Este livro passou-me ao lado, quando saiu em 2007 e só agora reparei no mesmo. É um livro de História contemporânea, escrito por um professor de História na Academia Militar- António José Telo- e ao folhear, agora, dei-me conta que conta a História portuguesa dos primeiros dez anos a seguir ao 25 de Abril de 1974, como penso que deve ser contada. Aliás, tem sido isso que tento fazer por aqui em modo diletante e sem recurso a outras fontes que não os jornais, revistas e livros da época e principalmente a memórica do tempo que vivi.
O autor conseguiu com este livro resumir o que se passou em Portugal nesses anos, num testemunho precioso e quanto a mim com a objectividade necessária porque suficientemente subjectivo.
33 comentários:
Este livro ainda se encontra nas livrarias?
Recentemente comprei o livro de José Milhazes, "Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril", que me parece descrever com verdade, baseado em documentos e testemunhos da época, o que foram as relações de Cunhal com o PC da URSS e a intervenção de "emissários" da URSS no nosso País no pós 25 de Abril.
E Cunhal não sai nada bem na fotografia....
FNAC- 18,90. Com desconto fica por menos dois euros, quase.
Ainda bem que o diz.
O Telo era um menino bem- da avenida de Roma- que andou pelo MRPP (mas nunca foi fanático- andou a ver as modas, creio).
Fiquei com curiosidade.
Mas, se é como diz, é um caso raro de alguém que andou próximo da extrema-esquerda, dar um testemunho objectivo daquilo que viveu.
Eu tinha boa ideia do Telo. Era inteligente, extremamente crítico e zero de militância.
E está igualzinho, o malandro. Até melhorou.
Foi do MRPP?
Logo vi que só podia andar por ali um vírus que o leva a escrever DGS, Pide-Dgs e Pide, indistintamente.
Mas é coisa menor porque o que li dá uma ideia que não é da laia dos Rosas&Pereira.
Mas se tivesse sabido que tinha sido do MRPP teria mais cuidado ao ler...ahahaha.
E de facto, aquele cravo na capa, tem ponta por onde se lhe pegue...ahahah!
ehehehehe
Eu não li mas fiquei curiosa.
Não sei bem se ele chegou a ser militante. É bem provável que não.
Mas acho que ainda fez parte do Tempo & o Modo.
Era das raríssimas pessoas com quem se podia ter uma conversa, por aquelas bandas.
Mas o cravos são anti-mrrpp ou vice versa.
";O)
Mas ele andou perto, antes do 25 de Abril. Depois ia jurar que deu à sola.
Nã...os cravos são um sinal desse tempo que foi aproveitado pela Esquerda como símbolo. Segundo conta José Jorge Letria no livro que também já referi, a ideia dos cravos terá surgido no próprio dia 25 de Abril, de manhãzinha, a uma empregada de um restaurante perto da Braancamp e que os tinha ido buscar a mando do dono. Logo que viu os militares colocou um no cano da arma ou deu-os aos militares. JJL conta que não chegou a saber quem era a anónima empregada.
Sim, dizem que foi isso.
Mas o Arnaldo esteve ainda uns 2 dias a pensar o que devia fazer e depois mandou aquele comunicado anormal, a plagiar o Cortázar, onde dizia que as hienas e os chacais se digladiam.
Portanto, o MRPP foi anti-cravos. Anti 25 de Abril
Humm...talvez o Telo seja a pessoa ideal para relatar estes acontecimentos: tem saber teórico, experiência de vida na época e escreve bem. E não tem demasiados esquelestos de esquerda que inquinam a objectividade pelo lado idiossincático.
Não sei. Nunca mais falei com ele.
Quando o conheci era um miúdo de cara séria, como a que tem.
Mas nem sei se tem grande vivência. Ele via as modas e era cortão. Nunca foi preso nem arriscou sequer para isso.
Mas falava com ele de cinema e ia jurar que era mesmo a única pessoa daquele grupo que não era completamente ignorante
ahahahahahah
Tenho de ler o livro.
Se quer saber, o Saldanha ao pé dele era nada. Intelectualmente era nada.
Ele escreve bem, escreve.
na FNAC Colombo folheei o livro de Milhazes e Helena Matos.
sobre estes merdosos que destruiram a vida das próximas gerações:
criava câes em Setúbal a maior cavaleira tauromáquica Conchita Cintron, chilena naturalizada portuguesa. esta Senhora teve de se exilar por ter sido expulsa e perdeu os seus cães de raça.
voltou e faleceu há poucos anos com 87
Hoje o i tem duas páfinas sobre o livro do Milhazes. Revela que o Cunhal na URSS tinha um apartamento de quatro assoalhadas, pago pelo partido e comia em cantinas especiais destinadas à Nomenklatura.
Hoje em dia estas revelações são nada. Há trinta anos ainda faziam a diferença...
Pois é. Demoram a arrepender-se.
os aldrabões da censura do politicamente correcto:
espectador interessado
«ficámos a saber que este "sumário para decisores políticos" tinha sido debatido ao longo de dias e noites sem dormir por centenas de políticos, funcionários e cientistas, mas, estranhamente, que o relatório científico que ele supostamente resumia tinha sido posteriormente alterado para ficar "alinhado" com o sumário. Uma alteração evidente face a versões anteriores foi a acentuada minimização da importância ou a qualquer referência à forma notável como, nos últimos anos, as temperaturas globais se recusaram a subir segundo as previsões dos modelos computacionais do IPCC.»
O peluche é um porcalhão.
Está na moda os neotontos serem porcalhões bling bling para parecerem capitalistas.
Os palonços negam tudo o que possa assemelhar-se a preocupação com a Natureza, tal como a negavam os comunas nos tempos do salto em frente e da industrialização a todo o vapor.
No meu tempo...
Já li várias obras de António José Telo, sabia que ele era de esquerda, mas moderado, não é um ortodoxo como o Fernando Rosas, nem segue cegamente a metodologia do materialismo histórico. Desconhecia que tinha sido do MRPP, como referiu a Zazie... estamos sempre a aprender.
Tenho pela minha biblioteca "A neutralidade Portuguesa e o ouro nazi", "Portugal e a Nato", "Decadência e Queda da I República Portuguesa" e ainda uma obra relativa às Actas de um Colóquio na Faculdade Letras de Lisboa, em 1980, sobre "O Facismo em Portugal" onde ele possui uma comunicação, juntamente com outros autores como Pacheco Pereira, Manuel Villeverde Cabral, Manuel Braga da Cruz, António Costa Pinto.
Não sendo brilhante ou genial, vale a pena ler e valorizar António José Telo porque se distancia da ortodoxia esquerdista.
É Manuel Villaverde Cabral e não "Villeverde". Erro meu ao escrever rapidamente.
Um dos aspectos curiosos no livro, à medida que vou lendo é a ausência, completa, de referência às "forças vivas" da época, ou seja, os empresários que ainda não tinham fugido e que tentavam reorganizar-se perante o novo poder. Nada. Até agora nem uma linha sequer, de referência ao movimento de empresários, liderados por Morais Leitão, em representação dos mesmos e que no Verão de 1974 tentaram oferecer os seus préstimos, com 120 milhões de contos para investir. Sobre o MDE/S nada de nada, no livro. Há apenas uma breve referência a José Roquete, citado por Marcelo Rebelo de Sousa, como financiador do PPD ou pelo menos angariador de fundos.
Tal parece-me uma lacuna grave porque a História não se faz apenas dos com os directos protagonistas políticos.
faleceu há dias o esquecido bastonário
Mário Raposo, espécie extinta de homens decentes
marinhos só para tapetes de entrada da porta depois de pisar a merda de cão gentilmente fornecida pela cml na minha rua
Ai é? ele não fala do movimento dos empresários?
31 armada
José,
esta obra do António José Telo não a li. Reconheço que possa não ser imparcial ou objectiva, e possua uma certa visão da História de esquerda e algo tendenciosa. Nos comentários anteriores a minha intenção era afirmar que AJ Telo não era um ortodoxo como é um Fernando Rosas.
Para já, de todos os que li a relatarem os acontecimentos desses dez anos é o que mais me agrada, porque me parece o mais objectivo e equidistante das forças políticas. O facto de ter sido do MRPP na juventude talvez seja um atout, embora seja de desconfiar...ahahaha.
A prova? Zazie...
AHAHAHAHHAHAHA
Publiquei:
http://historiamaximus.blogspot.pt/2013/10/a-historia-contemporanea-ja-foi-contada.html
Contacto: historiamaximus@hotmail.com
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