quarta-feira, agosto 30, 2023

O juiz Carlos Alexandre à mercê dos xuxas

 CM de hoje:

O último processo crime que o juiz Carlos Alexandre tem para despachar em decisão instrutória, antes de subir à Relação é um processo complexo de tráfico de droga internacional, com muitos milhões envolvidos e advogados de alto coturno a rondar a presa. 

Os suspeitos e arguidos são notoriamente perigosos, vindos alguns da América do Sul onde se mata e encomendam homicídios por dá cá aquele pacote de droga, cocaína, no caso e que gera muitos milhões, branqueados depois pelos que rondam as presas, com álibis profissionais. 

Um juiz que decide encarregar-se deste processo quando poderia facilmente descartar-se do mesmo, agora que está de saída do sítio onde incomodou muitos poderes de facto e foi alvo de perseguições pessoais, pelos branqueadores de sempre,  merece encómio e louvor, além de tudo o mais. 

Por isso é que o editorialista Eduardo Dâmaso escreve assim:


Os poderes de facto da burocracia vigente nas secretarias do Ministério da Justiça e direcções-gerais inerentes já decidiram que o juiz é descartável e não tem direito a qualquer protecção pessoal ou sequer atenção da segurança do Estado reservada para os "altos cargos" que a mesma burocracia regulamentou.

Um juiz que trabalha em primeira instância em casos criminais que podem suscitar represálias e lidam com criminosos de gabarito internacional que podem mandar matar sem serem detectados, não tem direito a protecção do Estado porque as burocratas dirigentes das secretarias-gerais assim o decidem, interpretando as leis e regulamentos que permitem a outros, como os juizes presidentes dos conselhos e de tribunais superiores, usufruírem das prerrogativas que àquele são negadas.   

É este um Estado da Nação que temos. 

Porém, do mesmo modo que as leis se interpretam nas secretarias burocráticas do modo que se pode ver, também servirão para responsabilizar civil e criminalmente tais pessoas concretas, das secretarias e direcções gerais concretas que assim decidiram no caso de algo correr mal a tal juiz. 

Portugal é um país de brandos costumes até um dia ou numa ocasião deixar de o ser, como por vezes acontece. 

Se algo suceder ao juiz em causa por causa destas burocracias maliciosas e perniciosas, obviamente decididas com dolo eventual, pode suceder que tais pessoas concretas que decidem estas coisas contra um juiz que já fez mais na vida que qualquer uma delas alguma vez fará, aprendam que podem sair do anonimato e responder por estas acções verdadeiramente encobertas pelo anonimato da burocracia. 

Bem andaria do CM em descobrir os nomes destas pessoas concretas e chapá-los na primeira página para proveito e exemplo.

Sem comentários:

O Público activista e relapso