sexta-feira, janeiro 10, 2014

A emigração portuguesa e a espanhola nos anos sessenta

Mais dois artigos "recortados" do Observador de 1971, desta vez sobre o fenómeno da emigração, agora doutamente tratado na academia dos "memes" sempre do mesmo modo: um efeito do fascismo e da pobreza por ele gerada...essencialmente é essa a explicação.

Vejamos outra, do tempo em que tal se verificava e cuja análise é bem diversa mas coincidente numa coisa simples e evidente: quem emigra procura uma vida melhor, para si e para os seus.
Nos anos sessenta, em Portugal que Salazar e Caetano governavam ainda não havia prosperidade suficiente para os portugueses" menos favorecidos" não emigrarem. É esse o facto. A explicação da academia dos memes não me convence. Por isso procuro outras e como não encontro um discurso diverso daqueles mesmos "memes" lá vou parar ao tempo de antanho, com apoio de revistas e jornais.
É pouco para testar uma tese, uma dissertação de mestrado sobre esta tortura que nos aflige há mais de 40 anos? É mais do que o outro espremeu do que leu nos livros de consulta que alguém lhe indicou.

Observador de 25 de Junho de 1971:

E agora a Vida Mundial de alguns anos antes, de 12 de Junho de 1969, em que se escrevia sobre a emigração em Espanha e se procurava apontar as causas.
E no mesmo númenro um artigo sobre outro fenómeno social da época: as mulheres ganhavam metade do que ganhavam os homens, no trabalho.


9 comentários:

zazie disse...

Muito curiosa esta "globalização natural". Riqueza, chama riqueza.

Não faço ideia se existem estudos com confronto de resultados da emigração espanhola para a América Latina e a portuguesa mais para a Europa.

JC disse...

Os académicos tipo Nuno Domingos e Raquel Varela, caucionando o pensamento generalizado da esquerda, entendem que o "fascismo" produziu probreza, que levou à emigração...

Mas eles estudam a História de Portugal apenas a partir de 1928?

O que esteve para trás não conta?

Sabem eles o estado das nossas finanças no final da 1ª República?
A miséria, a fome, o atraso, o analfabetismo, a falta de estradas, escolas, histórias e outras infraestruturas?

Fala-se tanto na pobreza do tempo do Estado Novo como se tivesse sido criada na 2ª República...

Como se Salazar não tivesse herdado um País falido e na miséria, que conseguiu reerguer sem "troikas" nem "loiças"

zazie disse...

Mas era excelente este jornalismo.

Explicavam as coisas complicadas de forma simples.

Já o outro artigo falava de economia e de PIB como agora ninguém fala.

Qualquer pessoa entendia estes textos.

zazie disse...

E os pontos de vista eram muito mais soltos. Cita o João Salgueiro, nas calmas e os avisos das consequências se não tivéssemos um capitalismo à altura.

Infelizmente nem se manteve o atraso- o capitalismo tornou-se a causa do mal.

josé disse...

Mas é exactamente isso que os memes se recusam a discutir: o problema do capitalismo que tínhamos e deixamos de ter em 1974-75.

Esse facto foi a maior tragédia dos últimos 50 anos, guerra incluída.

Os responsáveis?

Os que aplaudiram o estado colectivizante de então e aprovaram a Constituição que temos.

E esta opinião baseia-se nos factos que aqui tenho apresentado, ao contrário da opinião meme que se basta a si mesma.

josé disse...

Por isso é que coloco aqui estes documentos porque são indiscutíveis. São factos contra argumentos...e toda a gente sabe que não pode haver estes contra aqueles.

JC disse...

Só que eles não querem saber dos factos, nem lêem as publicações onde estão registados...
Por isso, ficam apenas com os argumentos. Os deles.

Floribundus disse...

intelectuais do pcp, tipo 'mané borrêra' andaram pelas suas aldeias a liquidar tudo o que puderam

alguns tiveram pouca sorte, incluindo pessoal da GNR, e magistrados

no Gavião puseram um almigadar e faca de matar porcos à porta da Igreja numa manhã de domingo.

constava que uns tractores andavam de noite a lixar os carros dos comunas por terras do Alentejo

Vivendi disse...

Tome lá este apanhado vindo do Brasil, José.

Quem será o bastardo?

Uma jovem portuguesa que mora no Brasil disse-me que um famoso comunista português viria ao Brasil para proferir algumas palestras.

Perguntei-lhe: o que ele faz? Ele é dono de alguma empresa? Ele gera empregos e faz circular riquezas? Ele é dono de alguma fazenda? Ele é um bem-sucedido profissional liberal? Ele administra algum negócio? Ele é um exemplar trabalhador?

Ela pensou, pensou, pensou e respondeu: não... ele apenas faz palestras!

(momento de silêncio) Não precisei acrescentar mais nada...

Independentemente do conteúdo, como ouvir alguém que não produz nada, cuja vida é desnuda de testemunho!?). Outra coisa, o tal comunista fará uso dos serviços de uma empresa aérea, ficará num bom hotel, comerá em bons restaurantes, receberá pelas palestras, enfim, fará uso de toda sorte de bens e serviços "capitalistas" e ainda terá o cinismo de pregar o "comunismo"?????? Como costumo dizer: quem não faz nada de útil, abraça o socialismo...

Paulo Henrique Cremoneze


Em que "boaventura" que o Brasil se meteu com o socialismo. É que a coisa já está a ficar de tal jeito que nem os "santos" da casa fazem milagres.

O Público activista e relapso