De manhã cedo, cheguei à cidade para ir para o liceu, como normalmente acontecia de Segunda a Sábado ( ainda havia aulas ao Sábado de manhã e esse dia era Quinta-Feira). Nessa altura já soava no rádio e já havia notícias do pronunciamento militar que ocorria em Lisboa.
No liceu, as aulas ficaram mais ou menos suspensas de notícias frescas e de novidades da operação militar que surgiam principalmente no rádio da época, particularmente o Rádio Clube Português.A música que nesse tempo passava no rádio poderia ser Band on the run de Paul McCartney ou um mais provável Love Unlimited de Barry White ou Seasons in the sun de Terry Jacks. Mas também um Zeca Afonso do novo disco Venham mais cinco, como A formiga no carreiro, por exemplo.
Para quem vivia afastado de Lisboa as notícias chegavam primeiro pelo rádio e era por aí que ouvia música também, pelo que o primeiro sinal de que algo corria diferente do habitual, foi o silêncio da programação habitual e a passagem de música que antes não se ouvia, como alguns temas de José Mário Branco, O soldadinho, por exemplo, o que ocorreu tarde nesse dia, quando a revolta militar ganhou foros de consistência vitoriosa e os noticiários passaram a emitir notas oficiosas da Junta de Salvação Militar que foi apresentada ao povo nesse dia à noite, na RTP.
Um outro sinal de mudança foi dado pelo locutor de serviço, Fialho Gouveia que apareceu... sem gravata. "Tira a gravata, pá", tinha sido palavra de ordem no Coliseu, um mês antes, no primeiro canto livre que depois se replicou nos meses a seguir, com outros cantores regressados "lá de fora" ( como José Mário Branco e Sérgio Godinho).
Portanto, a seguir ao rádio, vinham os jornais. E no dia seguinte foi uma corrida aos quiosques da cidade para apanhar as noticias frescas do dia anterior e as imagens da revolução que era já uma realidade. O nome de António de Spínola era o mais falado e pronunciado de modo que em poucas semanas se transformou em herói popular, com imagem em t-shirts estampadas, nas feiras. Por pouco tempo, aliás. Meses depois, em Setembro, passou de herói a suspeito e em Março do ano seguinte foi obrigado a fugir.
"A Revolução devora os seus próprios filhos" era uma frase que se ouvia na época, mas o espírito andava já muito longe do que fora o dos primeiros dias do pronunciamento militar vitorioso.
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Nesta foto com os jornais e revistas da época e que mostram os dos últimos meses de 1973, até aos últimos de 74, com imagem, a começar de cima e em sequência linear: até da revista da PIDE/DGS, Continuidade e de revistas estrangeiras como L´Express, Le Nouvel Observateur, Time e outras, temos o jornal de música Musicalíssimo de finais de 1973; Uma Le Nouvel Observateur sobre a crise do petróleo; um Diário de Lisboa de um Domingo de 2.12.1973, em que a capa a cores mostra um Fidel Castro para ilustrar uma curiosa reportagem de Joaquim Letria sobre os que o queriam derrubar...; um Século Ilustrado de Abril de 1973, com uma capa sobre o festival da Canção e uma Vida Mundial de 8.2.1964 onde se escrevia sobre "analfabetismo: problema mundial"; Um Cinéfilo da mesma altura, com Mário Castrim, o temível crítico de tv e comunista; Uma R&T, revista com a programação de tv, rádio, disco e similares, incluindo teatro de revista e cantoria nacional; um Diário de Notícias de 25.10.1973 com uma extensa entrevista com Marcelo Caetano, cujas frases principais fazem lembrar o discurso de Cavaco Silva hoje, na AR; uma Time, de 25.2.1974, com Soljhenitsyn na capa e um artigo no interior, de várias páginas sobre o exílio do russo. A revista tem ainda na contracapa uma publicidade a cores da...TAP "an airline should be big enough to have its own 747 maintenance facility...and small enough to care about your children", diz o anúncio que nos lembra o avanço económico que nessa altura tínhamos em relação ao que somos hoje. No anúncio escreve-se ainda: " For example, our people can actually take a giant 747 B´s engines apart and totallu rebuild them to achieve brand-new performance"; o jornal Diário de Lisboa, de 17.1.1974, onde se perguntava em inquérito de rua "considera-se bem informado?"; a Flama de 17.5.1974, com as célebres Três Marias que se opunham culturalmente à "situação" e eram notícia de capa de revista, sem cencura; a primeira revista do Século Ilustrado, sobre o 25 de Abril de 1974, de 4.5.1974, arrancada a ferros de reserva antecipada na semana anterior, no quiosque onde todos queriam comprar, com fotos a cores de Eduardo Gageiro e depois das primeiras fotos na semana anterior, a preto e branco e nitidamente em fecho de edição; a revista Time de 6.5.1974, com ilustração sobre o general Spínola e artigo de fundo, em meia dúzia de paginas e fotos ( uma da libertação de presos políticos, onde se reconhece Palma Inácio) e sem assinatura de Martha de la Cal, mas com o seu imprimatur eventual; um exemplar do jornal Sempre Fixe, já de Outubro de 1974, a seguir à intentona do 28 de Setembro e à prisão dos "fascistas" como Artur Agostinho. Como se pode ver, o nome da ponte sobre o Tejo só então mudou a designação de Salazar para 25 de Abril. Mais três revistas estrangeiras. L´Express de Outubro de 1973, sobre a guerra de Israel contra os árabes e um artigo de Jean-François Revel que interrogava: "Israel peut-il survivre?"; Outra Time de Novembro de 1973, com o rei Faiçal e a crise do petróleo, o que se podia ler também na Newsweek de 3 Dezembro de 1973; um Diário de Lisboa, de 30.9.1974, dirigido por Ruella Ramos e Cardoso Pires onde se dava conta dos dias em que "o fascismo quis voltar"; uma Vida Mundial de 24.5.1974, um mês depois da Revolta dos militares e já com fotos do governo provisório de Palma Carlos, onde se destaca bem a Esquerda do PCP e do então PS, ainda comprometido com o socialismo que viria a meter na gaveta e ainda uma entrevista com Magalhães Mota, o ministro sem pasta que falava ainda da "ala liberal" e do que viria a seguir como o Partido popular democrático, entretanto formado. Na entrevista dizia ainda que " não recuso sequer a nacionalização" . Finalmente, a revista Flama de 10 de Maio de 1974, dirigida pelo mação António Reis, com imagens da nova situação de Esquerda e com um artigo logo a abrir : "Por que são necessárias as cooperativas". Com uma pequena entrevista entre outros a Rui Vilar ( actual responsável pela Gulbenkian) e uma introdução que me serve de epílogo a este texto:
"Assim começou a história"...
Para quem vivia afastado de Lisboa as notícias chegavam primeiro pelo rádio e era por aí que ouvia música também, pelo que o primeiro sinal de que algo corria diferente do habitual, foi o silêncio da programação habitual e a passagem de música que antes não se ouvia, como alguns temas de José Mário Branco, O soldadinho, por exemplo, o que ocorreu tarde nesse dia, quando a revolta militar ganhou foros de consistência vitoriosa e os noticiários passaram a emitir notas oficiosas da Junta de Salvação Militar que foi apresentada ao povo nesse dia à noite, na RTP.
Um outro sinal de mudança foi dado pelo locutor de serviço, Fialho Gouveia que apareceu... sem gravata. "Tira a gravata, pá", tinha sido palavra de ordem no Coliseu, um mês antes, no primeiro canto livre que depois se replicou nos meses a seguir, com outros cantores regressados "lá de fora" ( como José Mário Branco e Sérgio Godinho).
Portanto, a seguir ao rádio, vinham os jornais. E no dia seguinte foi uma corrida aos quiosques da cidade para apanhar as noticias frescas do dia anterior e as imagens da revolução que era já uma realidade. O nome de António de Spínola era o mais falado e pronunciado de modo que em poucas semanas se transformou em herói popular, com imagem em t-shirts estampadas, nas feiras. Por pouco tempo, aliás. Meses depois, em Setembro, passou de herói a suspeito e em Março do ano seguinte foi obrigado a fugir.
"A Revolução devora os seus próprios filhos" era uma frase que se ouvia na época, mas o espírito andava já muito longe do que fora o dos primeiros dias do pronunciamento militar vitorioso.
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Nesta foto com os jornais e revistas da época e que mostram os dos últimos meses de 1973, até aos últimos de 74, com imagem, a começar de cima e em sequência linear: até da revista da PIDE/DGS, Continuidade e de revistas estrangeiras como L´Express, Le Nouvel Observateur, Time e outras, temos o jornal de música Musicalíssimo de finais de 1973; Uma Le Nouvel Observateur sobre a crise do petróleo; um Diário de Lisboa de um Domingo de 2.12.1973, em que a capa a cores mostra um Fidel Castro para ilustrar uma curiosa reportagem de Joaquim Letria sobre os que o queriam derrubar...; um Século Ilustrado de Abril de 1973, com uma capa sobre o festival da Canção e uma Vida Mundial de 8.2.1964 onde se escrevia sobre "analfabetismo: problema mundial"; Um Cinéfilo da mesma altura, com Mário Castrim, o temível crítico de tv e comunista; Uma R&T, revista com a programação de tv, rádio, disco e similares, incluindo teatro de revista e cantoria nacional; um Diário de Notícias de 25.10.1973 com uma extensa entrevista com Marcelo Caetano, cujas frases principais fazem lembrar o discurso de Cavaco Silva hoje, na AR; uma Time, de 25.2.1974, com Soljhenitsyn na capa e um artigo no interior, de várias páginas sobre o exílio do russo. A revista tem ainda na contracapa uma publicidade a cores da...TAP "an airline should be big enough to have its own 747 maintenance facility...and small enough to care about your children", diz o anúncio que nos lembra o avanço económico que nessa altura tínhamos em relação ao que somos hoje. No anúncio escreve-se ainda: " For example, our people can actually take a giant 747 B´s engines apart and totallu rebuild them to achieve brand-new performance"; o jornal Diário de Lisboa, de 17.1.1974, onde se perguntava em inquérito de rua "considera-se bem informado?"; a Flama de 17.5.1974, com as célebres Três Marias que se opunham culturalmente à "situação" e eram notícia de capa de revista, sem cencura; a primeira revista do Século Ilustrado, sobre o 25 de Abril de 1974, de 4.5.1974, arrancada a ferros de reserva antecipada na semana anterior, no quiosque onde todos queriam comprar, com fotos a cores de Eduardo Gageiro e depois das primeiras fotos na semana anterior, a preto e branco e nitidamente em fecho de edição; a revista Time de 6.5.1974, com ilustração sobre o general Spínola e artigo de fundo, em meia dúzia de paginas e fotos ( uma da libertação de presos políticos, onde se reconhece Palma Inácio) e sem assinatura de Martha de la Cal, mas com o seu imprimatur eventual; um exemplar do jornal Sempre Fixe, já de Outubro de 1974, a seguir à intentona do 28 de Setembro e à prisão dos "fascistas" como Artur Agostinho. Como se pode ver, o nome da ponte sobre o Tejo só então mudou a designação de Salazar para 25 de Abril. Mais três revistas estrangeiras. L´Express de Outubro de 1973, sobre a guerra de Israel contra os árabes e um artigo de Jean-François Revel que interrogava: "Israel peut-il survivre?"; Outra Time de Novembro de 1973, com o rei Faiçal e a crise do petróleo, o que se podia ler também na Newsweek de 3 Dezembro de 1973; um Diário de Lisboa, de 30.9.1974, dirigido por Ruella Ramos e Cardoso Pires onde se dava conta dos dias em que "o fascismo quis voltar"; uma Vida Mundial de 24.5.1974, um mês depois da Revolta dos militares e já com fotos do governo provisório de Palma Carlos, onde se destaca bem a Esquerda do PCP e do então PS, ainda comprometido com o socialismo que viria a meter na gaveta e ainda uma entrevista com Magalhães Mota, o ministro sem pasta que falava ainda da "ala liberal" e do que viria a seguir como o Partido popular democrático, entretanto formado. Na entrevista dizia ainda que " não recuso sequer a nacionalização" . Finalmente, a revista Flama de 10 de Maio de 1974, dirigida pelo mação António Reis, com imagens da nova situação de Esquerda e com um artigo logo a abrir : "Por que são necessárias as cooperativas". Com uma pequena entrevista entre outros a Rui Vilar ( actual responsável pela Gulbenkian) e uma introdução que me serve de epílogo a este texto:
"Assim começou a história"...
5 comentários:
O meu dia 25 de Abril de 1974 foi diferente do vosso. Foi um dia calmo e sereno em que, alegremente, continuei a passear, de um testículo para o outro, do meu pai.
Quando,passados dois anos, vim ver como era o ambiente cá fora, comecei logo por não achar grande piada à "Revolução dos Cravos".
Estava a dar-me vontade de nascer, mas os médicos tinham de ir ali fazer uma greve e, por isso, disseram à minha mãe, toma lá uma injecção e aguenta-te à bronca mais 2 dias, que o povo tem de ir para a rua!
Aquilo pareceu-me mal. Mesmo muito mal. Quando voltaram da rua, volvidos os 2 dias, eu estava com um mau feitio desgraçado: então fazem o 25 de Abril para tornar as pessoas livres e, depois, prendem-me? Então mas eu fiz mal a alguém? Vão-se lixar, mais às vossas revoluções!
Por isso, o meu 25 de Abril não foi feito com cravos: foi a forceps. E, ao contrário do outro, teve muito sangue e hematomas.
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Podem continuar a ler o resto aqui:
http://31dasarrafada.blogs.sapo.pt/121741.html
E tudo isto para chegarmos, 26 anos depois, a um Sócrates no governo.
Não, Diogo, 26 anos depois do golpe de estado conhecido pelo 25 de Abril tinhamos um governo de António Guterres até ao dia em que enojado com o cheiro do pântano fugiu. E depois dele fugiu um outro, Durão, para uma Europa para ele mais perfumada, deixndo o lugar a um Santana Lopes que um grupo politicamente heterogéneo se encarregou de queimar na praça pública para logo entronizar um tal Pinto de Sousa, que parece ser o ser que melhor se coaduna com o pântano em que este sítio definitivamente se transformou. De facto deterioramo-nos há 36 anos!!!
...
Trinta e seis anos depois, instalou-se a desconfiança, a desilusão, a sensação de fraude generalizada.
Quem fez e viveu a Revolução ou se instalou no poder – os que repetem o mesmo discurso vazio em qualquer data importante ou ocasião solene – e nas mordomias a ele associadas ou se afastou dos centros de decisão, afundando-se na amargura e na falta de fé numa mudança. É transversal, este sentimento, mas é mais forte na gente de esquerda, os que se sentem traídos por uma Revolução que nunca se cumpriu.
Pode-se compreender este baixar de braços, mas é mais construtivo questionar as razões da desistência.
As gerações que se seguiram – a minha, geração rasca, as que virão – estão a sofrer na pele as consequências deste desânimo e acomodamento. O trabalho precário tornou-se regra, e não se vê qualquer vontade, em qualquer partido, de acabar com este estado de coisas. Os licenciados que ganham menos de 600 euros (geração 1000 euros, como em Espanha, o que é isso?) e trabalham a recibos verdes são o futuro do nosso país.
Percebe-se onde isto vai, inevitavelmente, levar. O que fazem os pais, os que ainda têm a sorte de manter um emprego no Estado? Com muito boa vontade, continuam a alimentar os filhos até estes chegarem a uma idade em que se vêem perdidos na encruzilhada da sua própria derrota.
Os antigos revolucionários, que exultavam com a vitória da liberdade, agora acomodam-se a uma classe política corrupta, incompetente, que parece pior a cada encarnação, adaptam-se às regras do liberalismo económico, que ainda por cima não funciona como devia: por cá, o capitalismo aproxima-se mais de uma espécie de corporativismo de fachada – é verdade, e é uma pena afirmar isto, mas neste aspecto não estamos muito longe do Estado Novo.
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Para memória futura, podem continuar a ler o resto aqui:
http://arrastao.org/sem-categoria/25-de-abril-2/
José
GUARDE MAIS ESTA BELA HISTÓRIA DE ABRIL NO SEU ARQUIVO HISTÓRICO:
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/portal-iol/salarios-salarios-trabalhadores-tribunal-metalurgica--agencia-financeira/1158099-5282.html
Recebem salários com 25 anos de atraso
Ex-Metalúrgica foi intervencionada pelo Estado após 25 de Abril de 1974. Depois foi retalhada em pequenas empresas. Muitas viriam a falir
Mais de 200 trabalhadores da ex-Metalúrgica, Duarte Ferreira e da Metanova, de Tramagal, já podem começar a receber o pagamento de salários em falta. O caso arrastava-se há 25 anos.
O processo resultou do facto da então Metalúrgica Duarte Ferreira (MDF), que chegou a ter 2.600 trabalhadores, ter sido intervencionada pelo Estado após o 25 de Abril de 1974 e depois retalhada em pequenas empresas, muitas das quais viriam a falir.
Entre elas encontrava-se a Metanova, que promoveu um despedimento colectivo que mais de duzentos trabalhadores consideraram ilícito.
Após terem ganho o processo judicial em todas as instâncias, o Instituto da Segurança Social (ISS) e a Siderurgia Nacional (SN) recorreram para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), reclamando prioridade na distribuição dos dividendos da falência da Metanova, tendo o STJ proferido um acórdão em que graduou em primeiro lugar os créditos reais do ISS e em segundo lugar os trabalhadores que tinham salários em atraso.
Trabalhadores só recebem um oitavo da verba devida
Com esta decisão, que culmina um processo iniciado em 1985, os ex trabalhadores da MDF vão receber um oitavo da verba que lhes era devida, que totalizaria cerca de um milhão de euros.
«Este é o caso mais antigo que conheço em Portugal ao nível de processos de falência», disse à agência Lusa Carlos Tomé, jurista do Sindicato dos Metalúrgicos, tendo acrescentado que a decisão final «não faz justiça» aos trabalhadores.
O responsável adiantou que «os trabalhadores saem bastantes prejudicados com a decisão final deste processo, por duas razões: a demora extraordinária e sem sentido para ser concluído e pelo facto de irem receber poucas centenas de euros quando, na generalidade, deveriam receber milhares».
Álvaro Branco, porta-voz dos trabalhadores, adiantou que o processo «não traz uma justiça completa», acrescentado que «já era tempo de arrumar uma questão que se tem arrastado pelos tribunais há vinte e cinco anos».
«Pena é que seja apenas a oitava parte dos créditos devidos e que alguns dos trabalhadores, por força da morosidade do processo, já tenham falecido sem ter a alegria de ver os resultados de uma luta intensa de mais de vinte anos», disse
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