É espantoso como a penalista Fernanda Palma toma a defesa
dos seus com argumentos científicos de vulto alheio.
Hoje no Correio da Manhã volta a terçar armas académicas de
bolso para defender uma teoria de um direito penal que nem é do cidadão nem do inimigo. É um
híbrido conveniente a uma visão diferenciada do direito penal referido a vagas
noções sociológicas de séculos passados e enxertadas num presente meramente
académico.
Fernanda Palma cita a criminologia para mencionar Durkheim, Merton,
Sutherland e Becker, autores de teorias explicativas do aparecimento de
fenómenos criminosos em sociedades tão díspares como a norte-americana e a
europeia do século de Marx ( Durkheim). Ou seja, Fernanda Palma é arauta da sociologia
tipo ISCTE e fica tudo dito. A
Criminologia de antanho serve os propósitos de garantia de que o "a
Justiça Penal do Estado de Direito tem de corresponder à necessidade de
protecção de bens jurídicos essenciais e assegurar o respeito pelos direitos
humanos e pelas garantias processuais".
La boucle est bouclée e a pescadinha tem o rabo na boca.
O intróito da crónica mostra o busílis da preocupação:
"perpassa em muitas cabeças a ideia de que a defesa dos direitos humanos e
garantias serve a corrupção e de quem não assume uma visão justiceira é amigo
de corruptos".
Totalmente errado e imputação com sabor a processo
intencional, "sem provas" e objectivo turvo: erradicar da discussão
quem se atreva a questionar a brandura de penas e a configuração de meios de
prova mais eficazes. Tudo em prol de um objectivo que Fernanda Palma oblitera:
a Verdade material e a aplicação da Justiça que significa tão só entregar a
cada um o presente que lhe é destinado e isso sem sequer se apelar à ideia peregrina da "retribuição".
A Justiça nesta
asserção ancestral e de senso comum é um Pai Natal de barbas branquinhas que"
vai com o coelhinho e o palhaço no combóio ao circo", com se dizia dantes
numa publicidade.
Fernanda Palma, a par da preocupação excessiva e suspeita
com tudo o que diga respeito a garantias e mais garantias de evitar que alguém
seja prendado com o que não lhe compete, acompanha mais o palhaço ou o coelhinho do que o pai natal,
certamente por motivos inexplicáveis e de foro
especial. Não gosta do pai Natal,
pronto e fica tudo explicado.
A defesa dos palhaços que Fernanda Palma enceta nos seus
escritos é sempre elaborada nas rebuscadas teorias de um humanismo que só
defende os ditos, esquece o pai natal e ignora o mais das vezes o coelhinho. Ou seja não é Justiça; é apenas
arbitrariedade positiva em prol de delinquentes e palhaços, ultimamente ricos.
O verdadeiro humanismo toma o Homem em toda a sua dimensão e
portante naquela que é assumida pelos palhaços: a da irrisão e escárnio para com os motivos dos
actos praticados com prejuízo para a sociedade.
Defender que os palhaços devem ter mais direitos de se ficarem a rir de quem lhes quer entregar o presente
devido é a negação da ideia de Justiça. Portanto, não é defesa de nenhum humanismo, de direitos humanos, de
garantias processuais ou de qualquer
Constituição.
O argumento a favor dos palhaços, com o receio de poderem ser contemplados
com presentes errados é apenas um alibi, uma justificação aperfeiçoada para os
verdadeiros motivos: deixar palhaços à
solta a fazerem o que bem quiserem, mormente prejudicando gravemente a comunidade geral e atentando impunemente contra os seus valores.
O equilíbrio no espaço ocupado por coelhinhos, palhaços e
pai natal tem a ver com essa
equidistância conceptual, sem obstáculos discriminatórios indevidos para
defesa de um dos territórios.
Se o "direito penal do inimigo", ou seja dos
palhaços difere do direito penal dos cidadãos, ou seja dos coelhinhos, e ambos
têm os seus adeptos, não é acantonando o
pai natal apenas ao lado "do inimigo"
que se mostra uma ideia de justiça rock and rawls, ou seja modernaça e ao ritmo do tempo.
O que Fernanda Palma vem denotando perigosamente nos seus escritos é uma suspeita anomia do tempo dessa criminologia citada.
A tendência para esquecer que o verdadeiro crime é o que atinge
a sociedade em geral, através de uma corrupção generalizada que Fernanda Palma só vê a ser denunciada por
"justiceiros" é preocupante para quem ensina direito penal.
Os fins das penas podem passar por prevenções gerais e especiais e até mesmo ressocializações humanistas e utópicas, mas não têm certamente a finalidade de se tornarem inócuas e assegurarem a impunidade por si mesmas.
Se é lamentável a posição intelectual de Fernanda Palma, em desequilíbrio de balança nessa Justiça de favor aos palhaços, seria no entanto muito mais preocupante se o
pai natal embarcasse nesse trenó ...
In medium est virtus? Depende do ponto cardeal de aferição...
7 comentários:
Ao Sócrates só falta ter a pele preta para ser um verdadeiro "bom selvagem".Mas eu continuo a aguardar a defesa do menino de ouro, o tal que estava em toda a parte(menos na corrupção pelos vistos)pela ILGA...
ficamos a saber quem é obrigado a defender o 44
nos filmes de 'caubóis' o bandido fugia com o ouro
mas era obrigado a devolver o que indevidamente possuia
estes gajos e gajas metem nojo
tornaram o rectângulo num local mal frequentado
A Fernanda, o palhaço e o coelhinho e dura e dura dura
ahahahahah
Quand je pense à Fernande...je...
Não consigo pôr mais na carta porque só me lembrei disto para me rir.
ahahahahahaha
De facto, Portugal, está muito mal frequentado.
Esta corja, quando é para os outros, aplica a lei, quando é para eles, interpreta a lei.
Pindéricos.
As leis são feitas para proteger os amigos, combater os adversários e ser aplicada aos outros palermas.
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