sábado, novembro 09, 2013

Bárbara, Carrilho, Castelo-Branco e imprensa do género: a mesma laia?

 RR


Na edição de “Em Nome da Lei” deste sábado discute-se o caso mediático do divórcio de Bárbara Guimarães e de Manuel Maria Carrilho, não no sentido de apurar a verdade das acusações feitas por uma e outro, mas para avaliar o papel da imprensa em toda esta situação.
Para além dos convidados do costume, estiveram em estúdio Octávio Ribeiro, director do jornal e TV “Correio da Manhã”, Carlos Magno, presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, a psicóloga Ana Santos e a professora de Direito da Família Ana Sofia Gomes.
Neste divórcio mediático de Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho há uma acusação de um crime público de violência doméstica, e tendo ele sido alegadamente cometido por uma figura pública, o caso torna-se de inquestionável interesse público.
Na sequência dessa revelação, que surge por mais uma violação do segredo de justiça, Manuel Maria Carrilho tornou pública uma série de acusações contra a mulher, de alcoolismo e de ser viciada em comprimidos e em intervenções cirúrgicas para contrariar o envelhecimento.
Sabe-se que entretanto terá também apresentado queixa judicial contra a mulher por violência psicológica, emocional e social.
Pelo caminho, Carrilho faz uma acusação velada ao padrasto de Bárbara Guimarães de ter abusado sexualmente da enteada e outra de alcoolismo ao pai da mulher.
A assistir a tudo isto estão, além de Portugal inteiro, duas crianças de nove e três anos, os filhos do casal.
O papel da imprensa em todo este processo, bem como os efeitos que pode ter, são o tema em debate. 


 Pelos vistos, certos bem-pensantes dos media e arredores pretendem agora "analisar" o caso do "divórcio mediático" do casal Bárbara-Carrilho e fazem-no no mesmo universo mediátio que criou o fenómeno, como aliás tinha criado há uns anos o caso do "casamento mediático" do mesmo casal.
Ou seja, o tal divórcio só é mediático porque os media que pertencem ao sistema mediático vigente que também possui os"órgãos de referência", apartados em salas ao lado para escaparem a contaminações, lhe deram atenção. E dão atenção por que motivos? E agora querem perceber porquê? Haverá mesmo alguma coisa a perceber, para além disto que se mostra e que saiu esta mesma semana?



Querem mais? Para a semana há mais e ainda melhor que isto, possivelmente. Os analistas do "caso do divórcio mediático" querem analisar isto ou apenas entreter o pagode que lhes dispensará atenção? Não querem nada disso, apenas entreter como fazem estas revistinhas que fui buscar a um único sítio: aqui.
Esta realidade alternativa da vida portuguesa faz parte do sistema mediático-político que temos? É isto que acham como sinal de cultura e desenvolvimento por oposição ao que se passava há 40 anos em que havia apenas uma revistinha dedicada a estes fenómenos sociais?
Era talvez essa reflexão que seria necessário fazer- e não se faz. Muito menos com Carlos Magnos e outros assim. Tomem lá a Crónica Feminina de 19 de Julho de 1973 para  ver e comparar.

Reparem: a capa já é a cores. O tema também é o "casamento" e a figura é igualmente uma "estampa" do género. A decoração do sítio até se aceita em cenário de telenovela e portanto a diferença residirá no tempo. Não é assim, senhor Carrilho e senhor Magno?

Afinal agora temos liberdade para publicar aquelas revistas todas que dão emprego a outros tantos jornalistas, muitos, que fazem parte das empresas de media que empregam os comentadores que agora querem analisar o fenómeno do "o caso mediático do divórcio de Bárbara Guimarães e de Manuel Maria Carrilho".
Valeu a pena temos conquistado a Liberdade, para isto, não valeu? Dantes, era um horror, o cinzentismo e o obscurantismo e o atraso e a falta de cultura de que se queixava ontem outra figura deste jet, a presidenta directora da casa sem fundação Fernando Pessoa. Ora toma!
Hoje basta ir a um qualquer supermercado ou cabeleireiro e temos expostos para consumo visual imediato, as histórias pessoais e reais das artistas de telenovela, misturadas com a trama dos próximos capítulos. Em vez de um Simplesmente Maria radiofónico temos telenovelas em catadupa em horário nobre que a cultura é para horas mortas e o povo não gosta tanto. O Vitorino Nemésio passava às 7 horas da tarde desse tempo. Hoje nem às 7 da manhã...
Portanto, culturalmente estamos muito melhor, sim senhores. Há menos analfabetos porque as estatísticas das senhoras donas Lurdes da Educação e quejandas, o comprovam. Há mais "cultura", porque se vende mais papel de jornal. Há três diários consagrados à bola, esse fenómeno de alienação que passou a ser apenas popular, com o tempo destes 40 anos. Há um mundo de fenómenos mediáticos em ebulição e borbulham com casos destes todos os dias, aproveitados pelos vossos colegas jornalistas como pão para a boca, literalmente.
 Continuem por isso a discutir o caso singular do "divórcio mediático" daqueles enquanto lamentam que os filhos menores de ambos sejam expostos a tais lavagens de roupa suja pessoal e íntima que vocês mesmo promovem enquanto criticam quem o fez, não se coibindo de explicar como o fez.
Continuem a chafurdar nessas águas de um sistema que vos alimenta a vidinha e que já não podeis passar sem.
 Se vos ocorrer alguma pontinha de vergonha pelo sistema que aplaudem, reflictam então sobre quem foi responsável por esta porcaria.
Ah! E deixai crescer a barba porque é moda no sistema que viceja.

6 comentários:

Vivendi disse...

Bravo José.

Infelizmente só dá lixo cultural com papel de embrulho marxista,

lusitânea disse...

Sem pote as mulheres democratas fogem dos seus amores...

Unknown disse...

A que propósito o ponto de interrogação?...

Maria disse...

A 'democracia' trouxe-nos a degradação da vida em sociedade e na família exactamente como tem acontecido nas outras democracias à volta do Globo, com particular incidência nos países protestantes e muito especialmente nos Estados Unidos, país de onde se expandiu para toda a Europa, sendo não curiosamente este o Continente onde ela foi inventada. Mas não só nos países ocidentais, uma vez que ela já se está a introduzir em força nos países árabes com o intuito de abarcar todo o Planeta, como é por demais sabido.

Desde que existe, a esquerda socialista/comunista tem incentivado e promovido a modernidade em todas as suas facetas mais negras à velocidade da luz, chegando a extremos crudelíssimos na sua ganância expansiva.

Se observarmos a degradação civilizacional a que chegaram os regimes democráticos e cingindo-nos no caso e em particular aos E.U., verificamos sem margem para dúvidas que o estadio social e moral daquela sociedade atingiu os mais aterradores índices de podridão e deboche verdadeiramente inimagináveis (vide David Duke), com a benção absoluta e total de quase todos os presidentes que têm governado aquele país desde que ele se tornou independente. E digo quase, porque os poucos presidentes que quiseram dar um rumo èticamente diverso daquele que a sociedade estava a seguir, tentando cortar cerce a corrupção e a insídia políticas, foram assassinados. E como se sabe este terror democrático vem perdurando desde então até aos dias de hoje.

Toda a miséria humana que vem retratada nessas revistas e mesmo nalguns jornais, só acontece porque a sociedade foi ràpidamente a ela conduzida pelos próceres da democracia, ou seja pela esquerda e extrema esquerda, estes os representantes directos em cada país da maçonaria mundial e até mesmo naqueles países onde ainda não impera a democracia mas em que os sabotadores a soldo do mundialismo e sob identidades falsas, conspiram de um modo constante até conseguirem derrubar regimes não democráticos, mas em paz e em segurança, para em sua substituição introduzirem a desordem e o caos social traduzidos em violência, crime e guerra.

Nós portugueses já passámos por todas estas fases diabólicas com as quais os democratas nos presentearam ao substituírem o regime do tenebroso Estado Novo pela esplendorosa democracia. Presentemente, dos três martírios a que fomos sujeitos, só não estamos em guerra, embora tenhamo-la sofrido dolorosamente no corpo e na alma e dela resultando mais de um milhão de mortos. Porém, relativamente às outras fases infernais por que passámos e que a democracia impõe aos povos dos países onde se introduz para estes poderem ser elevados ao estatuto de "democracias adultas" (segundo eles hipócrita e cìnicamente a estas se referem quando já têm os respectivos povos suficientemente anestesiados e portanto reféns do poder político e consequentemente incapazes de se revoltarem ou sequer da mínima reacção contrária) essas continuam intactas, senão mesmo agravadas, permanecendo inamovíveis para nossa desgraça e infelicidade.

Na realidade o perigo mundialista mantem-se inalterado e isto é constatável já que perdura activo há mais de três séculos. Só quando todas as maçonarias, as locais e a mundial, desaparecerem para todo o sempre é que a Humanidade terá descanso. Pois, mas isso...

Portas e Travessas.sa disse...

""Desde que existe, a esquerda socialista/comunista tem incentivado e promovido a modernidade em todas as suas facetas mais negras à velocidade da luz, chegando a extremos crudelíssimos na sua ganância expansiva.""

>Boa malha, meu Deus<

Rapaz do Taxi

Maria disse...

Como já escrevi algures no tempo, creio que neste espaço blogosférico, a minha Mãe, como boa cinéfila que era, conservou algumas Crónicas Femininas (por motivos particulares), alguns Séculos Ilustrados e variadas outras excelentes publicações francesas e italianas e também bastantes Cahiers du Cinéma, tudo dos anos 50 e 60. Para dar um exemplo, nas Crónicas Femininas e no Século Ilustrado, que eu lia ainda em adolescente, observados a esta distância, verifico que artigos e crónicas sobre cinema e teatro bem como entrevistas a actrizes e actores eram escorreitos e interessantes. Mas o que me faz voltar a este tema é sobretudo verificar não surpreendida quão bem escritos eram aqueles artigos, sem erros ortográficos e/ou sintácticos e correctamente estruturados. Para além destes pormenores de somenos, é óbvio que estas revistas de conteúdo mais ligeiro, "de amenidades" como então as classificavam os espanhóis, não eram concebidas para consumo da intelectualidade cinéfila ou outra, nem esse era o seu objectivo, excepto naturalmente os Cahiers. Tinham contudo virtualidades que hoje não encontramos numa única das múltiplas publicações congéneres existentes no mercado e supostamente dirigidas a todos os estractos sociais do público leitor. Estas publicações sobre a actualidade cinematográfica e outras mais especializadas nas várias áreas artísticas, tinham o condão de poderem ser lidas ou folheadas por pessoas de qualquer idade, desde crianças a idosos, sem que se sentissem enojadas e n'alguns casos mesmo ofendidas pelo teor abjecto de muitos dos textos e frequentemente pelas imagens degradantes que não deveriam ter cabimento de modo algum neste género de publicações que chegam às mãos da maioria da população de todas as idades.
Este rebaixamento da ética, da dignidade e da decência patentes nas revistas e jornais cujos editores de umas e os responsáveis nas redacções de quase todos os outros (salvam-se felizmente deste lixo editorial o gratificante semanário O Diabo e parece que também alguns jornais regionais, honra lhes seja feita) tornou-se a regra que a maravilhosa democracia importou da Europa 'civilizada' e com ela viajou a ultra-modernidade, ambas sinónimo da degradação dos costumes e em que não raro está incluída a pornografia explícita, cujos mentores esquerdistas da nossa praça as classificam como direitos adquiridos e inalienáveis de que os portugueses, tão sequiosos que estavam dos modernismos vindos da estranja, deles não se podiam alhear para acederem ao estatuto de muito progressistas e o país ascender ao 'clube dos ricos' e, com todos estes predicados valiosíssimos inerentes em exclusivo às democracias, saltar para a honrosa tabela dos mais desenvolvidos do planeta.

Quando um povo, que vivia em paz e era feliz, é sujeito a crimes inomináveis e traições mil a consequência lógica daí advinda é o inescapável inferno resultante de uma armadilha envenenada sàbiamente montada em que os portugueses ingènuamente se deixaram envolver, o que os tem obrigado a viver nela vai para quatro infernais e eternizantes décadas.

O Público activista e relapso