Segundo se conta aqui, para entalar o anterior governo de Passos Coelho:
"O Ministério das Finanças recebeu ao longo do ano passado relatórios trimestrais da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a alertar para um conjunto de créditos problemáticos que mereciam “particular atenção”, devido às imparidades que poderiam causar ao banco público.
A informação está num relatório da comissão de auditoria da CGD relativo às contas de 2015.
A comissão de auditoria é o órgão da CGD responsável pela fiscalização da contabilidade e das práticas de gestão do banco. Exerce uma função de controlo sobre os actos da administração e os riscos assumidos pelo banco.
Presidida pelo advogado Eduardo Paz Ferreira, uma das suas tarefas é avaliar os relatórios do auditor externo da CGD, a Deloitte, e enviar depois o seu próprio relatório à tutela no governo, a cada trimestre.
Segundo indica a comissão de auditoria, uma averiguação da Deloitte no ano passado identificou um conjunto de empréstimos de risco que poderiam causar imparidades adicionais. E essa informação foi comunicada ao governo nesses relatórios trimestrais."
Segundo se conta aqui e o i parece ter dificuldade em ir ver...Eduardo Paz Ferreira foi presidente do Conselho Fiscal da CGD SA, de 2007 a Julho de 2011 ( saiu porque foi extinto o lugar), para além de outras presidências, assessorias e advocacias de ajuste directo.
Um presidente de conselho fiscal da CGD servia para quê? Para estar ao lado da Administração, num modelo antigo de gestão. E por isso recebia em modo chorudo, vencimentos de alto gabarito que a função pública não cheirava sequer.
Eduardo Paz Ferreira viu alguma coisa nesses anos todos que esteve à frente do Conselho Fiscal e ao lado de Santos Ferreira e Armando Vara até 2008 e depois disso, com a inspecção ás contas da instituição, particularmente aos empréstimos e créditos sui generis ( Vale do Lobo, por exemplo?).
Paz Ferreira ouviu falar disto, no seu devido tempo e na altura em que era convidade frequente da Lourenço da SIC-N para comentar o par de botas habitual?
Ao longo do documento, Garcia Pereira refere a «reiterada manutenção
da impunidade»» e acusa a actual administração de ter «ocultado» à
secretária de Estado do Tesouro (Maria Luís Albuquerque, que tutela a
CGD) os vários «indícios de crime» denunciados, bem como várias
informações vindas a lume em 2008, num relatório interno.
No documento – enviado à procuradora-geral da República, ao
primeiro-ministro, ao ministro das Finanças, à referida secretária de
Estado e ao director da Polícia Judiciária -, Garcia Pereira enumera
várias situações em que aqueles responsáveis estiveram envolvidos. O
documento foi enviado para o DIAP, onde já correm outros inquéritos
sobre os factos participados pelos trabalhadores em litígio com a CGD.
Aparentemente não viu, não ouviu e não falou. Como aqueles macaquinhos da lenda. Apesar de tudo vir num "relatório interno" da CGD em 2008, altura em que era presidente do conselho fiscal da dita e ter o vencimento correspondente...
Paz Ferreira é casado com a actual ministra da Justiça que durante esses anos todos foi Procuradora-Geral Distrital de Lisboa, responsável directa pelo DIAP.
Por estas e por outras, o inquérito parlamentar vai ser lindo. Ai vai, vai.
8 comentários:
Para os amigos tudo...
provérbio
'há um modo de fugir que se assemelha a procurar'
in itinere asinus
Com a quadrilha súcia a controlar aquilo que passa por "governo" - sobretudo, no caso vertente, o ministério da "justiça" - alguém acredita que o caso vá a bom porto?...
> "Um presidente de conselho fiscal da CGD servia para quê? Para estar ao lado da Administração, num modelo antigo de gestão. E por isso recebia em modo chorudo, vencimentos de alto gabarito que a função pública não cheirava sequer."
Nada de novo no Reino da Dinamarca...
Já Fernando Pessoa trucidava os Conselhos Fiscais:
• "O que se faz entre nós? Elege-se um Conselho Fiscal de pessoas de probidade e incompetência e, é claro, de pessoas em magníficas relações de amizade com a Gerência, e portanto com toda a confiança nela. Em resumo: o melhor fiscal dos actos de alguém é um amigo incompetente. É ou não uma comédia?"
• "Há mister, pois, que deleguem [os Sócios] em alguém a fiscalização que nem podem, nem em geral sabem, exercer. Delegá-la em Conselhos Fiscais equivale a delegá-la em ninguém, ou a delegá-la na própria gerência a fiscalizar."
Os 'Eduardo Paz Ferreira' são uns artistas...
> "Aparentemente não viu, não ouviu e não falou."
Além de Garcia Pereira:
Notícia de 2012: «Nogueira Leite saiu da CGD em divergência com gestores do banco - O administrador que pediu a demissão não concordava com a gestão de José Matos, que não enfrentou as denúncias de alegados ilícitos criminais que vêm da década passada.»
Quem está com o poder come.Quem não está cheira...
É interessante ir ver como as nossas democratas famílias se repartiram pelas alternativas...
A "arte" dessas pessoas, sempre muito competentes e impolutas é a nossa desgraça colectiva.
A verdadeira "arte" dessas mesmas pessoas é ganhar muito dinheiro de modo insindicável porque legal.
Isso é que se torna a verdadeira arte porque ganhar muito dinheiro com toda a legalidade é muito difícil...
Certos professores universitários são mestres nessa arte porque em terra de cegos quem tem olho é rei.
José
ao colocar o dedo na ferida
infectou-a
vai gangrenar
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