quinta-feira, maio 21, 2015

A nossa História com a Inglaterra: pois Cant é.

O historiador J.P.Oliveira Martins publicou em 1889-1890, na Revista de Portugal a obra Os filhos de D.JoãoI.

Em 1947 ia na 7ª edição, de que se deixam as primeiras páginas  para entendermos como tudo começou entre nós e os ingleses: por um tratado de conveniência entre ambos os povos, contra Castela.
E com consequências práticas importantes. D.João I, em resultado de casamento de conveniência, desposou em 1387 a inglesinha D. Filipa de Lencastre, um pãozinho em sal mas com muito fermento e nada mais foi como era, em Portugal.
É ler para saber quem e como nos colonizou culturalmente. E tudo por causa da independência...






Conclusão? Pois Cant é o que nos falta...

16 comentários:

zazie disse...

E é mesmo.

Que bem apanhado que foi este conceito.

josé disse...

O livro está tão bem escrito que parece uma novela.

josé disse...

No sentido amaricano do termo.

zazie disse...

Tenho-o cá. Era do meu bisavô.

Ainda bem que o José anda a recordar estas coisas.

Ljubljana disse...

Ena pá, esse baú é mesmo fundo. Bem, aquele segundo parágrafo da página 11 é genial! Ahahahahah. Este texto é maravilhoso. O heroismo ingénio do Condestável e os olhos negros da filha do Barbadão, as motivações ambiciosas do bastardito. E a D. Filipa, "boa, suave loura, grave e serena como as inglesas são". Ahahah. E depois, o cruzamento das espécies; parece que estão a falar de cavalos. E a belíssima caracterização da raínha. O casamento na sé (de Braga?) pelo arcebispo de Braga. E não havia cá uniões de facto na corte. Tudo casadinho como manda a santa madre igreja. Onde seria a Santa Maria de Guadalupe? Em Braga há uma capela de N. Sra. de Guadalupe(?). A geração de fervor católico delirante! "Acabar grandes feitos com pouca riqueza, (...), obter grandes resultados com pequeno gasto, (...), as ideias públicas do tempo". Lê-de governantes! José, ainda se encontra este texto na íntegra?

josé disse...

O casamento foi na Sé do Porto. Na antiga e pequena urbe que nem incluía Cedofeita que o Porto não se pode gabar de muito mais...


Quanto ao livro, já é de alfarrabista, mas disseram-me que há edições mais recentes. Não sei porque nem fui verificar.

O livro tem uma escrita absorvente. Já vou em páginas à frente e a quantidade de ensinamentos "contextuais" é impressionante.

"Cant"...já alguém tinha ouvido falar?

Acho que o Salazar leu este livro.

Zephyrus disse...

Caros,

a situação está a ficar muito negra para Portugal e começo a pensar em emigrar.

Vejo o Costa bem posicionado nas sondagens para vencer e a comunicação social está feita com o demagogo.

Ontem na RR pela manhã ouvi Henrique Neto dizer preto no branco que uma vitória de Costa significa o regresso das políticas de Sócrates; são as mesmas pessoas que estiveram ao lado do antigo PM e que sempre defenderam as políticas da bancarrota. Nas outras rádios estas afirmações passaram ao lado.

Perto das cinco da tarde ouvi um discurso de Passos Coelho que merecia ser transcrito e lido por todos os portugueses. O PM expôs com clareza a realidade da nossa economia, com uma transparência e sinceridade que nunca conheci em Durão Barroso, Cavaco, Guterres ou Sócrates.

E o que disse Passos Coelho? Não pod haver crescimento económico robusto porque não há capital em Portugal, portanto só atraindo capital estrangeiro. Os socialistas endividaram o país para fazerem obra pública desnecessária. O país tem de crescer com o desenvolvimento do sector exportador. A problema da natalidade não se resolve com incentivos mas removendo os obstáculos. Não é possível reduzir a carga fiscal porque o Tribunal Constitucional não permite certos cortes na despesa (neste momento Isabel Moreira ficou assanhada). Apesar de tudo, não houve espiral recessiva e o país está a crescer, e até teve juros negativos pela primeira vez.

E o que propõe Costa? O modelo que trouxe o FMI a Portugal. Consumo, importações, impostos, Estado e mais Estado, obras públicas, construção. Basicamente é isto que está naquele programa.

E se correr mal? Prontamente dirão que a culpa é da malvada Alemanha e não terão qualquer problema em estoirar o país e tirar-nos do euro em nome do Estado Social.

Se África foi a teimosia do Estado Novo, o Estado Social é a teimosia desta Terceira República. O modelo em que insiste a Esquerda portuguesa morreu no final dos anos 80 com a crise nos países nórdicos. E morreu porque com a globalização, redução da natalidade, aumento da esperança média de vida, revolução tecnológica a mudança de paradigma energético, com tudo isto ficou inviável.

Diversos países europeus perceberam há muito que o Estado Social que tinham teria de ser reformado e na Holanda em meses recentes até foi anunciado o fim do Estado Social. E em Inglaterra Cameron por outra palavras tem anunciado o mesmo.

Por outro lado prepara-se um acordo comercial com os EUA. E há já quem diga que para os países europeus conseguirem competir economicamente e cientificamente com a China e América terão de reduzir o Estado Social. Ou seja, apoios sociais só para quem efectivamente precisa, para os doentes, idosos e pobres, e não para as classes médias ou para os imigrantes.

O Estado Social de Costa com excesso de funcionários públicos bem pagos e com boas pensões, programas educacionais e culturais principescos, obra pública e grandes empresas encostadas ao Estado, em nome de uma suposta vantagem da iniciativa pública face ao mercado livre e pouco regulado, baseado na iniciativa individual, é um modelo que condenou Portugal a um endividamento externo suicida e a duas décadas perdidas.

Costa insiste no modelo, a comunicação social insiste no modelo, a Academia insiste no modelo.

Os outros abandonaram África e nós ficámos.

Os outros abandonam o Estado Social e nós insistimos.

josé disse...

"E depois, o cruzamento das espécies; parece que estão a falar de cavalos"

Não é de cavalos, mas é de Raça...

Zephyrus disse...

«Não é de cavalos, mas é de Raça...»

Fui aluno do Sobrinho Simões e o IPATIMUP tinha gente a trabalhar no estudo genético dos portugueses.

Somos idênticos aos italianos, galegos, irlandeses, bascos, castelhanos, franceses, galeses e ingleses.

Quando acabou a última glaciação as ilhas britânicas ou a França foram repovoadas com gentes do Norte de Espanha e de Portugal.

No Algarve e no Alentejo há 20 a 30% de população com marcadores genéticos sefarditas e do Norte de África mas ambas as regiões representam menos de 10% da população portuguesa.

Do ponto de vista genético não faz sentido nenhum falar em raça. Somos praticamente iguais aos outros povos da Europa Ocidental.

josé disse...

Eu também acho que deve ser assim que se entende. Porém, Raça tem uma leitura semiótica diversa e que para mim se compõe de elementos do Mito.

Quanto a mim, o verdadeiro Mito é este: o conceito de Cant. Fantástico e Real.

Floribundus disse...

já aqui disse que OM era um jornalista tuberculoso pulmonar delirante

confirmei depois de ler Fernão Lopes e outros

subscrevo Zephyrus

blogue Dalai Lima
«Acho que devia haver menos austeridade e mais criação de riqueza.»
– Discurso de Miss Costa Rica

carlos disse...

A divisa de D. Henrique está errada,parece-me. É "talant de bien faire" e não "talent de bien faire", como aliás ainda hoje é o lema da nossa Armada de Guerra.
Cumprimentos

josé disse...

À frente, no livro, quando trata de D. Henrique em particular, já está bem escrita.

josé disse...

...mas para quem tem a ideia de que a Pátria é a língua não está nada mal.

majoMo disse...

Oliveira Martins: "Vivem de si, e não, como os meridionais, das impressões externas que recebem. Têm o orgulho ingénito, inacessível à vaidade que nos move. Governam-se pelo pensamento, ou pelo sentimento, sem atenção ao tumulto do mundo que passa".

Para a Ínclita Geração os Cata-Ventos da História não foram tidos por determinantes - porque eram determinados. A grande Hespanha centrípeta não os deslumbrou. Nem as apaixonantes querelas europeias então muito tumultuosas mas pertença do "mundo que passa".

ColtraneJazz disse...

Existe uma edição recente desta obra, uma oarcria da Verbo e Ulisseia, coleção denominada Verbo Clássicos, com Introdução (cerca de 50 paginas) de Maria das Graças Moreira de Sá, datada de Janeiro de 2006.

Atentamente

O Público activista e relapso