terça-feira, março 10, 2020

O mercado das estrelas

O mercado da televisão em Portugal funciona assim, segundo o CM de hoje:


Cerca de um milhão de euros por ano para a "estrela" estridente da Sic. A maioria do resto contenta-se com 100 a 200 mil por ano.
São "ordenados milionários" para o CM da Vânia que ganhará num ano o que estes ganham num mês. Se tanto...

Na "banca" o mercado é outra loiça, segundo o Público de hoje: Jardim Gonçalves, o gestor do antigo BCP queria manter a pensão mensal de montante aproximado ao dobro do que recebe a estridente estrela da Sic. Um Tribunal negou-lhe a pretensão depois de outro lha ter concedido.


Para se aquilatar o valor de mercado no sector bancário vale a pena recordar águas passadas há uns anos, com o famigerado Pinho que foi ministro e arrecadou em acumulação ordenado pago pelo patrão Salgado, do BES:

Segundo contava o também ex-ministro e gestor Catroga, em Maio de 2011: 

"Há um episódio curioso com a CGD a propósito de Manuel Pinho ( o inenarrável ministro da Economia do ainda mais Inenarrável primeiro-ministro- nota minha). Em Outubro ou Novembro, convidou-me para almoçar e disse:" Dizem que vou para a CGD, mas aquilo só dá 350 mil euros e o carro também não é grande coisa..." Eu aqui resolvi gozar: "Ó Manuel, a CGD nunca deu dinheiro, dava prestígio. Quem ia para administrador tinha status. Agora vocês abandalharam o banco todo! Meteram lá o Vara e o Bandeira [presidente e vice-presidente da CGD]! Abandalharam aquilo tudo!" Meteram lá o aparelho que controla os movimentos de crédito da CGD. A Caixa está ao serviço de interesses."


As estrelas da banca são outra coisa: ajudam a financiar aquelas...

A super-estrela nacional, campeão de todos os noticiários televisivos, notícia permanente em spin acelerado e centro diário do mundo político-social, não se movimenta neste mercado por mor dos benefícios pecuniários mas por outro motivo: apanhou um vírus.

E não é o Corona. É o da  necessidade de atenção permanente ao que faz, ao que diz e ao que representa mediaticamente. Provavelmente é um vírus que não tem cura porque a doença está instalada há anos tornando-se dependência doentia.

O nosso presidente da República é um viciado na atenção mediática. Em quarentena ridícula por causa da atenção mediática arranjou um modo de continuar tal atenção e alimentar o vício dessa dependência tóxica. Auto-impedido de beijocar e selfizar continua a comunicar através de sinais da varanda de casa...


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Megaprocessos...quem os quer?