segunda-feira, dezembro 25, 2023

O presente de Natal de um pai a um filho

 Marcelo Rebelo de Sousa deu ao filho este presente, no Natal:


É tão triste que só me fez recordar uma história muito antiga, do Verão de 1976, contada pelo então director da revista Opção, um dos rebentos impressos da informação pós-Abril, com esta crónica de 19.8.1976 que aliás já publiquei algumas vezes.


O mesmo Portela Filho, nesse mesmo ano publicou em O Jornal, em 2.4.1976, outra crónica sobre a mesmíssima personagem que conhecia bem ( quem quiser saber o nome das personagens, tem aqui o glossário)



Infelizmente é isto que temos na presidência da República...

No mesmo número de tal revista aparece uma notícia e comentários a uma situação então candente e que ajuda a compreender o nosso país, personagens como Marcelo Rebelo de Sousa e as contradições que se foram apresentando ao longo dos anos.

Em Agosto de 1976 havia cerca de 1500 agentes presos da ex-polícia política Pide/DGS. Havia uma Comissão de Extinção da mesma polícia política, desde Junho de 1974, com um representante de cada partido, encarregada de organizar e instruir processos penais para conduzir a julgamento de tais agentes. Nessa data haveria cerca de um pouco mais de 200 processos prontos para um eventual julgamento. 

Por decisão de um indivíduo que era delegado do Conselho da Revolução para tais assuntos, o então capitão Sousa e Castro, os agentes da Pide/DGS foram libertados e tal originou escândalo. Os motivos da libertação foram então explicados pelo aludido militar, mas há outras explicações, mormente a que haveria aspectos que seriam tornados públicos, em julgamento, e que não interessariam nada ao partido que foi mais fustigado pelo fassismo, o PCP...


As "outras explicações" até foram dadas pelo citado Sousa e Castro, em 7.5.1976, quase a prenunciar o que sucederia...

No entretanto de Junho de 1974 a Agosto de 1976 aconteceu outro episódio revelador da contradição que ainda não foi inteiramente esclarecida, com o PCP na sombra, como sempre: a fuga dos "Pides de Alcoentre", em 29.6.1975, num Domingo...

Portugal é o que é e tem este presidente da República por causa disto e doutras coisas. E a miséria relativa que nos atinge, com o socialismo vigente, assenta as suas raízes nesse pântano.

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