segunda-feira, abril 26, 2010

O encornado oficial

Sol:

O vice-presidente do BCP com funções suspensas Armando Vara afirmou hoje acreditar que José Sócrates não foi informado formalmente sobre o negócio PT/TVI, admitindo que o conhecesse informalmente pelos jornais . (...)
Armando Vara disse ter a convicção de que José Sócrates não foi informado «por quem de direito» mas frisou que nunca lhe perguntou, referindo que o primeiro-ministro já afirmou publicamente que não foi informado e que não tem razões para duvidar.
Portanto, toda a gente sabia do negócio, "pelos jornais". E pelas escutas sabe-se que mais gente sabia, antes dos jornais. Mas não o primeiro-ministro, oficialmente. Apenas informalmente. E nunca "por quem de direito". Como o negócio corria informalmente, com viagens a Madrid e pressa para a conclusão, os "quem de direito" nada disseram ao primeiro-ministro.
Portanto, temos outro encornado oficial, coitado.
E as escutas, destruídas ou em vias disso, assegurarão que assim é. Como foi.

6 comentários:

Milan Kem-Dera disse...

Coitado deste primeiro ministro... tão vilipendiado tem sido, sem que nunca tenha sido formalmente acusado de nada! Tudo más linguas, desde o "diploma da licenciatura" ao "face oculta", do "aterro da Cova da Beira" ao "Freeport" e às "casinhas vanguardistas New Design"... a protecção divina do GOL resulta.
Fosse eu, e já me teria fartado e teria dado um "presentinho" a este país, atirando com uma moção de confiança para cima da mesa da AR.

Mas não percamos a esperança; vêm aí algumas datas importantes: -a visita do Papa, o 13 de Maio, o 10 de Junho, o 15 de Agosto... pode ser que ele se lembre de nós e nos presenteie com esta "prendinha".
No máximo, e no pior dos casos, ainda tem o 1º de Novembro... o dia dos finados!

Iluminai, Senhor, a mente do primeiro ministro, e não o deixeis esquecer todas estas datas!... para nosso bem!

Karocha disse...

Você é mesmo mau Milan eheheh!!!

Milan Kem-Dera disse...

Olhe que não, Karocha. Nem por isso!
É tudo uma questão de incompatibilidade de ADNs...
E alguns ADNs já vêm apetrechados com tudo aquilo que é ruim... assim, tipo concentrado, sabe!
Estes, não ligam com o meu.

Dr. Assur disse...

Caro José

Curiosamente o seu "amigo", de vez em quando, dá uns tiros engraçados :)

http://diario.iol.pt/sociedade/tvi24-prisoes-deslocalizacao-cidade-periferia-interesses/1158084-4071.html

Antonio Coutinho Coelho disse...

Onde foi Sócrates descobrir toda esta tralha?Que mal teríamos feito nós para termos de aturar toda esta gentinha, de Inês Medeiros, a Pedro Mota Soares, de Ricardo Rodrigues a Armando Vara?É que somos nós, com o dinheiro dos nossos impostos que os temos de pagar!E cara alegre?Será?Será que o povo português já perdeu toda a sua auto-estima, todo o seu carácter?E quando estivermos no abismo e já não houver dinheiro emprestado para nos pagar os ordenados, as pensões ou os subsídios, como vai ser? Vamos novamente escolher um "caudilho" para nos governar?Não será tempo de acordarmos da letargia e correr com esta escumalha?

Tino disse...

O CIRCO DO EMÍDIO RANGEL






Coisas do Circo

Caro Santana Lopes

Qualquer badameco escreve uma prosa contra o Primeiro-Ministro e fica bem na fotografia.
Li a coluna de opinião que todas as semanas publica num jornal de má fama. Resisti a responder-lhe porque, com excepção de alguns equívocos e interpretações erróneas, é um desabafo que não ofende ninguém.

Tudo ponderado, achei que devia aproveitar a ocasião para esclarecer, mais uma vez, esta coisa horrenda que é ser um homem de convicções, sem telhados de vidro, num País de sacanas. E faço-o a pretexto da sua página porque se há alguém que me conhece bem como homem e jornalista é de certeza o Pedro. Vamos às questões de fundo. Em primeiro lugar, eu nunca na vida misturei notícia e opinião, nem servi duas causas incompatíveis – fazer jornalismo e política ou relações públicas.

Como qualquer pessoa, não me liberto dos meus subjectivismos pessoais, mas ao longo de uma vida inteira sempre soube de forma isenta, independente, séria e profissional, dirigir com equidade os órgãos de comunicação social de que fui director. A TSF, a SIC nos seus primeiros dez anos e muitos outros meios falam por mim e pelo meu trabalho. Dezenas de Jornalistas que formei e dirigi ou com quem fiz equipa demonstram-no sem ambiguidades. Hoje, estou afastado da vida jornalística activa (fui saneado mais uma vez pelo PSD) e exprimo a minha opinião e os meus pontos de vista quando me convidam para o efeito. Aí sou um cidadão com direito a opinião, num País livre. Sou só uma pessoa que tem respeito e consideração por José Sócrates. Quase não tenho contacto com ele. Nunca troquei nada com ele. Ele nunca me concedeu benefícios. Nunca lhe pedi nada. Nem ele a mim. Nem para o defender lhe pedi autorização. Eu defendo-o porque lhe reconheço mérito e uma enorme capacidade de servir o País e de fazer sacrifícios para o tornar melhor.

Mas também o defendo porque nunca vi um Primeiro-Ministro ser tão violentamente atacado por medíocres, cobardes, vermes, comprados para a tarefa de o aniquilar nos jornais. Nenhum Primeiro-Ministro no mundo, alguma vez, se sujeitou a tantos vexames, sem nunca mudar de caminho, sem nunca retaliar, sem nunca usar o seu poder para calar, acima de tudo, sem ceder à tentação de mandar tudo às urtigas e ir de férias.

Sei que escolhi o caminho mais difícil porque, nos dias que correm, não custa nada atacar e dizer mal de tudo. Qualquer badameco escreve uma prosa contra o Primeiro-Ministro e fica bem na fotografia. Por estranho que lhe pareça, meu caro Pedro, eu sou assim.




Emídio Rangel, jornalista