Morreu o actor Ryan O´Neal e de repente dois filmes me ocorreram a propósito do mesmo: o primeiro, de início dos anos setenta, com o título apelativo de Love Story, adaptado de um romance de Eric Segal e que passou por cá nessa altura. O segundo foi o filme Barry Lindon que cheguei a ver e que não apreciei por aí além, na época.
Nunca vi o filme Love Story no cinema e apenas dei conta do mesmo em Junho de 1971 quando comprava esta revista semanal de espectáculos variados, com programação detalhada da tv de então.
A estética com cores de reminiscências psicadélicas do lettering do título deixava-me curioso, mas não ao ponto de ir ver o filme.
A revista começou no entanto nesse número a publicar um resumo, uma "novelização" do filme que contava a história trágica de um amor entre dois jovens estudantes, com semelhanças ao antigo Romeu e Julieta, em que nem faltava sequer o desfecho final, trágico, com a morte da jovem e a hostilização do namoro pela família do jovem, devido às diferenças de classe social.
Confesso que o tema não me era assim tão precioso que me obrigasse a ver o filme, mas compreendia o sucesso do mesmo, tendo em conta as inúmeras "novelizações" de tantas outras historietas de amor, publicadas em várias revistinhas de origem brasileira que vinham cá parar por obra e graça da Agência Portuguesa de Revistas, como era o caso da revista Capricho.
Uma delas, porém, vinha de Espanha, com o nome da criadora, Corín Tellado e cujas obras bateram records de vendas.
As fotonovelas insertas em cada número exploravam os dramas de amor de namoros e casamentos e eram lidas avidamente por milhares de mulheres.
E finais felizes:
O segredo do sucesso, no entanto, suspeito que teria mais a ver com as necessidades afectivas das leitoras do que qualquer outra coisa.
Na mesma altura de início dos anos setenta, uma pequena vinheta começou a aparecer na primeira página do jornal diário e vespertino, A Capital.
Tinha o título sugestivo de Amor é...e um casalinho estilizado mostrava o sentido de uma pequena frase alusiva ao que seria o Amor, singelo e prosaico na maior parte dos casos.
Em 1972 e 1973 tais vinhetas foram presença constante no jornal, diariamente.
A autoria dos desenhos e motivos era americana, e já dos anos sessenta. A autora que assinava Kim e a ligação com o filme de Ryan O´Neal, tem a ver com uma das frases da criação daquela artista em 1972 na qual se dizia que "Love Is...being able to say you are sorry".
No filme, por duas vezes, segundo a Wikipedia, aparece algo diverso e que fora escrito em 1970 pelo autor Eric Segal:
""Love means never having to say you're sorry" .
Quem é que se lembrará já destas coisas que eram tão presentes nessa década prodigiosa?
Quem é que se lembrará já destas coisas que eram tão presentes nessa década prodigiosa?
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