberdade e da libertação e, como todas as festas, teve o seu lado exorcista de banho lustral." , escrevia então o filósofo agregando na Esquerda comunista e socialista todo o sentido da sua democracia.
E é disto que a casa Lourenço gasta e sempre gastou. Um filósofo de esquerda nunca chegará ao céu que lhe permitirá compreender a vida e o mundo porque a Realidade é outra coisa. Quem não entende isto, nunca entenderá patavina do que o rodeia. Quem lhe dá voz, replica-lhe o tique e patinha no mesmo charco, como é o caso notório do Público do Dinis, Dinis, alguém assim quis.

Em 4 de Junho de 1980, o filósofo que nunca existiu escrevia sobre o mesmo fenómeno recorrente da Esquerda política e da encruzilhada histórica em que se encontrava em Portugal: optar por um socialismo como destino nacional, mas sem o ferrete totalitário e principalmente sem o labéu das "criadas de quarto da burguesia" que eram as sociais-democracias, no dito de Lenine.
Em 1980, Lourenço queria um socialismo à moda de uma geringonça, a funcionar em paradoxos. Isto, um filósofo? 



Mais uma vez, Lourenço, na figura de utópico se equivocou. E passados mais de 40 anos continua na mesma. Não há dúvida, assim: nada aprendeu e nada esqueceu.
Um filósofo, este Lourenço? Talvez, do género dos que só sabem que nada sabem porque nunca nada souberam efectivamente.


Questuber! Mais um escândalo!