sábado, setembro 28, 2019

Marcelo fumou mas não inalou; Costa inalou, de charuto e tudo.

Capa do Expresso de hoje :



O Lacão anda sempre nestas andanças. Não lhe adiantou nada alvitrar nomes para a PGR...e devia perceber uma coisa: o MºPº teve necessidade de deduzir a acusação neste período eleitoral por causa de um motivo singelo e prosaico que as teorias de conspiração nunca contemplam: o prazo de prisão preventiva dos presos esgotava-se e teriam que ser soltos.

Se o ministro Azarado não andasse a engonhar no processo nada disto aconteceria...portanto a culpa é destes lacões e laconas.

Quanto ao Expresso é cada vez mais papel para embrulhar coisas. A mediocridade daqueles mangas de camisa é confrangedora. Nem compro.
Para a teoria de conspiração a envolver o MºPº partiram de alguns factos: dois procuradores que dirigiram o inquérito já tinham feito algumas a este PS dos lacões e laconas. Quais? O procurador Vítor Magalhães andou com o Freeport e apanhou um processo disciplinar que o afectou mais que ao então procurador Lopes da Mota, agora juiz com pretensões ao TEDH porque é do grupo dos "muito inteligentes" que engloba também a actual ministra da Justiça, a seguir para juiza Conselheira do STJ.
Outra procuradora parece que será familiar da bastonária da Ordem dos Enfermeiros e isso basta para a ligação conspirativa, para este Expresso a quem sopraram estas ideias fantásticas.

A machadada final para a teoria é dada pela suspeita do costume: Joana Marques Vidal,  porque foi quem desencadeou o procedimento no caso que este governo não queria e que o ministro Azarado protagonizou, com o óbvio conhecimento do chefe que agora se esconde na ausência de provas.

E já está! Uma conspiração pronta a servir ao Expresso.

Por outro lado, há uma crónica do difuso Rui Pereira, que no intervalo de comentador residente do caso Rosa Grilo consegue tempo para elaborar um parecer que aparentemente desmonta neste pequeno escrito no CM de hoje:



Uma pequena nota: Rui Pereira escreve aqui que o crime de furto das armas não seria da competência do mesmo tribunal.
Ora parece que não leu bem o disposto neste artigo do CPP, o que deve ser um drama para um professor de processo penal:

Artigo 28.º
Competência determinada pela conexão

Se os processos devessem ser da competência de tribunais com jurisdição em diferentes áreas ou com sede na mesma comarca, é competente para conhecer de todos:
a) O tribunal competente para conhecer do crime a que couber pena mais grave;
b) Em caso de crimes de igual gravidade, o tribunal a cuja ordem o arguido estiver preso ou, havendo vários arguidos presos, aquele à ordem do qual estiver preso o maior número;
c) Se não houver arguidos presos ou o seu número for igual, o tribunal da área onde primeiro tiver havido notícia de qualquer dos crimes.

Outro que fez figura de urso maior foi este tenente-general e que terá pedido um parecer ao dito professor-comentador do caso Rosa Grilo, mas devia ter lido este pequeno escrito porque já foi escrito há muito, nos manuais:


De resto a análise mais profunda ao caso é feita pelo jornalista José António Saraiva, com a perspicácia proverbial de que dá mostras, desde o caso do Face Oculta...


Conclusão disto tudo: Costa fumou e inalou; Marcelo só fumou. Não inalou.

Quem despachou bem o assunto foi Vasco Pulido Valente na sua crónica de hoje no Público: 

"Marcelo Rebelo de Sousa jurou em Nova Iorque, citando Nixon: "i´m not a crook". Já sabíamos"

Ahahahahah!

Um cartoon para ilustrar o caso ocorrido em 1973: os presidentes estão sempre acima de suspeitas...


Sem comentários:

Megaprocessos...quem os quer?