segunda-feira, maio 23, 2016

Pinho, o encornado

CM de hoje:


Este Manuel Pinho tem um currículo que o BES aproveitou num altura em que "tudo era possível". Quando saiu do Governo do inenarrável Sócrates comentou que o proposto lugar na CGD era desprezível porque ganharia pouco ( mais de trezentos mil euros por ano...) e o carro nem era por aí além...
Antes dessas tristes figuras fartou-se de fazer outras, para complemento do currículo:

 O antigo ministro da Economia (!) Pinho era, segundo notícias da época, um dos génios da alta finança do BES. Trabalhava para o banco de Ricardo Salgado. Logo que foi a ministro o BES ainda era o maior e Pinho ajudava José Sócrates na governação. Numa manobra de chico-esperto, desvinculou-se do banco, para dar boa imagem ao governo: afinal abandonou todos os cargos no BES para ser mais independente do que era. Agora deve lamentar porque nem a palavra de honra, escondida num contrato legalmente irrelevante lhe respeitaram.
Eppure...
No final do ano de 2005, Pinho confirmou Mexia, que tinha sido empregado do BESI e  ministro de Santana, na EDP. É o que diz o Público do passado Domingo ( 19.10.2014).
Em Fevereiro de 2006, a OPA da Sonae tropeçou em Pinho e Sócrates e estatelou-se. Salgado ficou a ganhar.
Em Abril desse ano, o BCP foi tomado de assalto pelo comendador da Bacalhôa e outras sombras. O BES emprestou dinheiro ( 280 milhões) para a investida.
Em Outubro desse ano Pinho autorizou a TAP a conprar a Poprtugália, do GES, por 140 milhões. Diz o Público que tal foi visto como "um favor do ministro ao ex-patrão".

 Em 2010, despedido do governo por fraca figura jacobina, o mesmíssimo Pinho arranjou um emprego novo, pago por uma EDP que ainda tinha umas shares do Estado.  Mexia mexeu-se, com grandes dúvidas de alguns sectores:

 A eléctrica portuguesa fez uma doação à School of International and Public Affairs (SIPA), num montante que pediu à Universidade nova-iorquina para não divulgar e que tem como uma das iniciativas o seminário sobre energia renováveis que vai ser leccionado pelo ex-ministro da Economia.
"Manuel Pinho será professor visitante School of International and Public Affairs (SIPA) da Universidade Columbia. A sua posição faz parte de uma série de novas iniciativas que estão a ser apoiadas pela EDP", disse ao Negócios fonte oficial da Universidade e Columbia
.

Agora que acabou a subvenção,  Pinho quer a reforma. Dourada. Dois milhões. Prometidos por carta escrita de Salgado.

"Num chega", dizia o outro colega de governo. Uma carta de conforto para assegurar uma reforma desse calibre "num chega" e Pinho vai ter que enfileirar na lista de credores reclamantes na insolvência do banco. Para a qual, aliás, poderá ter contribuído...

E então o que é que lhe chega agora todos os meses, do rol dos antigos empregados do banco? 3 mil euros, ilíquidos. Menos que um empregado das Finanças...e num dá para sapatos italianos. Mas dá para se poder dizer que passou de cavalo para burro. Se é que o não foi sempre...

Isto é que dava um programa e peras no Sexta às Nove, com aquele estilo peculiar da Felgueirinhas, empoleirada nas solas compensadas. Ou no Prós e Contras da Campos Ferreira. Ou numa reportagem desenvolvida do Público, ao Domingo, em vez das histórias artsy artsy.

Em Maio de 2009, ainda ministro o tal Pinho declarara urbi et orbi, numa entrevista radiofónica:

 "A minha forma de estar na vida é defender as pessoas que trabalham comigo, a minha equipa e os meus amigos."

Talvez por isso os amigos, como o Sebastião,  o socorreram nas acções que propôs contra o antigo patrão, a reclamar uma pensão a que não tinha direito e cujos pressupostos aldrabou quando entrou para o governo do tal inenarrável, para dar bom aspecto.

Talvez este seja o melhor exemplo do que foi o governo do tal inenarrável, nos idos de 2005 e que tão incensado foi pelos media arregimentados.
A bancarrota de 2011 é feita destas pequenas histórias. 

Questuber! Mais um escândalo!