sábado, maio 04, 2019

As aventuras falhadas do pirata Mortágua

A revista História deste mês (associada ao JN do Porto) publica um pequeno estudo sobre os "aventureiros contra Salazar".

Um desses aventureiros, pirata relapso, era Camilo Mortágua, o pai das gémeas que lutam no Parlamento pela mesma causa do pai: tirar aos ricos para...ficarem ricos  e de caminho tornar os outros cada vez mais pobres. Como na Venezuela...
A revista publica uma entrevista com o velho pirata, intitulada "na linha da frente do combate pela liberdade".

Um título equívoco, evidentemente. Estes piratas de liberdade conheciam a deles e que não era para estender aos demais. Basta ler o que diz de Humberto Delgado, a quem se aliou tacticamente com vista a uma mirífica conquista do poder em Portugal.
Basta ler o que diz do "general sem medo" que era simplesmente um tolo, para perceber que uma vez tal poder alcançado, o general iria borrar-se todo nas masmorras dos piratas, isso na melhor das hipóteses.

O alvo desta pirataria seria algo mítico como "o poder popular", desígnio partilhado por outros aventureiros de extrema-esquerda que misturavam o idealismo da revolução francesa com o estalinismo da Rússia marxista. O resultado seria, como é fácil de entender a completa ausência de liberdade. Daí que chamar a este pirata um combatente da liberdade seja um erro grave, no caso uma mera fantasia.


Tal como este piratolas diz, o que interessa nestes casos é entrar na aventura. Nem que morra gente. O resto, logo se veria...
Quanto aos fundos para as aventuras, iam buscá-los onde os haveria, naturalmente e cuja lição foi aprendida pela filha, que diz a mesma coisa na Assembleia da República. Roubar no sentido de tirar aos outros, com motivações políticas, é uma segunda natureza, para esta gente. Piratas, está bom de ver.

Claro que isto teria que acabar mal. Em 17 de Maio de 1967 piratearam uma avionete e assaltaram o banco de Portugal na Figueira da Foz. O pirata teve então direito a foto em capa de revista.

Um pouco mais de dois anos depois eram julgados in absentia, pelos factos, tal como mostra a revista Vida Mundial de 19.12.1969:


Ideias políticas desta canalha? Poucas e más. Ele o diz: "é bom que se diga que os carregadores de pianos da parte portuguesa daquele concerto eram politicamente muito impreparados". Isso aquando do assalto ao Santa Maria, em 1961. Meia dúzia de anos depois já estava formado em marxismo-leninismo-maoismo e outros ismos como estalinismo ou palermismo.

Imagine-se por um momento que estes piratas tomavam conta do país. Instauravam a liberdade? Era, não era?

Enfim, tenham pudor quando falam desta gente...e tratem-nos pelo menos como tratam os ditadores de meia-tijela. Porque é exactamente isso que são e seriam se lhes dessem oportunidade de o mostrar.

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Megaprocessos...quem os quer?