terça-feira, junho 11, 2013

Como os comunistas destruiram economicamente o país.

A fim de se entender melhor a mudança operada em 25 de Abril de 1974 na  própria sociedade da época, torna-se necessário, a meu ver, recordar factos que isolados podem não significar muito mas relacionados com outros dão uma imagem aproximada do que era e passou a ser a sociedade portuguesa de então.

A meu ver operou-se uma verdadeira Revolução não só política como mental, em muitas pessoas que até então não tinham dado atenção "à política" e que de repente se viram inundadas de propaganda veiculada em todos os media e mais alguns ( paredes e muros das cidades, vilas e aldeias).

A linguagem de Esquerda passou a ocupar o espaço então reservado a uma linguagem "apolítica" até um limite de desinteresse pelo governo da coisa pública que era apanágio da maioria esmagadora dos cidadãos. A política até ao 25 de Abril de 1974 era assunto de alguns  que não incomodavam demasiado a maioria silenciosa e atingiam de modo brutal, por vezes, a oposição comunista e esquerdista radical. A luta contra o inimigo subversivo, encarado como o comunista, era efectiva e eficaz, no sentido de o manter em respeito. Mas não tinha qualquer eficácia, como geralmente acontece, no policiamento da mentalidade de quem tinha já sido conquistado pelo vírus de Esquerda. "Não há machado que corte a raiz ao pensamento...porque é livre como o vento", lá dizia o poeta Carlos Oliveira na voz de Manuel Freire..
Chegados ao 25 de Abril, o vírus espalhou-se como uma epidemia de tal modo que Portugal nunca mais foi o mesmo.
O apelo desbragado aos pobres, desfavorecidos, à "classe operária", aos trabalhadores de todos os matizes logrou passar uma mensagem explícita e uma subliminar: Portugal vivia uma luta de classes e os partidos que se diziam de esquerda e próximos dos trabalhadores tinham o voto garantido da maioria que não distinguia o sofisma gigantesco em forma de burla catastrófica em que assentava e assenta o comunismo ou mesmo o socialismo antes de ser metido na gaveta.
A proclamação da mensagem de apoio aos mais desfavorecidos bastava para afastar do poder aqueles que pretensamente eram pela "burguesia" e pelos "ricos".
Este simplismo que tem governado a mentalidade do povo português, essencialmente, mantém os partidos de esquerda numa confortável margem de potencial maioria eleitoral, como agora acontece de novo.

Em Julho de 1974, escassos três meses após o 25 de Abril, esta mentalidade estava já enraizada nas elites que tinham tomado o poder e as manifestações diárias dessa nova forma de encarar Portugal e os nossos problemas provocou um fenómeno recorrente em todos os lados onde uma Revolução desse género surge: os ditos ricos fogem de quem os persegue, naturalmente. E com eles procuram levar o pecúlio que amealharam.
Tal aconteceu em Portugal, nesses três meses e de tal modo que a economia se ressentiu imediatamente e de um modo catastrófico. A confiança, motor principal da actividade económica, desapareceu.

Tal ficou devidamente registado por uma das figuras do 25 de Abril de 1974, já aqui lembrado: Francisco Pereira de Moura.

O Diário de Lisboa de 12 de Julho de 1974 dá conta da preocupação séria que atingia o governo provisório da época: fugas de capitais em massa e "sabotagem" da economia no dizer do economista que devia saber melhor porque o efeito era clássico.
Ainda assim, para entender a nova mentalidade reinante em Portugal, o que o mesmo refere ao diário é interessante, porque totalmente novo e nunca experimentado nos 40 anos precedentes...e o diagnóstico do professor de Economia era optimista...se fosse cumprido o programa do MFA. E foi. Dali a dois anos estávamos na bancarrota e tivemos que pedir ao FMI e a outras entidades, para nos ajudarem.
Ninguém fala nisto, agora? Porquê? Têm medo da verdade?




Em Agosto de 1974, alguns "capitalistas" que ficaram no país, dos que perderam alguma coisa mas não tudo o que ainda pensavam manter, por acreditarem no sistema capitalista de produção de bens e serviços, tentaram fazer o que hoje em dia se afigura de grande mérito: investir milhões na economia nacional e tentar inverter o curso dos acontecimentos que se adivinhava já pelos relatos nos jornais, comícios, manifestações e uma onda geral de ataque ao sistema económico, obviamente orientado e dirigido expressamente pelos comunistas, sem qualquer teoria de conspiração que venha perturbar tal acontecimento real e vivido na época por quem se lembra.

Ora, e como é que as "forças vivas" progressistas, reagiram ( é essa a palavra apropriada) à iniciativa desses capitalistas nacionais e patriotas? Com desprezo, desconfiança e insultos. Foram escorraçados e a iniciativa ficou pelo papel e pelas intenções.
Ninguém, nessa altura, em Portugal, teve peso político suficiente para se impor ao comunista Cunhal acolitado pela esquerda gera, incluindo a do PS e a extrema-esquerda que preparava já o PREC, todos os dias.

Disso dá conta o mesmo jornal de 30 de Setembro de 1974, especialmente consagrado aos "3 dias que ameaçaram um povo. Durante três dias, entre uma tourada que se fez e uma manifestação que se desfez, o fascismo quis voltar.", referindo-se aos acontecimentos de 28 de Setembro de 1974 e à tentativa de Spínola retomar uma normalidade de funcionamento do país em moldes europeus e modernos. Mas isso era o que os comunistas menos queriam...porque Cunhal tinha inclusivé dito, cerca de um mês antes, á jornalista italiana Oriana Falacci que Portugal nucna teria um regime democrático parlamentar como os europeus...


Assim mesmo, sem tirar nem por.


E quem eram e o que queriam exactamente os capitalistas burgueses, portugueses de gema e que aqui queriam investir e aqueles impediram, de facto?
O semanário Sempre Fixe dirigido pelo mesmo director do DL, A. Ruella Ramos ( e é de notar que José Cardoso Pires era director adjunto do Diário de Lisboa...) até lhes mostra a cara...



 Esta, quanto a mim, é a prova que o comunismo desgraçou Portugal. Economicamente e não só. Com o apoio firme e permanente, no essencial desse ataque, do PS.
Quanto a mim ainda hoje pagamos o preço desta miséria e os mesmos estão aí preparados para repetirem a dose.

Quem esquece a História está condenado a repeti-la? Só aqueles que não se lembram, porque os protagonistas, esses lembram-se muito bem. Arménio Avoila e Jerónimo já andavam em andanças para destruir economicamente o país, nessa altura. E ainda não pararam estes anos todos. São tenazes.
Os habituais compagnons de route, esses, inauguram avenidas novas com nome de comunistas.

Amanhã: a história "petite" de outro compagnon de route, o "jovem Vieira de Almeida", agora decano nas firmas de advogados da parecerística que contribuíram em muito bom ritmo para arruinar regime, com as PPP´s e os "project-finance". Vasco Vieira de Almeida, himself. Um dos poucos que devem saber a história toda dos submarinos da Ferrostaal...e que a intrépida Ana Gomes anda a incendiar novamente por causa do ódio lendário à "direita" de Portas. Como se Portas fosse de direita...

30 comentários:

Floribundus disse...

amanhã vai a haver uma adesão de profs da ordem de pelo menos 150%

os contribuintes pagam para a destruição da escola pública

a ugt-bes mostra as garras do bem estar social (bes para os amigos)

os sociais fascistas iniciaram a destruição do sector produtivo do rectângulo
mas os socialistas, depois de 3 bancarrotas, continuam seguramente apostados em democraticamente transformar o que resta num amontoado de cacos

os dirigentes continuam incapazes de tomar as medidas necessárias como a requisição civil

dizia Millor
«QUEM SE BAIXA AO OPRESOR,
MOSTRA ABUNDA AOS OPRIMIDOS»

Merridale and Ward disse...

Publiquei:

http://historiamaximus.blogspot.pt/2013/06/como-os-comunistas-destruiram.html

josé disse...

Então o melhor e acrescentar a última página do DL porque vem lá a entrevista toda do Pereira de Moura. E da ingenuidade do mesmo...

zazie disse...

Muito bom, José. Certeiro.

Acrescento apenas um detalhe. A sociedade antes do 25A era tendencialmente apolítica mas ia jurar que até havia maior sentido de comunidade do que depois, quando se passou a delegar tudo para os partidos e a achar que basta ir à urna para se ter preocupação social (não digo "ser cidadão" porque detesto essa palavra que é outra mentira).

lusitânea disse...

Quanto pior, melhor.Democraticamente (com umas chapeladas pelo meio claro)a caminho da sociedade socialista.Que é supermercados vazios, senhas de racionalento e quiça ervinhas do campo na ementa...

lusitânea disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lusitânea disse...


O programa com que foi motivado o golpe, para além das questões de camaradagem, não tinha nada do que a seguir foi feito.Mas prontos sabe-se como são as promessas eleitorais.A esmagadora maioria da tropa não teve nada a ver com o que fizeram.Os políticos davam-se com uns que abandonaram a tropa e todos levaram as ovelhinhas até onde andam a pastar.Sempre com muita democracia...e muito pote claro!

zazie disse...

«No fundo. aquilo que se pretende através da pseudodeocratização do capital, é obrigar a classe trabalhadora a pagar o seu próprio desenvolvimento em benefício de uma classe: a burguesia»

Cabrões. Ainda hoje é esta patranha da luta de classes que vendem. Por isso é que tenho pó a todo o complexo em função desta mentira maniqueísta.

lusitânea disse...

Aliás estes políticos democratas são do caraças.Desde logo consideram "povo" qualquer ser do planeta que como se anda a ver não retribui as generosidades e depois são mesmo socialistas de coração.Basta ver como recuperaram (pagando claro)todos os que perderam em 25 de Novembro de 1975, os FP´s, etc
Quem é que se pode admirar?Só os desatentos porque me cheira que a rapaziada em bom tempo tratou de rechear a sua própria burra(1)...

(1) nome que se dão às arcas quase vazias onde se gurdavam as moedas de ouro.Que andam a inundar o mundo...

lusitânea disse...

Mas a verdade é que o zé povinho é mesmo manso.Principalmente os da classe média e letrada que vão agora pagar forte e feio...e perder os direitos adquiridos...

lusitânea disse...

Ainda vou ver os humanistas que não roubaram a ir para o bairro social multicultural a fazer "horta"...

zazie disse...

Então amanhã temos o vovô da Patrocínio de esquerda, que tem criada para tirar caroços à fruta

ahahahahaha

José Domingos disse...

O que é curioso, é que esta "esquerda" antifassista, desde os tempos de Argel, tempos que a Sra. Patricia Pinheiro, tão bem retratou, não permite outra direita, sem ser o cds. Qualquer tentativa para aparecer outra direita, os comissários politicos, e os "jornalistas" de merda, cá do burgo, fazem-lhe logo a cama.
Estou-me a lembrar do Manuel Monteiro, que está completamente neutralizado, pelos merdia.
A esquerda é que define democracia.
O Paulo Portas, é um situacionista, capaz de fazer alianças com o be, se isso lhe der algum protagonismo, ambicioso, não admite qualquer sombra no partido.
Dá para rir, quando se fala em direita.
Então, nos states a democracy, está a virar um estsdo policial, e o imbecil do só ares, não diz nada.
É de esquerda, é santificado.

Floribundus disse...

José pode ler:
@pontifex_pt

Zephyrus disse...

Então Paulo Portas não é de Direita?

Zephyrus disse...

O caro josé está a fazer um excelente trabalho. Contudo, creio que falta um elemento. A influência das potências estrangeiras na nossa História contemporânea. Se me permite a sugestão, seria interessante o desenvolvimento deste tema. O Dragão ainda lançou uns posts sobre isto, mas depois como se sabe o blogue morreu. E hoje sabe-se mais que há uma ou duas décadas: por exemplo, conhece-se o papel nefasto dos EUA e da Austrália na invasão a Timor-Leste. Um dos poucos amigos sinceros que Portugal teve nesses anos foi o Pahlavi, do Irão. Que nações motivaram o fim do Regime, e com que motivações? Quais foram os seus agentes dentro do Regime? Onde anda agora um desses «agentes», e que dizia Marcelo Caetano da sinistra personagem?

Zephyrus disse...

Mais. Deveremos confiar na Alemanha, ou no Reino Unido/EUA?

Floribundus disse...

é quase desconhecido o papel sinistro do 'xico rolha' da menina do calendário
do 'melro' antunes

quem recebeu Firmino Miguel no hospital depois do desastre ficou impressionado com a coragem de alguém que estava moribundo
pouco se sabe da sua acção

S C disse...

O caro josé está a fazer um excelente trabalho. Contudo, creio que falta um elemento. A influência das potências estrangeiras na nossa História contemporânea. Se me permite a sugestão, seria interessante o desenvolvimento deste tema. O Dragão ainda lançou uns posts sobre isto, mas depois como se sabe o blogue morreu. E hoje sabe-se mais que há uma ou duas décadas: por exemplo, conhece-se o papel nefasto dos EUA e da "Austrália na invasão a Timor-Leste. Um dos poucos amigos sinceros que Portugal teve nesses anos foi o Pahlavi, do Irão. Que nações motivaram o fim do Regime, e com que motivações? Quais foram os seus agentes dentro do Regime? Onde anda agora um desses «agentes», e que dizia Marcelo Caetano da sinistra personagem?"

O trabalho que o José está a fazer é muito necessário. Concordo com a sugestão acima. No contexto internacional é bom saber quem são (e foram) os bons para com o nosso país. E principalmente quem são (e foram) os fdp que cá dentro colaboraram com coisas nada corretas.
Este assunto precisa ser desvendado. DESVENDE-SE CAMARATE E OS SEUS PROTAGONISTAS E SEREMOS LOGO UM PAÍS DIFERENTE E PARA MELHOR.

https://www.youtube.com/watch?v=eRZlClmh7JM

Zephyrus disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Zephyrus disse...

Tenho 26 anos. Não tinha ainda nascido quando se deu Camarate. Mas tenho um vizinho, amigo de família, que investigou o caso quando ainda era estudante de Direito. Sabe umas coisas que não passaram cá para fora, para a comunicação social. De resto, o resultado da aventura foi este: certo dia, na EN 125, entre Faro e Olhão, em pleno dia, foi perseguido por um carro que não desistiu enquanto não o encostou na berma; capotou mas salvou-se, e felizmente, com saúde. Isto depois de várias ameaças para não publicar um livro sobre o tema. Por ouvir este relato na primeira pessoa sempre me pareceu que a verdade sobre Camarate está por desvelar. E é importante que se saiba, pois determinou a nosso rumo político.

muja disse...

A questão internacional, posto que importante e até determinante no desfecho que levaram as coisas em Portugal, não me parece, apesar de tudo, crítica para perceber o que está mal e o que precisa de mudar.

O problema principal que temos é interno, não é externo. Sem resolver o interno, importa pouco olhar para fora.

Dito isto, o que me parece é que não faz muito sentido perguntar se se pode confiar no RU, na Alemanha ou na França.
Por um lado, há provas de sobejo na nossa história de que qualquer país europeu é capaz de nos atraiçoar em vendo nisso vantagem para si. Naturalmente destaca-se a Inglaterra neste papel por ser antiga "aliada".
Por outro, é lícito afirmar que a soberania desses países está seriamente comprometida por integrarem a UE (como nós), e por não sabermos quem manda neles de tal forma estão controlados por lobbies e grupos de interesses.
Portanto, Portugal não deve confiar em ninguém no sentido de penhorar o seu futuro e/ou a sua capacidade para o decidir. Ninguém cuidará de Portugal se o não fizerem os portugueses. Isso parece-me evidente.

A minha visão é que Portugal não tem aliados europeus e devia começar diplomaticamente a preparar-se para o colapso da UE e da NATO (e consequentemente, do império americano), estabelecendo relações bilaterais com os países que interessar. Impõem-se a Espanha naturalmente, e o Brasil. Mas há grandes raízes por toda a Ásia que importaria e nos beneficiaria cultivar, incluindo as chinesas e japonesas, mas não só: Malásia, Tailândia, etc.
Talvez até ganhássemos algum amor-próprio, pois me parece que têm aquelas gentes de nós conceito mais elevado que nós próprios.

PS: ontem estava a ver uma entrevista do presidente do Irão, Sr. Ahmadinejad - um perigoso fanático anti-Israel como mo descrevia alguém que estava comigo (perguntado sobre se o homem era fanático por ser anti-Israel ou se era anti-Israel por ser fanático, não me soube responder) - estava o presidente a ser entrevistado, dizia, e a propósito de querer demonstrar as boas relações do Irão com os outros países durante a sua história, não é que se sai com o exemplo dos portugueses, com os quais o Irão teria tido muito boas relações durante três séculos?
Não me lembra a última vez de ouvir um agente imperial americano dar o exemplo de Portugal para alguma coisa. E aposto que a última não há-de ter sido para coisa boa... Que pena ser um fanático anti-Israel, o Sr. Ahmadinejad! Que pena o Irão ser um perigoso estado militarista que não invade país algum há dois séculos (quase há tanto tempo quanto o que há mantendo boas relações com Portugal), decerto se guardando todo este tempo para "apagar do mapa" certo país... Que pena tudo isso, pois o Irão é um grande mercado, possui tecnologia avançada e parece que até guarda boa memória da nossa gente. Um exemplo óptimo de onde Portugal poderia aplicar a sua diplomacia, se ao menos não fossem um bando de fanáticos anti-Israel (ou será anti-Israelitas fanáticos?)...


zazie disse...

eheehhe

Eu também acho piada a certos fanatismos que só caem em cima de alguns.

Os outros que os catalogam vivem em estado de graça.

Ainda assim, uma coisa é certa: tirem o cavalinho da chuva se pensam que os alemães vêm governar Portugal.

Politicamente os protectorados sempre serviram para despejar o lixo.

Agora fazer comércio é outra coisa e recomenda-se.

Pena ter-se perdido a excelente oportunidade do gasoduto com Marrocos.

A boa da Áustra não teve preconceitos quando precisou do Nabuco para alternar ao eixo gGrmânico-Russo.

Unknown disse...

José, cada vez mais me convenço que há gente que julga ser de esquerda e não é. A uma destas pessoas eu poria as seguintes questões:

Você quer que todos tenham acesso a benefícios básicos para uma vida decente e considera-se de esquerda? Há uma boa hipótese de que seja só uma pessoa boa. E isso é muita coisa. Sendo boa, de esquerda não pode ser. Ainda que pense ser.

Defende a igualdade perante a lei e considera-se de esquerda? Há uma boa hipótese de que o amigo seja só uma pessoa justa. E isso é muita coisa. Mas sendo justa, de esquerda não pode ser. Ainda que pense ser.

Defende que a liberdade é um bem inegociável e considera-se de esquerda? Há uma boa probabilidade de que o meu caro seja só um democrata. Sendo um democrata, de esquerda não pode ser. Ainda que pense ser.

Digo isto porque as esquerdas têm uma história. Onde quer que o socialismo tenha se instalado, feneceram a justiça, a democracia e a bondade.

Sem excepção.

O arbítrio tomou o lugar da lei. O partido tomou o lugar da sociedade. As escolhas colectivas tomaram o lugar das escolhas individuais. Instalou-se o reino do terror.

O socialismo morreu, resistindo aqui e ali como manifestação de um tempo jurássico, mas a tirania política decorrente continua viva.

Então não houve e não há ditaduras capitalistas, que nada devem ao socialismo? Houve e há! Todas devida e justamente satanizadas pelas pessoas civilizadas. Sempre se soube que o regime de Pinochet (como outros) um dia chegaria ao fim. Estas ditaduras equilibravam-se na precariedade, ainda que brutal.
Felizmente, o fascismo e o nazismo foram banidos como referência e como um valor a embalar certas utopias. O mesmo não se deu com o socialismo. Apesar de nunca ter havido um modelo de sociedade que tivesse provocado tantas vítimas, ainda assim, continua a enternecer tantos corações.

Este conjunto de valores que dizem ser de esquerda na verdade nada têm a ver com as esquerdas. Um esquerdista não tem princípios inegociáveis, porque estes são forjados na luta. É da natureza da sua escolha. Um esquerdista não tem fidelidades; tudo depende das necessidades do partido. É da natureza da sua escolha. Um esquerdista não tem livre arbítrio; a causa vai determinar a sua opção. É da natureza da sua escolha.

O que o socialismo fez foi sequestrar o humanismo para a sua causa, sustentando que a sua amoralidade essencial é condição para a realização dos grandes anseios do homem.

Todas as tiranias instalam-se alegando bons propósitos. Meu caro,esses seus anseios de justiça, só podem ser realizados em sociedades abertas, livres, plurais, capitalistas, liberais. É por isso que você, não é de esquerda.

E sendo, então jamais poderá falar em nome daqueles valores.

zazie disse...

«O que o socialismo fez foi sequestrar o humanismo para a sua causa, sustentando que a sua amoralidade essencial é condição para a realização dos grandes anseios do homem.»

È verdade, E o mais grave é que esse socialismo também nunca existiu. É patranha e mentira para comprar votos e conseguir oligarquias a mandarem dentro do Estado

zazie disse...

A Esquerda é mentira.

Tive essa noção bem clara no PREC.

Só tenho a vindo a confirmá-la ao longo da vida.

zazie disse...

Foi tão forte e tão repentina, porque eu nem percebia nada de política- era apenas do contra por gostar de liberdade, que fui a banhos.

Nem quis ver. Recusei-me mesmo a observar aquela gigantesca cretinice da pseudo-reforma agrária e suas ocupações.

E tive também na altura a certeza que esta embirração é de ordem biológica e não de ordem ideológica- cada um é para o que nasce- não nasci para igualitarismos nem saques ao que é dos outros, nem tribos nem trela, nem grupos.

Jim Pereira disse...

Como os comunistas destruiram economicamente o país…

Floribundus disse...

os sociais-fascista da fenprof e os fascistas-xuxas andam nas escolas a tentar obrigar os profs a pagarem o salário dos grevistas

parece a miséria sindical do tempo da Dama de Ferro

por cá tudo enferrujado

Anónimo disse...

Quem bom que teria sido se Firmino Miguel tivesse sido PM em vez do lunático Vasco Gonçalves... mas Spínola aí infelizmente já não teve força para o evitar.