sábado, abril 21, 2018

Ferreira Fernandes e o submarino da badalhoquice.


O jornalista Ferreira Fernandes é o director do Diário de Notícias desde há umas semanas a esta parte  e tenho andado distraído, sem notar qualquer mudança no jornal.
O jornalista João Miguel Tavares é cronista no Público, última página às terças,quintas e sábados que espreito sempre que posso. 
Na passada quinta-feira deu conta que Ferreira Fernandes era director do jornal que em tempos idos de há dois anos julgara não ter estaleca para dirigir e apontou-lhe a incoerência.
De caminho lembrou ao novel director que o DN nunca se ocupou em editorial do caso Sócrates, particularmente quando toda a gente mediática o fez, na altura da acusação pública. E, fatal, lembrou uma escuta vinda a lume em que o visado nessa acusação, que não era dono de qualquer editora ou grupo de imprensa, vivia em dificuldades financeiras desde sempre e só tinha uma conta vazia na CGD, alvitrara o seu nome para director do vetusto jornal. Era a época em que o mesmo vivia em Paris, à grande, com dinheiro emprestado pela CGD e principalmente dinheiro disponibilizado da conta de um amigo, na Suíça ainda do segredo bancário, sem contas para fazer.  Em conversa com um fidelíssimo director de outro jornal, o Camões do J.N. que também logrou colocar nesse lugar sugeriu estranhamente o nome de Ferreira Fernandes, aparentemente na santa ignorância do dito . Isto, JMT não escreveu mas subentendeu e disse agora que quem manda no DN é Proença de Carvalho que fora advogado de Sócrates e mais coisas que se vão sabendo às pinguinhas e Ferreira Fernandes, pessoa que vê, ouve e lê, naturalmente não ignora.



  Ferreira Fernandes, no entanto,  acusou o toque porque quem não se sente...bla bla. Ontem, lá postou um editorial sinalagmático, ou seja, em troco daquele escrito.
Acusou em poucas linhas o colega jornalista de pactuar com badalhoquices como a exibida nas tv´s por causa dos interrogatórios do "fundo de comércio" do colega.  De substancial, sobre o seu fundo de comércio, que era o mais interessante, disse nada aos costumes.  E escreveu uma badalhoquice das grandes: sobre Sócrates só sabe que nada sabe; e se vier a saber é pelos tribunais e isso lhe basta. E quem escrever mais que isso e mostrar vídeos e conversas gravadas é badalhoco. Triste sina para um repórter que foi do Tal&Qual, um dos jornais que foi esteio do sensacionalismo mais básico na sociedade portuguesa de há trinta anos. Ainda nem existia o Correio da Manhã, imagine-se!


Com  ares de polémica dos pobrezinhos, JMT respondeu hoje, assim e põe-lhe o dedo na ferida aberta:Ferreira Fernandes emparceira com os que apontam as badalhoquices e esquecem a esterqueira de onde elas saíram...mas é compreensível. As pessoas têm que ganhar a vida. Escusavam era de acusar outros de badalhoquices argueirosas quando a trave da esterqueira lhes atravanca o passo no próprio local de trabalho.


Sobre Ferreira Fernandes devo dizer que conheço o que o mesmo escreve há mais de trinta anos. No Tal&Qual, precisamente, dirigido então por José Rocha Vieira e com alguns avatares de Ferreira Fernandes e vice-versa: Hernâni Santos, Ferreira Pinto e Jorge Morais. O que cada um então escrevia poderia ser escrito por cada qual. Tal e qual.

Em 15 de Março de 1985 o assunto era o cónego Melo e no interior,  em duas páginas centrais sobrava uma certeza jornalística que hoje Ferreira Ferrnandes apodaria de grande badalhoquice: o cónego era responsável por tudo o que se passara no anti-prec de 75 e depois. Sem defesa explícita embora fosse ouvido pelo "repórter" não identificado ( era o "repórter T&Q" e era tudo o que se sabia da autoria do artigo) é uma daquelas reportagens em que os ditos do visado se viram contra o próprio por artes mágicas do bandalhoco que as escreveu.

Ferreira Fernandes, nesse tempo escrevia croniquetas como esta:


Depois disto voltei a ler Ferreira Fernandes na Sábado. Um dia de Novembro de 2006 deparo com isto e com uma referência a outra badalhoquice, citada explicitamente pelo cronista.



Ora esta publicação oportuna servirá para lembrar a Ferreira Fernandes, pessoa que considero como um muito bom cronista e que gosto de ler porque aprimorou verbos e adjectivos nos últimos trinta anos, aquilo que escrevera nessa crónica: o DN tem um acervo arquivístico de grande importância histórica. Talvez seja tempo de alguém se lembrar, e estou a lembrar-me de Ferreira Fernandes, como directo,  de o recuperar e gastar pelo menos uma página diário com essa recuperação.Seria um grande serviço ao público leitor que é pouco mas poderia aumentar, quem sabe...

Sobre a badalhoquice da SIC e da CMTV o melhor que recomendo será uns sais de fruto. E a leitura desta notícia sobre Ana Gomes, de hoje que passo a seguir.

Talvez Ferreira Fernandes sugira aos seus repórteres uma entrevista extensa com a mesma sobre o estranho caso de um PS corrupto.

Julgo que não será badalhoquice alguma e todos ficaríamos a ganhar. Outra sugestão era a de uma entrevista ao patrão actual do DN: habituado a servir senhores de vária espécie e proveniência, deveria explicar quem são os actuais senhores do DN. Os reais, sem badalhoquices à mistura.

Se o fizesse, seria o primeiro a dizer em alta voz: Ferreira Fernandes é um grande senhor do jornalismo português. Até lá...

Sapo:


A eurodeputada socialista Ana Gomes defendeu, este sábado, que “o PS não pode continuar a esconder a cabeça na carapaça da tartaruga”. E indicou que o próximo congresso do partido “é a oportunidade para escalpelizar” como é que o PS “se prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos”, afirmou, numa publicação feita na rede social Twitter.
Em declarações ao Diário de Notícias, Ana Gomes confirmou que a mensagem que publicou deve, “obviamente”, ser vista “à luz das revelações” das reportagens da SIC sobre o ex-primeiro-ministro socialista, José Sócrates, acusado de corrupção no âmbito da operação Marquês e, também, pelas suspeitas de corrupção que recaem sobre o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, agora investigado no “caso EDP”.
Ao jornal, Ana Gomes disse que “não há dúvida nenhuma de que o PS se tornou instrumento de vários indivíduos corruptos e com uma agenda de enriquecimento pessoal”. Sobre o caso de Manuel Pinho, a eurodeputada disse ainda, citada pelo DN, que nunca teve “dúvidas nenhumas”. “Não sabia nada, mas cheirou-me mal tudo aquilo”, referiu, apontando para eventuais ligações entre o ex-governante e o BES.

6 comentários:

Floribundus disse...

os badalhocos atraem ao ps porque ali há mel

uma tourada à vara larga onde ninguém foi colhido durante a lide apeada

entretanto riozinho e entertainer diverte o pagode
e o contribuinte é que se 'aleija'

Neo disse...

Sobre a fortuna do fundador Soares, não sabia nada nem farejou. Figura indispensável no museu dos horrores do 25.

joserui disse...

Uma polémica à altura do país e dos jornais que tem. Parabéns aos dois palermas, o primeiro e o segundo.
Então o José deixou um tal de Arrebenta comentar à vontade? Eu próprio ando aqui indignado com certos e determinados comentários, isto e aquilo que aqui se lê, sobre tudo e sobre nada e quando é sobre o PS e o 44, um modesto comentador como eu chega aqui e só lê não sei quê não sei que mais e o quarto de brinquedos assim e assado… É demais.
Quanto ao grande senhor do jornalismo, refractário antes do 25A, expulso da tropa depois, ex-LCI, duvido muito. E mesmo que o venha ser, este cemitério está cheio de grandes senhores que não fazem cá falta nenhuma.

Floribundus disse...

Observador

« A tese dominante assegura que os vídeos dos interrogatórios ao “eng.” Sócrates foram divulgados pelo advogado do próprio. Talvez a tese esteja correcta. Mas se a ideia é a de que aquele repositório de prepotência, ridículo e até alguma maluquice redime o sujeito aos olhos dos portugueses, aconselho o “eng.” Sócrates a trocar de advogado. Ou o advogado a trocar de “eng.” Sócrates. Ou Portugal a trocar de portugueses.

Unknown disse...

FF, uma puta que tenta passar por outra coisa...

Maria disse...

"No meu governo Mário Soares será ministro da paralapatice" (Champalimaud)

Grande Champalimaud! E imagine-se que ele afirmou isto no longínquo 1985!, altura em que ainda pouco se sabia (ele e nós todos) do carácter malsão deste gatuno do mais fino calibre nem sobre as suas múltiplas fraudes e mega-corrupções, algumas das quais já então iniciadas e mil outras que se seguiriam em catadupa, todas praticadas em conivência com um bando de velhacos e ladrões da sua igualha.

O que teria dito o patriota Champalimaud se tivesse vivido uns bons anos mais para poder ter presenciado o corolário de crimes gravíssimos políticos e económicos que se seguiram num ritmo alucinante desde então até aos dias de hoje, todos por ele diabòlicamente congeminados e levados à pratica com a ajuda do bando de uns tantos pulhas que se alojam no seu partido e que, após o seu desaparecimento, continuaram a saga por ele iniciada e com os seus criminosos ensinamentos prosseguiram-na com a mais descontraída das latas (sabem que ninguém lhes toca, estão protegidos ao mais alto grau pela maçonaria, a de cá e a de lá) e igual desvergonha até ao dia em que nos encontramos.

Tudo foi levado a cabo pelo maior traidor à Pátria que o nosso infeliz País jamais conheceu. Por estas e por outras, e nem seriam precisas tantas provas, ele foi efectivamente o coveiro de Portugal.

Ricardo Salgado o DDT? Qual quê! Quem o foi de facto enquanto viveu foi o velhaco e ambicioso Soares e foi-o desde a primeira hora em que pôs os pés em Portual. Para levar a cabo a sua destrutiva e criminosa obra teve a ajuda imprescindível dos dois imperialismos e para ascender ao poder em Portugal o apoio e incondicional do cínico, criminoso e traidor Kissinger (como ele é conhecido e catalogado no seu país substituto, Estados Unidos, já que o seu d'origem é a Alemanha, como o são quase todos os criminosos que governam o Planeta através daquele que se considera o farol do mundo).

Sem margem para a mais pequena dúvida Soares foi o autêntico Dono Disto Tudo. Para nosso permanente infortúnio e eterna desgraça.

O Público activista e relapso