quarta-feira, março 15, 2017

Holodomor: o comunismo mata

Daqui, de um sítio em brasileiro:

 Ao dar início à modernização da rústica União Soviética, Josef Stalin também iniciou o que ficaria controversamente conhecido como Holodomor. Enquanto a União Soviética exportava alimento e impunha forte crescimento industrial, dezenas de milhões de ucranianos passavam fome e o canibalismo se tornou prática usual no início da difícil década de 1930. Milhões pereceram ante a fome. 



Também chamado de Holocausto Ucraniano ou de A Grande Fome da Ucrânia, o Holodomor (“fome-extermínio” ou “assassinato pela fome”) teria ocorrido entre os anos de 1932 e 1933, tomando o último suspiro de vida de milhões na Ucrânia e no Kuban, ambas as regiões de etnia ucraniana. Contudo, há relativa divergência, sobretudo política, acerca do imenso número de mortos ser ou não decorrente de uma política genocida perpetrada pelo Estado Soviético. Ainda assim, o artigo em tela se baseou na corrente majoritária: houve genocídio.

Antecedentes

Em meados de 1928, o então líder soviético, Josef Stalin, sabendo da fragilidade da União Soviética perante as beligerantes potências estrangeiras, deu início a uma rápida e extraordinária modernização nacional mediante a execução do Primeiro Plano Quinquenal criado pelo Comitê Estatal de Planejamento (GOSPLAN), que dedicou prioridade às grandes obras de infraestrutura e à indústria pesada (siderurgia, maquinaria, etc.).

Nas extensas planícies do seu território, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) executou um radical projeto de coletivização da agricultura privada, que acabaria por desencadear uma grave crise política interna. A coletivização teria alcançado a impressionante soma de 25 milhões de lares e transformado a classe “abastada”, os kulaks, em sem-teto e impedidos de receber ajuda alheia.


O processo de coletivização demandava, para seu sucesso, a exclusão dos agricultores mais bem-sucedidos. No dia 3 de janeiro de 1930, Stalin decretou os kulaks como inimigos do Estado e, dispondo sobre as “medidas para eliminação dos pequenos agricultores kulaks nos distritos de ampla coletivização”, legalmente acabou por transformar a classe em inimiga nacional, pois a enxergava como uma possível fonte de insurreição futura. Estima-se que aproximadamente 10 milhões de kulaks foram desapossados de seu patrimônio e transformados em trabalhadores avulsos na engrenagem soviética.

Dessa forma, toda a União Soviética acabou sendo direcionada ao plano de cinco anos da GOSPLAN e as ações em face dos kulaks logo trouxeram grandes consequências: desapropriações, prisões, deportações e assassinatos. Muitos fugiram para Polônia e países próximos, outros abateram e defumaram seus animais para consumo próprio em vez de entregá-los ao Estado. Stalin, por sua vez, retaliou com violência e a polícia secreta soviética deu início às prisões em massa dos que resistiam à coletivização, deportando-os aos campos da Administração Geral dos Campos de Trabalho Correcional e Colônias, os conhecidos — e temidos — GULAGs.

Na colheita de 1930, dos três grandes centros produtores de trigo da União Soviética (Sibéria Ocidental, Cazaquistão e Ucrânia), somente a Ucrânia alçou bons resultados correspondendo a aproximadamente um terço de todo o trigo produzido na gigantesca URSS. Todavia, teve quase metade de sua produção confiscada pelo Estado, o que preocupou as autoridades ucranianas pela necessidade de alimentar sua população e garantir os grãos essenciais à próxima semeadura.

Ainda, a radical coletivização agrícola e a perseguição dos kulaks já teriam dado causa a elevados danos às regiões de etnia ucraniana (Ucrânia e Kuban, esta ao norte da região do Cáucaso). Outrossim, por causa das colheitas medíocres realizadas em outras regiões, as regiões ucranianas sofreram exigências específicas para o cumprimento de suas quotas na entrega. Stalin acreditava que estas regiões estavam desviando ou estocando grãos em vez de entregá-los ao Estado, o que ensejou maior perseguição estatal e consequentes negações de pedidos de ajuda.

Outro fator que teria alicerçado a forte política stalinista repousa no argumento de que as regiões de etnia ucraniana eram vistas como o elo político mais frágil e conturbado, mas essencial à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Assim sendo, acreditava-se que tais regiões deveriam sofrer certo arrocho para que permanecessem vinculadas à “federação” soviética.


7 comentários:

Floribundus disse...

deviam usar o slogan do 'Dum-Dum'
'MATA QUE SE FARTA'

Floribundus disse...

foi um sucesso o regresso das 'terras virgens' do Cazaquistão

depois da Bíblia o libvro mais vendido é
mein Kempf de Herr Adolf
apesar de disponivel gratuitamente na Net

Floribundus disse...

A minha Luta
cap I

«Por mais firmemente decidido que meu pai estivesse na execução dos planos e propósitos que se formara, não era menor a teimosia e a obstinação de seu
filho em repelir um pensamento que pouco ou nada lhe agradava.
Eu não queria ser funcionário.
Nem conselhos nem "sérias" admoestações conseguiram demover-me dessa oposição.
Nunca, jamais, em tempo algum, eu seria funcionário público.
Todas as tentativas para despertar em mim o amor por essa profissão,
inclusive a descrição da vida de meu pai, malogravam-se, produziam o efeito
contrário.
Era para mim abominável o pensamento de, como um escravo, um dia
sentar-me em um escritório, de não ser senhor do meu tempo mas, ao contrário,
limitar-me a ter como finalidade na vida encher formulários! »

adelinoferreira disse...

Em 17/3/1938 um psocopata e seus esbirros ocuparam Viena; em Abril de 1945 os "homens" correram com eles.O fim da desumanidade mais violenta e cruel do século XX estava a dias de acabar.
Há partes no vídeo onde se constata a preparação dos soldados libertadores

https://youtu.be/K3Fh5XaCQAo

Ljubljana disse...

Vi muito recentemente ser anunciado um documentário, no canal docubox, se não estou em erro, sobre uma coisa do género Holodomor, mas na China de Mao Tse Tung, vou ver se acompanho. Conheço muito pouco deste período chinês, aliás, conheço muito pouco da história da China.

Floribundus disse...

cem teno atirou-se aos mercados

Insurgente
«Três dias depois destas declarações de Mário Centeno, as taxas de juro da dívida pública portuguesa a 10 anos no mercado secundário encontram-se em grande subida, superando o valor de 4,2% (na altura em que escrevo este post) e aproximando-se de máximos de três anos.»

josé disse...

O Hitler era um psicopata. O Estaline um pai dos povos. É assim a inteligência dos abrunhos.

O Público activista e relapso