domingo, outubro 21, 2018

O Visco do Outro

Ao ler esta entrevista aterradora com uma "psicóloga clínica e terapeuta sexual", Gabriela Moita, hoje no Público, ocorre-me uma coisa: estamos perante uma causa do Público. Uma causa em progressão e que tem uma agenda que pode ser atrabiliária mas é consciente.
Algures, alguém no jornal entender dever dar espaço público à causa deste feminismo que vem de algum lado e pretende chegar a outro cá, em Portugal. Alterar leis, alterar comportamentos por decreto e criminalizar comportamentos.

Gostaria de saber de onde vem esta onda, esta causa de afrontamento de costumes e quem ensinou esta gente a pensar assim: "não há muitas diferenças entre a violação e o simples piropo na rua, porque o que sai lesado em ambos os casos é o direito da pessoa a não ser invadida"...

Esta enormidade grotesta passa na mente desta senhora como se fosse a descoberta da pólvora da causa. E pode muito bem ser.

Nos anos 50 do século que passou,  mesmo antes nas obras principais, Sartre, o filósofo que inspirou estes neo-marxistas entendia o Outro como o definidor de nós mesmos, por Oposição. Nada poderá ser autêntico porque se define em relação ao Outro, que é o Diabo em forma de conceito. É uma situação solitária num universo desprovido de Deus.

Esta aberração toma agora livre curso nas escolas e nesta entrevista esta mulher aterradora diz o que pensa e pensa assim. E quer que todos pensem como ela que aprendeu a pensar assim com alguém que não sabemos bem quem seja mas devíamos saber, para nossa segurança e integridade.

Esta gente quer destruir, revolucionariamente,  o que temos por adquirido por tradição e que se desenvolve e evolui naturalmente.
Esta gente é mais perigosa que a peste porque a peste infecta mas pode prevenir-se e tratar-se. Esta gente é a nova forma do Diabo. Sim, existe, para quem acredita.



Aparentemente esta entrevista estará desligada destas duas páginas do mesmo Público do passado dia 14, Domingo. Porém, o tema é o mesmo...


Repare-se: escreve-se sobre os crimes de violação serem insuficientemente reprimidos. Dá-se já por assente que está em curso uma alteração legislativa para condicionar os tribunais a aplicar penas mais severas a culpados da prática desse crime. A prisão com pena suspensa não chega porque se exige a prisão efectiva e dá-se por assente que é a "sociedade" que tal exige.

Porém, a sociedade resume-se a meia dúzia de activistas que usam estes jornais como baluarte de ataque aos costumes e neste caso leis.

Se numa reportagem a propósito se dá conta do relato das vítimas com o objectivo de ajuizar os juízes que julgaram o facto, isso é batota pura. Para fazer um juízo desses é necessário repetir o julgamento integralmente e ouvir não só as vítimas como os arguidos de tal crime e ouvir a defesa que apresentam e os demais factos a favor. Não chega ajuizar pelos factos de que são acusados, porque isso é o exemplo máximo da parcialidade e falta de isenção. Nem sequer é um sistema  inquisitório de averiguação parcial mas um autêntico sistema inquisitorial de averiguação e julgamento parcial do lado da acusação apenas. Medieval, no pior sentido da expressão.

É isto jornalismo correcto? Para mim é apenas jornalismo de causas e por isso anti-jornalismo.

Sem comentários:

A obscenidade do jornalismo televisivo