segunda-feira, outubro 21, 2013

Angola- a agit-prop em marcha acelerada

 Económico:

O jornal de Angola escreve que "é um rotundo erro desvalorizar a posição tomada pelo nosso Chefe de Estado. Com isso, estão a enganar as pessoas. Dizem cinicamente que já está tudo bem, enquanto ao mesmo tempo o Ministério Público faz mais manchetes nos jornais e são violados os entendimentos feitos com Angola".

Esta notícia veiculada em Portugal e vinda directamente do Jornal de Angola vai contra a corrente de apaziguamento diplomático enunciada tanto pelo PR português como pelo embaixador de Angola e até, segundo notícia de Sábado,  do próprio povo angolano que em marcha de apoio ao presidente transformou a manifestação " numa enorme saudação às dezenas de milhar de portugueses que vivem e trabalham no país".

Torna-se por isso claro que há gente em Angola apostada em prejudicar as relações entre dos dois países, inventando questiúnculas e criando factos políticos desenterrados de invenções e mentiras graves. Por exemplo a que decorre da afirmação de que "o Ministério Público faz mais manchetes nos jornais".

As referidas manchetes nos jornais, são, como não podiam deixar de ser, as do Expresso cada vez mais cretino ( na última edição aposta num estudo científico que assegura que "os cães também são pessoas"...) e as do Diário de Notícias, com um Marcelino cada vez mais desportivo e à espera de um golpe de misericórdia porque o seu jornal está falido.   Quem se apronta para lhe dar o golpe? Os angolanos, comprando a Controlinvest do "amigo Joaquim", falido igualmente na voragem da vaidade mediática.

Vejamos as ditas manchetes e notícias e verifiquemos a plausibilidade da tese peregrina sobre  as "manchetes do Ministério Público".

Primeiro a do Expresso:


A manchete é a quintessência do jornalismo inventivo para criar "suspense" que venda em quiosques e seja citado. Deixa no ar a ideia que a "Procuradoria" ( o DCIAP e nunca a PGR, e nisto está mais uma subtileza cretina em que o jornal ricardocosteano é perito) não arquivou processos por caturrice discricionária e vontade de perseguição aos pobres angolanos. No desenvolvimento da manchete, com 4 apáginas inteiras sobre o assunto, outra explicação surge: foi o próprio advogado de três suspeitos angolanos ( os de maior calibre institucional, ou seja, Manuel Vicente, vice angolano e apontado como sucessor do actual presidente; Hélder Vieira Dias e Leopoldino Nascimento) quem requereu algo que não é explicado pelo jornal. Este fala em arquivamento mas pode ser um requerimenro de aceleração do processo, eventualmente mal formulado. Assim, um pedido de arquivamento, "recusado" pelo MºPº não tem sentido a não ser numa manchete do Expresso para vender papel. Só um entendimento cretino do assunto autorizaria uma manchete destas. E é assim.
E agora, o essencial da recriminação da agit-prop angolana: pela notícia que abaixo se transpõe, quem é o maior suspeito da violação de segredo de justiça, no caso concreto? Cada um tire as conclusões que entender, mas por mim, nunca o MºPº pode entrar à cabeça dos suspeitos...
Há até uma referência muito curiosa que insinua algo que pode muito bem ser inventado: a PGR Joana Marques Vidal e o PGR João Maria de Sousa ( envolvido noutro caso anunciado publicamente pelo Expresso e com referência a um "processo administrativo" a correr no DCIAP, o que eventualmente nem estará correctamente enunciado, mas enfim...o Expresso neste caso coloca o ramo num lado para vender o vinho noutro e prejudica seriamente relações diplomáticas entre dois países ao dar espavento a notícias de agit-prop, o que mostra bem o estilo e categoria do actual Expresso) terão falado sobre o assunto. Se a conversa foi entre duas pessoas, em privado e aparece no jornal a notícia de que "falaram no caso", quem deu a informação ao Expresso? É preciso pensar muito?


E agora o supra-sumo do jornalismo desportivo do "amigo Marcelino" que começa a ver a vida a andar para trás, por estupidez, também:

Quem noticia a informação sobre as 26 figuras é o Diário de Notícias, obviamente porque obteve tal informação de alguém. Seria do Ministério Público como afirma agora a agit-prop? Vejamos:
A notícias ( assinada por Carlos Rodrigues Lima e que obviamente sabe muito bem quem violou o segredo de justiça e pode muito bem raciocinar agora sobre os contornos desta campanha em curso) não menciona fontes do Ministério Público, mas cita várias fontes angolanas, a começar pelo próprio denunciante, Adriano Parreira, antigo embaixador condenado em Angola por corrupção ou crime similar) e continuando na "fonte próxima da diplomacia angolana" que informa como e quando se desenrolaram actos processuais nesse inquérito. Há aqui uma denúncia clara de quem violou o segredo de justiça que a agit-prop atira para o MºPº.  Mais: a "fuga de informação" primordial, a fonte da primeira notícia do Expresso, a quem deverá ser atribuída? Basta ler...e comparar a informação sobre o encontro entre os PGR de Angola e Portugal, em que se diz que "não houve uma palavra sobre o assunto" e a notícia do Expresso que assegura que sim, que houve...

Portanto, sobre "fugas de informação", violações de segredo de justiça, manipulações jornalísticas, cretinices continuadas ( do Expresso principalmente) e pura agit-prop com objectivos inconfessáveis e o frete que certos jornais portugueses se prestam perante estas entidades, estamos bem conversados.

E depois, o mesmo Diário de Notícias, desportivamente escreve no mesmo dia- 16 de Outubro de 2013- um editorial que sendo patético se afigura igualmente cretino.


Não será tempo de jornais portugueses tidos como sérios, serem um pouco mais inteligentes, competentes e diligentes? Alinhar em campanhas desta natureza dignifica-os? Isto é jornalismo sério e responsável, como se costuma dizer?
Deixarem-se manipular assim, prejudicando seriamente um país e milhares de pessoas,  sem um queixume ou reflexão redactorial, sem uma análise mesmo superficial é jornalismo de qualidade? Isto seria possível num Guardian, para não ir mais longe ao outro lado do Atlântico?

Questuber! Mais um escândalo!