segunda-feira, março 30, 2015

A História de factos, protagonistas e intérpretes do golpe de Estado do 25 de Abril de 1974



Os factos históricos que carecem de explicação geralmente suscitam teorias de conspiração oculta na sua génese.
Tal sucede com o golpe militar de 25 de Abril de 1974 e o fenómeno que o acompanhou,  de sobreposição crescente e rompante, nos meses seguintes, da ideologia esquerdista e comunista à ideia que prevalecia anteriormente sobre o Estado e a sociedade portuguesa.  
Para explicar tal fenómeno aparecem teorias e algumas delas, naturalmente, de índole conspirativa.
No blog do Dragão a tendência para apresentar uma história interessante mistura por vezes os ingredientes  dessa fantasia que inquina uma verdade límpida e difícil de alcançar.
Não tenho pretensões a historiador, como já escrevi várias vezes, mas procuro saber o que sucedeu nessa época que também vivi e para issoi socorro-me dos meios ao meu dispor: a memória e os factos conhecidos através dos relatos da época.
E onde aparecem esses relatos? Nos livros? Sim, em depoimentos pessoais dos envolvidos e testemunhos de quem ouviu outros.
E onde mais? Pois, nos jornais da época que relatavam os acontecimentos à medida que se iam produzindo e publicavam também opiniões e versões desses acontecimentos pelos protagonistas. 
Haverá melhor fonte de informação de certos acontecimentos que fotos , notícias e textos da altura que denotam muitos dos pormenores circunstanciais dos mesmos factos e acontecimentos?  Duvido.
Sobre um acontecimento fulcral  do dia 25 de Abril de 1974 suscitam-se dúvidas e reservas que alimentam  a especulação fantasiosa de "acordos" e confabula-se a hipótese de Marcello Caetano estar de alma e coração com os revoltosos do golpe.
Isto que me parece errado e até ignominioso para a honra de Marcello Caetano é acreditado por ilustres personagens que nesse tempo viveram e nele desempenharam altas funções.
Antes de apresentar essas versões, coloco aqui novamente algunas páginas do livro Marcello Caetano- o 25 de Abril e o Ultramar, publicado pela Verbo e que reune três entrevistas que Marcello concedeu ao semanário brasileiro O Mundo Português, em 25 de Junho e 2 de Julho de 1976, sendo a terceira inédita. 

Estas páginas relatam na primeira pessoa o que sucedeu no Largo do Carmo e no quartel da GNR, onde Marcello Caetano se encontrava no dia 25 de Abril de 1974 e as circunstâncias explicativas por que se encontrava lá e não em Monsanto, onde supostamente deveria estar.
Proximamente publicarei um episódio, inédito para a generalidade, sobre esta breve estadia de Marcello Caetano nesse local.


Questuber! Mais um escândalo!