Observador:
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, nomeou para o seu gabinete um técnico especialista com apenas dois meses de experiência profissional. Trata-se de Gonçalo Martins dos Santos, que, na nota curricular já publicada em Diário da República, apresenta como experiência o facto de ter sido “analista fiscal da Deloitte & Associados, SROC, S. A.” — mas apenas de “setembro a outubro de 2019”. Ou seja: apenas nos dois meses que antecederam imediatamente a nomeação.
Fonte oficial do Ministério do Ambiente, após ser contactada pelo Observador, justificou a escolha, dizendo que que as “áreas de especialidade aferem-se não só pela experiência profissional como também na área de formação, no caso em fiscalidade“. De facto, além de licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Gonçalo Martins dos Santos, como destaca a mesma nota curricular, frequenta o mestrado em Direito Fiscal. Mas esse grau — que, segundo o ministério, compensa a ausência de experiência — ainda não está terminado (o aluno encontra-se a preparar a tese).
Gonçalo Martins dos Santos — que remeteu esclarecimentos para a resposta do ministério — tem mais algumas formações complementares. Tem uma pós-graduação em Corporate Governance no Centro de Investigação de Direito Privado da FDUL (que durou 5 meses), mais direcionado para a matéria fiscal, e apresenta no currículo um “curso breve em Digital Taxation, pela Universidade Católica Portuguesa”, um curso que tem a duração de cerca de 14 horas.
O novo técnico especialista não colocou no currículo a experiência associativa, mas presidiu a uma das mais importantes associações de estudantes do universo académico de Lisboa. No ano letivo 2017/2018, foi presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, organização que, no passado, foi presidida por figuras como Jorge Sampaio, Durão Barroso e Pedro Santana Lopes.
Confesso que ao ler esta notícia com semelhante currículo me acorreu à memória uma canção de Roger Daltrey, de 1973.
Foi um single da época, de sucesso, cuja letra apenas refere a natureza perdulária da juventude. Claro que é o oposto deste caso singular, mas a música perdura: "just a boy". Um rapazola...deste chuchialismo de estado.
E no entanto talvez não seja assim tão despropositada, a letra. Afinal, o rapaz, desistiu da "luta"...e entregou-se ao estado deste Estado.
E no entanto talvez não seja assim tão despropositada, a letra. Afinal, o rapaz, desistiu da "luta"...e entregou-se ao estado deste Estado.
O rapaz tem sítio da rede de ligações e conta já com várias centenas de contactos. É já um "sistema".
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