A RTP, em 1970 e 1973, nalguns dias da semana tinha esta grelha de programas que vinha publicada na revista R&T , propriedade da Cofina da época que se chamava Radioprel- Sociedade de actividades gráficas e editoriais Limitada, dirigida por Paulo Medeiros e redigida por, entre outros, Isabel Valadares, Castro Soeiro e Acácio Barradas.
No número de 22 de Agosto de 1970 a programação para o dia 5 de Setembro, uma quinta-feira, era a seguinte:
Lá estava o serviço público a funcionar, como hoje, com desenhos animados logo após a abertura ( a tv fechava durante a noute)e a telescola e o cinema depois do jantar, com um aperitivo feito de uma série juvenil, Robin dos Bosques e um pequeno documentário sobre os frescos românicos. O serviço cultural era complementado e assegurado com uma peça de teatro de origem nacional.
Antes, a série Olho vivo era o must dos que se deitavam cedo, para ir trabalhar no dia seguinte.
Passados pouco mais de três anos, o panorama televisivo não mudara muito posto que a filosofia era a mesma.
Ora atente-se na grelha de três dias da semana de 8 a 10 de Janeiro de 1974 tal como publicada na revista de 5 de Janeiro de 1974:
Desenhos animados a abrir; telescola depois do almoço; filme infantil e Sangue na Estrada durante a tarde e à noite cinema, precedido de prédica sobre o assunto de Alfredo Tropa e Batista Rosa.À noite, do segundo canal, piano clássico para quem queria ver a preto e branco e ouvir em mono.
O dia seguinte não era muito diverso, apesar de dois programas de peso que ainda hoje se recordam: um de António Vitorino de Almeida, sobre a história da música e a série Guerra e Paz.
Na quinta-feira, a piéce de résistence era uma transmissão via Eurovisão de um concerto de música erudita, vinda da Alemanha. Quem não quisesse ver, tinha no segundo canal um programa sobre Leonardo da Vinci.
Concursos? Não havia. Publicidade aos molhos dos continentes e com personagens dúbias a apresentar? Não tinha. Tinha a Meditação no final de cada dia.
E era este o serviço de televisão que havia antes de 25 de Abril de 1974.
7 comentários:
Que maravilha.
Já estava à espera que o José deixasse aqui essas memórias.
nesta rtp soviética temos uma série de 'valadrões' a viverem à custa dos contribuintes.
concursos dos malatos e dos gordos são um modelo de serviço público.
durante as férias vi a rtp. tal não nme acontecia há uns 15 anos.
no que respeita a muita coisa a fazer nos vários domínios tudo acontecerá dentro do 'entusiasmo urinário' nacional: começam a mijar a 3 metros e acabam a fazer pipi nos sapatos.
Uma coisa que continua igual ao tempo do Portugal pluricontinental e multiracial é estranhamente a APSIC
Isto apesar do império ser só cá dentro e por nossa conta.Coisas de internacionalistas...
Meu Deus...
Que palhaçada a tv de hoje em dia... É que nem tem pontinha por onde se lhe pegue, comparada com isto...
"Ciclo preparatório TV"
Ahahahah! Isto é tão alheio ao conceito actual de televisão que parece fantasia.
Eu ainda apanhei a Universidade Aberta no canal 2 e já foi uma sorte... Hoje nem isso há, se calhar...
Há por aqui quem tenha o desplante de pintar isto como obscurantismo. Mas não é com estas imagens chapadas na tromba. Porque isso é que eu queria ver. Mas nestes postais nunca se manifestam... ficam no buraquinho, à espera de melhor mote...
Obrigado José!
Para quando a história se vai cumprir com Salazar. Sou nascido após 74 mas respeito acima de tudo a verdade!
Nem tudo foi bom (a época não ajudava), mas Salazar fez mais o bem do que o mal.
Um bom apontamento! Grato!
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