Os factos que envolvem Duarte Lima ocorreram no Brasil, em Dezembro do ano transacto. Dizem respeito a um homicídio de uma cliente do advogado, tendo sido este, alegadamente, a última pessoa com quem aquela contactou em vida.
Os jornais portugueses, com destaque para o Correio da Manhã têm noticiado profusamente os pormenores do caso, incluindo os da investigação policial em curso, no Brasil e até em Portugal, no DIAP.
O Correio da Manhã de hoje até transcreve as 14 perguntas que o "delegado" brasileiro colocou a Duarte Lima, para o mesmo responder e ontem titulava que Duarte Lima "é suspeito" para a polícia brasileira, com notícias recheadas de pormenores da investigação.
O advogado de Duarte Lima, neste caso, será Germano Marques da Silva, o professor de Direito que acha que as escutas fortuitas a um primeiro-ministro, no caso Face Oculta são nulas e de nenhum efeito porque não foram autorizadas por um juiz competente ( o pSTJ, no seu entender que é contrariado pelo catedrático de Coimbra, Costa Andrade). Num programa Prós& Contras, GMS até referiu que este caso era semelhante ao que ocorreria se fosse um advogado o escutado em conversas com o seu cliente porque achava que o segredo profissional e de justiça era total, entre cliente e advogado e blindado até ao absurdo. Mais sagrado que o do confessionário...e só quebrado com um pacto sagrado entre a Ordem e um juiz de instrução muito bem fundamentado.
O advogado da filha da cliente de Duarte Lima é José Miguel Júdice, segundo os jornais de hoje.
Pois bem. Nenhum destes causídicos portugueses achou conveniente, indo à tv, onde estão sempre, convidados fortuitamente pelas anas lourenços e carvalhos da praxe, dizer que esta flagrante violação de segredo de justiça, acompanhada por indicações de suspeitas que mancham a honra pessoal e profissional de Duarte Lima era inadmissível num Estado de Direito. Marinho e Pinto, bastonário, também ainda não se pronunciou. É um caso de sangue e não de política, pelos vistos. E Marinho só nada em civismo político de interesse situado.
Uma vergonha de todo o tamanho, segundo os critérios que usam e que por isso mesmo, podem ser...dúplices.
Nem sequer vieram falar no assunto, como vieram, pressurosos, em casos como o Face Oculta, cuja violação de segredo de justiça os incomodou sobremaneira com a divulgação de escutas telefónicas que entalavam os seus clientes excelentíssimos.
Sobre a violação de segredo ocorrida em 24 de Junho de 2009, logo que o PGR recebeu o expediente de Aveiro, porém, nem uma palavra.
Portanto, mais palavras para quê? São artistas, perdão, advogados portugueses.
6 comentários:
Na "mouche", aliás como sempre.
ah, mas sobre as violações freeportianas o José do MP nunca se importou muito...
Pois!!!
Excelente.
A pocilga em roda livre.
Marujo:
Solte a vela dos exemplos e mostre que maré foi essa.
Diga a que violações se refere, concretizando-as para não ficar a pensar que não sabe do que escreve.
Bom post e objecto de uma elogiosa e merecida referência no portugal dos pequeninos à única forma higiénica de estar nesta pocilga ou choldra (revelada aqui e noutros textos mais impressivos e pertinentes).
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